SOBRE O POKEMON GO E SEUS INIMIGOS
Como muita gente já saberá, e boa parte dela antes de mim - só ouvi falar disto há coisa de dias - agora anda aí um jogo novo, o «Pokemon Go». Pelo pouco que sei disso, parece uma espécie de rally-paper mas por via mais tecnológica, com mais cor, mais imagens giras, etc.. Não estou particularmente interessado na coisa e o mais provável é que lhe não adira, os jogos a mim entediam-me... dar-lhe-ei tanta ou tão pouca atenção como dei à «Farmville», outra moda de jogo a que aderiram as multidões, aqui há tempos. Nada tenho com isso, do mesmo modo que nada tenho contra nada disso. E acho francamente contraproducente, às vezes até idiota, ver gente de algum modo «indignada» com a importância que a nova brincadeira está a ter, argumentando algumas que é preciso dar atenção a coisas muitíssimo mais importantes!!!!!!, entre outros pretextos bacocos para justificarem a sua agressividade mal dirigida. Ora é do senso comum que há um tempo para tudo e o do divertimento não pode faltar. Duvido que mesmo em estado de guerra as pessoas nela envolvidas deixem de se divertir com coisas comezinhas e «parvas». Aliás, um tipo que passasse um ano nas trincheiras da I Guerra Mundial sem se rir vez nenhuma, diante por exemplo de figuras tristes dos companheiros ou de batotas às cartas apanhadas em flagrante, quem nesse local e tempo com nada se divertisse «pateticamente», eventualmente daria em doido e não era impossível que acabasse por enfiar uma bala no cérebro para escapar ao medo e ao horror; e os israelitas que estão habituados a terem de interromper seja o que for que estejam a fazer - até a dormir - para descerem aos abrigos subterrâneos de cada vez que ouvem um alarme de míssil muslo a caminho, se nunca brincassem com nada se calhar Israel não teria durado até hoje. Brincar é brincar, é só isso. É fundamental em qualquer idade. Só gente míope e/ou totalitária é que não percebe isto, falta-lhes qualquer coisa dentro da cachola ou se calhar não vêem as suas próprias brincadeiras «parvas» como sendo tanto ou tão pouco «cretinas» como a do Pokemon Go. E não há a real ponta de um caralho na lógica Nacionalista, Comunista ou outra -ista qualquer entre as ideologias do Ocidente que seja incompatível com o Pokemon Go... qualquer militante que, na qualidade de militante, exprimir desprezo para com esta nova moda ou, pior, quiser misturar política com isto, mais não faz do que correr o desnecessário risco de afastar estupidamente pessoas que doutra maneira poderiam ser úteis à sua causa. Ninguém se sente seguro ao votar em alguém que por dá cá aquela palha mostra ser agressivo e repressor.
2 Comments:
Acho que ninguém de facto se revolta com o jogo, cada um joga o que bem entender, e se divertir como entender, contudo, o mundo ocidental moderno criou zombies em massa, que andam presos a telemóveis, o declinio do ocidente, a fraqueza actual do homem ocidental e o vazio, o borreguismo, consumismo, os mass-média, o internacionalismo.
Existe um filme/livro chamado Clube de Combate, toca alguns pontos da sociedade moderna, que muitos nacionalistas tendem a se rever e que faz muito sentido neste tema em particular e em outros temas também.
Há sempre gente insatisfeita, seja em que situação for. E aquilo que se diz do filme «Clube de Combate» pode ser giro para adolescentes do sexo masculino, e até para jovens adultos até aos trinta anos, mas não tem a maior das aplicações ao resto da população europeia. Andem à porrada com os que querem andar à porrada e deixem lá o resto da população viver como quiser. Grupos de jovens violentos sempre os houve, já nas arcaicas sociedades indo-europeias eles existiam, mas em geral estavam no seu devido lugar, não mandavam na sociedade toda. E um dos problemas do Nacionalismo contemporâneo tem sido precisamente o de os seus partidos terem estado demasiado tempo vistos como agrupamentos de «homens jovens zangados», o que pode dar uns quantos votos de vez em quando mas não convence o grosso da população - os partidos nacionalistas mais bem sucedidos foram os que conseguiram ultrapassar esse rótulo, tais como a FN francesa, o FPO austríaco, os SD suecos.
Todo o mal do Ocidente fosse o chamado «consumismo»... Antes de mais nada é preciso dizer que o homem ocidental não está assim tão mal como dizem os mais ansiosos e severos. Se assim fosse, não votava cada vez mais nas forças nacionalistas. Por outro lado também não existe nenhum vazio mas sim uma mutação de valores em curso, e no fundo é esse o significado original do termo grego «crise». Convém já agora não pôr no mesmo saco a alegada «fraqueza actual do homem ocidental», o consumismo e o internacionalismo como se fosse tudo a mesma coisa. Não é. E pretender que é leva mais uma vez ao risco de alienar e/ou afastar as pessoas normais, comuns, da causa nacionalista. Aliás, o que se deve mostrar ao homem ocidental, e isso não é demasiado difícil, é que, se quer salvaguardar a sua vida branda de centros comerciais, hipermercados, aumento gradual do poder de compra (cala-te boca...), televisão e conforto em geral, é absolutamente imperioso que não deixe a Europa transformar-se num gigantesco Brasil e/ou numa extensão ora de África ora do Médio Oriente. Vida branda protege-se com muralhas de aço, dentro da fortaleza Europa, não com o mercado todo aberto e sem polícia. Não se pode querer impingir ao povo um programa político militarizador do dia-a-dia, como se de repente isto tivesse de ser Esparta, nem de baixar a guarda, mas sim de procurar a melhor das coisas, que é a justa medida, como dizia Platão (e para ele a justa medida era ainda melhor do que «a sabedoria» - a justa medida é o equilíbrio correcto entre saber e prazer) e, como também dizia Platão, canalizar para a actividade bélica os mais agressivos de entre os cidadãos, algo que também Platão aconselhou. Ou por outra, há espaço para todos os tipos de pessoa, numa sociedade completa e saudável.
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