sexta-feira, julho 01, 2016

PRIMEIRO-MINISTRO BRITÂNICO DIZ QUE A VITÓRIA DO BREXIT SE DEVEU À REPULSA PELA AMEAÇA DE IMINVASÃO

"O medo da imigração em massa foi determinante" para a vitória do sim ao brexit, disse ontem David Cameron. O primeiro-ministro britânico apontou o dedo aos líderes europeus por não terem sabido responder aos receios visíveis durante a campanha do referendo e terem ignorado a crescente tensão provocada pelos movimentos migratórios - um tema que as caras do sim aproveitaram à exaustão. Com Angela Merkel à frente, Cameron foi claro: o bloqueio às pretensões do Reino Unido de aplicar um travão ao número de migrantes que todos os dias estão a chegar à Europa ditou o resultado da votação dos britânicos.
Num discurso duro, Cameron recusou evocar o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, deixando a formalização do pedido para a saída do Reino Unido da União Europeia adiada para o próximo governo. "Quero que o processo seja o mais construtivo possível e espero que o resultado possa ser o mais construtivo possível", afirmou. O Reino Unido "quer deixar a União Europeia", mas também quer evitar "virar as costas à Europa". "Estes países são nossos vizinhos, nossos amigos, aliados, parceiros e espero que tenhamos relações o mais estreitas possível em termos de comércio e de cooperação e segurança, porque isso é bom para nós e é bom para eles", defendeu.
A resposta da chanceler alemã não se fez esperar. "A União é suficientemente forte" para aguentar a saída do Reino Unido e continuar a defender os seus interesses económicos, afirmou Angela Merkel, salientando a importância de nas negociações com o Reino Unido serem encontradas "soluções sobre questões como a competitividade e o emprego". Soluções que, frisou, serão encontradas "a 27". Ainda assim, lamentou a decisão dos britânicos e afirmou: "O Reino Unido continuará a ser um amigo e parceiro" - sem esquecer as "relações bilaterais" entre Londres e Berlim, adiantando confiar que continuará a contar com "um parceiro importante" do outro lado do canal da Mancha. E reiterou que só depois de Londres "notificar a intenção de se retirar" é que poderá haver "negociações, informais ou formais".
De resto, a União Europeia parece ter aliviado a pressão sobre o Reino Unido quanto à urgência para a formalização do pedido de divórcio. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, chegou a dizer que é preciso "paciência", embora a Europa esteja pronta para "iniciar o processo de divórcio já hoje [ontem]. Sem qualquer entusiasmo, como se pode imaginar. Este não é um cenário com que tenhamos sonhado", afirmou Tusk.
"Temos de respeitar os nossos tratados. E, de acordo com os tratados, cabe ao governo britânico iniciar o processo de saída. Este é o único caminho legal que temos. Todos devem estar a par deste facto. O que significa que também teremos de ser pacientes", disse o responsável, sublinhando que "sem a notificação do Reino Unido não se iniciará qualquer negociação sobre o processo de divórcio e sobre as relações futuras".
Nesta fase, o primeiro-ministro belga, Charles Michel, entende que a UE "não pode forçar a saída do Reino Unido", mas considera que "não se pode aceitar um jogo duplo", que deixa os "cidadãos europeus (...) paralisados por múltiplas crises".
Da parte do governo português, o discurso está alinhado pela mesma bitola: as discussões para a saída "devem ser amigáveis" e sem pressa, e a relação entre Portugal e o Reino Unido vai continuar. "É uma relação que é muito anterior à entrada de Portugal para a então CEE e será muito posterior a esta saída do Reino Unido", frisou António Costa. "As coisas devem ter o ritmo que têm e sobretudo decorrer de forma amigável", defendeu o chefe do governo, lembrando que Portugal "tem a mais antiga aliança do mundo com o Reino Unido". Já no que diz respeito à União Europeia, Costa defende "um novo nível de relacionamento, com novas bases".
Um dia "histórico", foi como o presidente francês, François Hollande, classificou o momento em que a União Europeia foi "obrigada a aceitar que um dos Estados membros decidisse sair". Ainda assim, esta é também "uma oportunidade para os líderes europeus fazerem algo de grande", para relançar a ideia de União, afirmou.
O ponto de vista é partilhado pelo primeiro-ministro português, que considera que "a decisão do Reino Unido tem causas muito parecidas às que estão a fomentar a emergência do populismo em vários Estados europeus". A estratégia defendida pelo governo português é "dar prioridade à protecção das fronteiras externas, maior cooperação em matéria de combate ao terrorismo, maior atenção à necessidade de integração social". "Não podemos ignorar que muitos dos agentes terroristas que têm actuado nos nossos países vêm de bairros que deviam ser de intervenção prioritária", disse.
*
Fonte: http://www.dn.pt/mundo/interior/cameron-culpa-ue-houve-brexit-por-medo-de-imigracao-em-massa-5255453.html   (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa.)

* * *


Não é novidade que a elite reinante sabe que o povo não quer imigrantes, mas mesmo assim continua a enfiá-los pela Europa adentro. É como somar dois mais dois e perceber que uma Europa mais democrática será por isso uma Europa com menos alógenos. 
Quanto ao que diz o primeiro-ministro cá do burgo, é significativo que tenha reconhecido, por honestidade ou para parecer conciliador (com Cameron), que de facto os «bastiões» de certos «jovens» é donde vêm «muitos» (praticamente todos, excepto os «refugiados» que vieram agora...) dos terroristas que matam na Europa... mas quem assim fala depois gasta uns milhões do contribuinte em programas de «integração» e pronto, se mesmo assim a situação não melhora, então há que estudar mais atentamente as chamadas «causas profundas» - em Esquerdês-Anti-racistês, «causas profundas» significa «o imigrante não está bem integrado porque é vítima de racismo porque o branco europeu é que tem a culpa porque é racista» - e vai ficando assim...
Fica à vista que já toda a classe política sabe que o povo europeu está farto da imigração maciça - mas só os Nacionalistas promovem a mesma solução que o povo quer.


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

http://pt.euronews.com/2016/06/30/dinamarca-lei-das-joias-aplicada-pela-primeira-vez/

1 de julho de 2016 às 16:16:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://pt.euronews.com/2016/07/01/tribunal-constitucional-da-austria-anulou-o-resultado-das-presidenciais-de-maio-que-deu-a-vitoria-ao-ecologista-alexander-van-der-bellen-devido-a-irregularidades-na-contagem-dos-votos/

1 de julho de 2016 às 16:17:00 WEST  

Enviar um comentário

<< Home