terça-feira, março 07, 2017

CALIFADO AMEAÇA CHINA

O grupo terrorista Daesh, proibido na Rússia, pela primeira vez em sua história, ameaçou a China. No vídeo, feito por extremistas da organização terrorista, o retrato do presidente Xi Jinping é convertido numa corrente de chamas, seguido por ameaças do Daesh à China de derramar “rios de sangue”.
Os separatistas uigures são apoiados pelo Daesh. Entre 100 e 300 uigures foram para a guerra no Iraque e na Síria.
Não é excluída a possibilidade de que a marcha dos islamitas seja um desanuviamento internacional ao dar origem à aproximação entre os Estados Unidos de Donald Trump e as autoridades chinesas pela luta comum contra a ameaça islamita.
As tensões entre Pequim e islamistas muitas vezes escapam da atenção da imprensa. No entanto, durante as duas últimas décadas, a China afirma estar sendo atacada por terroristas e reclama que seus esforços na luta contra os muçulmanos radicais são subestimados. Um viveiro de confrontos entre modelo comunista e o modo de vida islâmico deu origem à região autónoma de Xinjiang Uygur da China. Pequim insiste que os moradores seguem as regras de habitação colectiva mundana no sentido estrito da palavra: não comemorar publicamente feriados religiosos, não vender álcool e tabaco em lojas. E afirma que grupos separatistas uigures têm ligações com Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em muitos outros países).
As declarações de autoridades chinesas foram muitas vezes questionadas por analistas norte-americanos. No entanto, em 2016, o pesquisador Nate Rosenblatt no seu estudo "O que os arquivos do Daesh dizem dos seus combatentes" relatou sobre cerca de cem militantes uigures do Daesh. Pequim insiste que há pelo menos três vezes mais cidadãos chineses na Síria. O novo vídeo dos islamitas confirma esta informação: mostra os islamitas uigures que treinam em casa, bem como na Síria, e preparam-se para atacar a China.
As ameaças dos islamistas vieram em época propícia. Após uma série de ataques brutais contra a China, Washington confirmou a intenção de reforçar os laços bilaterais. China e EUA têm excepcionalmente pouca agenda política comum, mas a oposição ao terrorismo internacional é postura de ambas as partes.
Vale ressaltar que esta não é a primeira vez que uigures aparecem em vídeos do grupo terrorista Daesh. Em 2015, islamitas publicaram o vídeo "lutador mais velho", que mostra um uigur de 80 anos de idade pronto para lutar por uma interpretação radical do Alcorão. Ao mesmo tempo, o Daesh chamou — no idioma uigur — todos os mulçumanos da China para se juntar à guerra na Síria. No entanto, parece que o vídeo actual não tenha sido promovido por chineses, pois o idioma utilizado no vídeo é do Árabe e não do idioma uigur.
O destinatário desta mensagem só pode ser as autoridades chinesas, que precisarão de avaliar o estilo empolado dos islamitas: "Ei, vocês, chineses que não entendem o que as pessoas dizem. Nós — os soldados do Califado — vamos atrás de vocês. Vamos explicar a vocês no idioma das armas. Derramaremos rios de sangue para vingar os oprimidos".
De acordo com evidências indirectas, pode-se concluir que Pequim não atribui grande importância a este apelo. Em resposta à questão do correspondente da Reuters, o representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da China disse não saber nada sobre o vídeo, reforçando que a única resposta que pode ser dada é que a Nação Chinesa condena o terrorismo.
O ataque inesperado dos islamitas em relação a um dos inimigos mais distantes, que indirectamente age no Médio Oriente, veio no momento em que as posições do grupo sofrem muitas perdas. No 1º de Março, o califa auto-proclamado Ibrahim I (conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, no passaporte — Ibrahim Al-Badri) anunciou que os seus seguidores só podem "correr e esconder-se." Ao mesmo tempo, as tropas turcas conseguiram tomar a cidade de Al-Bab, e as sírias, com a ajuda de aviação russa — recuperar Palmira.
Todavia, é incerto o motivo das ameaças do Daesh à China. Mas uma coisa é óbvia: os islamitas mais uma vez chamaram a atenção.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/201703067824549-china-mira-daesh/

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Quem será que tem a culpa disto, será, novamente, Israel e o Ocidente e mai' não sei quê? Na verdade isto é o Islão ao longo de mil e quatrocentos anos - em tendo força, está sempre em guerra contra o que não é muçulmano.