PRIMEIRO-MINISTRO HÚNGARO AFIRMA A PRIORIDADE DE DEFENDER A HOMOGENEIDADE ÉTNICA
A deriva populista é apenas um cenário eleitoral entre os fundadores da União Europeia (UE), mas uma realidade há alguns anos a Leste. Na Polónia ou na Hungria surgem cada vez mais sinais de intolerância política e o último deles veio do suspeito do costume, Viktor Órban. “A preservação da homogeneidade étnica” é o ponto de partida para a competitividade de um país, atirou o primeiro-ministro húngaro. “Agora podemos dizer estas coisas, coisas pelas quais teríamos sido executados no passado. Mas, como a vida tem provado, muita mistura causa problemas” continuou, num discurso em Budapeste, para a câmara de comércio e indústria da Hungria.
Os patrões do país eram os alvos desta tirada contra a importação de trabalhadores. Com uma taxa de desemprego muito baixa, na ordem dos 4%, a Hungria enfrenta uma séria falta de mão de obra. "Não quero que o país caminhe para uma situação onde o trabalho pouco qualificado só seja feito por estrangeiros”, diz Órban, antes de acrescentar que mais imigrantes iria “desvalorizar o valor do país e empurrá-lo para o caos”. No máximo o governo húngaro só aceita um programa de trabalhadores estrangeiros com contratos de curto prazo.
“Este discurso tem históricos "direitos de autor" e as coisas deram no que deram. A UE não tem nada a dizer? Cobardia?”, tweetou o embaixador Francisco Seixas da Costa.
Admirador confesso de Donald Trump, o líder húngaro tem sido um dos maiores críticos da política europeia para os refugiados. As quotas para receber migrantes, em particular, esbarram em Órban, que defende que a chegada de muçulmanos à Europa é uma ameaça cultural para o continente. Ainda esta semana, o governo de Budapeste anunciou a construção de uma segunda linha de vedação na fronteira com a vizinha Sérvia para travar o fluxo de refugiados. Grupos de defesa de direitos humanos têm-se insurgido e, dentro do próprio Parlamento Europeu, há quem queira rever o estatuto sobre direitos humanos e democracia na Hungria.
“A Comissão Europeia não pode ficar a olhar enquanto a Hungria goza com o direito de asilo”, diz Bejamin Ward, responsável Human Rights Watch. “Usar zonas de trânsito como centros de detenção e forçar candidatos a asilo, já na Hungria, a regressar à Sérvia é abusivo, desnecessário e cruel”.
O partido de Órban, Fidesz, pertence à maior família política da Eurocâmara – os conservadores do PPE, que incluem o PSD e o CDS –, o que tem justificado um muro de silêncio político nas reações aos comentários xenófobos e políticas polémicas de Budapeste. A reacção mais directa, feita num tom irónico e sorridente, foi do próprio presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, que chamou“ditador” a Viktor Órban nos cumprimentos iniciais antes de mais uma cimeira.
“Não podemos aceitar que os princípios fundadores da UE sejam violados” e aqueles “que constroem muros contra refugiados, como a Hungria, ou violem a liberdade de imprensa e a independência judicial devem ser excluídos temporariamente ou para sempre da UE”, comentou Jean Asselborn, ministro dos negócios estrangeiros do Luxemburgo, em entrevista ao jornal alemão Die Welt.
O histórico de declarações politicamente incorrectas de Órban é longo e tem subido o tom de agressividade nos últimos meses. Em Julho de 2014, por exemplo, num discurso controverso na Roménia, Órban declarou que quer acabar com a democracia liberal na Hungria. Já este ano, em Fevereiro, virou as baterias para as organizações internacionais a quem culpa por um dos maiores “ataques” ao país. Aliás, uma das prioridades do governo de Budapeste é defender-se destas organizações em 2017, para as quais há uma lista com 13 entidades – sujeitas a inspecções financeiras –, que Órban classifica de “Esquerda” e “problemáticas”. Entre elas está a Transparency Internacional e, em particular, a organização de bilionário George Soros. A fundação Open Society é “um dos grandes predadores que nadam nas nossas águas” e que trabalha para minar o parlamento e governos húngaros, acusou.
No início desta semana, um comité do Parlamento Europeu voltou a discutir os direitos fundamentais na Hungria – sem grandes avanços. Bruxelas, em teoria, pode impor sanções a Budapeste, mas é preciso a unanimidade dos outros 27 estados-membros.
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Fonte: http://visao.sapo.pt/actualidade/mundo/2017-03-02-Quando-um-lider-europeu-defende-a-homogeneidade-etnica
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O húngaro disse mais, como aqui https://www.neweurope.eu/article/hungarys-orban-calls-ethnic-homogeneity/ se lê: o seu governo «não pode arriscar alterar o carácter étnico fundamental do País», pois que isso «não realçaria o valor do país mas iria piorá-lo e atirá-lo para o caos.»
Contra a entrada de imigrantes por motivos laborais, declarou: «Nós próprios temos de fazer o trabalho necessário para manter o nosso país em funcionamento, desde limpar casas de banho até à ciência nuclear.»
Brilhante, verdadeiramente brilhante. Órban está melhor que nunca e no que agora afirma constitui um verdadeiro governante modelo, como não há memória de alguma vez ter existido na Europa. Consegue o líder «magiar» demonstrar com toda a clareza que o Nacionalismo é compatível com a Democracia, atacando o regime «liberal não-democrático» apresentando como proposta uma democracia verdadeiramente democrática, isto é, verdadeiramente assente na vontade popular, daí que tenha saudado a vitória de Trump como um sinal da ascensão deste modelo político. Sabe Orban que está no poder graças à Democracia - e que é precisamente na verdadeira opinião popular que está a sua força política. Efectivamente, a Democracia é a maior - senão a única - aliada do Nacionalismo, uma vez que consiste em dar voz e poder decisório precisamente à parte da população que potencialmente mais concorda com os ideais nacionalistas.
2 Comments:
Uma notícia com o seu interesse, Caturo:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-4288278/Youths-ethnic-minorities-softer-sentences.html
Ainda mais privilégios raciais conferidos a alógenos como produto do complexo de culpa branco, cerne do principal dogma da Santa Madre Igreja Anti-Racista e Multiculturalista dos Últimos Dias do Ocidente.
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