terça-feira, julho 19, 2016

O INIMIGO QUE «NÃO SE PODE» NOMEAR...

Ouvi esta hoje numa reportagem da SIC em Nice:
«(...) A investigação ainda não determinou completamente aquilo que poderá ter passado pela cabeça de Mohamed Bhoulel para cometer os actos que cometeu nessa noite, o que de alguma forma dá um passo atrás nas declarações de François Hollande que se apressou a dizer que iria combater com mais vigor o Daesh no Iraque e na Síria, lançando um pouco a oportunidade ao auto-proclamado Estado Islâmico para reclamar pelo menos a inspiração do ataque. Foi isso que aconteceu e podemos sempre perguntar-mo-nos o que é que François Hollande teria dito nos momentos a seguir ao ataque se Mohamed Boulel tivesse nascido no Brasil, no Japão ou em Portugal e não fosse magrebino.»

E se o terrorista fosse espartano, chinês ou marciano, mais difícil ainda seria para o presidente francês dizer qualquer coisita... mas não. Sabe-se que o terrorista norte-africano e muçulmano. Logo, é absolutamente compreensível que o maior representante do Estado Francês dissesse ao Povo, de improviso, que algo seria feito contra os mais prováveis autores da matança. Isto porque «não se pode» falar directamente do Islão nestas ocasiões, porque o Islão é em geral moderadíssimo e o verdadeiro Islão é pacífico e isto «não tem nada a ver com o Islão» e «este e os outros terroristas não eram muçulmanos a sério e eu aposto que nunca abriram o livro do Alcorão» (sic, Miguel Sousa Tavares) e não se pode hostilizar os infindos milhões de muçulmanos pacíficos porque senão eles deixam de ser pacíficos e começam a matar, se a gente disser coisas que lhes desagradem eles irritam-se, e embora o Islão seja paz!!!!!!!!!!!!!!!!!!!, eles se calhar abrem uma excepção à paz porque ficam incomodados com a nossa opinião...
E então o presidente francês teve de falar do Daesh... mas nem disso pode falar, segundo a jornalistagem da SIC... «se calhar» porque quanto mais falar disso, mais o povinho se convence de que o mal assassino vem mesmo daquelas paragens e então vota ainda mais na Extrema-Direita e lá se vai a iminvasão c'o caralho...
Antes de mais nada, está muito claro que os terroristas eram sim muçulmanos, todos eles, mas todos, sem falhar nenhum. Dizer que não eram porque «um verdadeiro muçulmano é pacífico» constitui uma das falácias mais conhecidas, a «falácia do verdadeiro escocês», que consiste em mudar a definição dos termos a meio da conversa, para fazer valer a sua própria posição. Sucede que à politicagem correcta não convém nada que haja tantos atentados manifestamente muçulmanos porque isso lixa bem lixado, diante dos olhos do Povo, o ideal de encher a Europa de alógenos por via da iminvasão oriunda do terceiro-mundo e dos países muçulmanos. Então vai daí, que fazem os seus argumentadores?, muito simples, determinam que o verdadeiro Islão não é aquilo e acabou, já 'tá, apesar de haver toneladas de imãs - entenda-se, especialistas do Islão - que garantem que o Islão passa mesmo pela matança dos infiéis que não se lhes submetam. Esta é a evidência que só os «islamófobos» revelam e que, a pouco e pouco, o povo vai percebendo. É preciso saber identificar o inimigo e poder designá-lo para no seio das forças de defesa poder haver comunicação eficiente. E o inimigo maior da Europa é muito óbvio: a xenofilite aguda que caracteriza a sua elite político-cultural reinante que nem sequer quer que o «seu» povinho fale mal de um credo alógeno inimigo histórico da Europa.