«GUERRA CIVIL»
Tal como prometido, cá fica a recomendação a respeito de «Guerra Civil», a mais recente película da Marvel estreada nos cinemas portugueses. Tal como o também recente «Batman X Super-homem», foca centralmente o tema do poder desmesurado de uma elite e seu controlo pela comunidade - o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente, dizia Lorde Acton - e tem como forma a sempre tão ansiada, pelo menos na banda desenhada, confrontação entre super-heróis, qual «guerra dos Deuses» em versão pop contemporânea. Exibe um enredo mais complexo do que «Batman X Super-homem», mas não é necessariamente mais coerente do que este, antes pelo contrário. No da Marvel, a responsabilização dos super-heróis pelo caos e morte, e tragédia, decorrente dos seus combates, é relativamente pouco convincente, saltando sempre à vista de todos os envolvidos que a actuação dos bons da fita é sempre meramente defensiva, pelo que o aparente constrangimento moral que alguns mostram está um bocado colado com cuspo. Mais anedótico é o à vontade com que todos os super-heróis em confronto continuam a rebentar tudo ao seu redor - e não são apenas aqueles que se revoltam contra o controlo que a ONU lhes quer impingir os que assim actuam, mas também os que querem obedecer a este controlo, o que às vezes roça as raias da palermice. A parábola política não está mal vista, dá aspecto de haver uma intenção de lembrar ao público norte-americano que o país não pode invadir tudo e mais alguma coisa e fazer justiça pelas próprias armas, mas num produto destes exige-se um pouco mais de rigor. Que um andróide ultra-sofisticado e quase humano - «Visão» - não consiga engendrar num ápice um plano melhor para deter dois gajos a fugir senão serrar uma torre inteira de um aeroporto e fazê-la desabar com estrépito, só se explica ou por «desatenção» de quem escreveu a cena ou por necessidade, exterior à lógica interna, de cultivar a espectacularidade balofa, ou então explica-se pelo estilo naturalmente espalhafatoso dos ianques, eles se calhar nem dão por isso.
A propósito do «Visão», vá lá que pelo menos neste filme ainda não se lembraram de espetar ali com o ridículo romance entre um andróide e uma humana, como andaram anos a fazer na b.d....
As actrizes são giras, sobretudo a que faz de Feiticeira Escarlate, Elizabeth Olsen. A maioria dos heróis é de tipo físico europeu, pelo menos ainda, o que pôs o jornal esquerdista «Guardian» a dizer que é preciso meter mais negras nos filmes de Hollywood, mas é que se calhar o raio do povinho que vai ao cinema não quer pagar para ver demasiadas caras negras no grande ecrã...
No filme volta a aparecer Stan Lee, como figurante, a espécie de génio que criou a maioria das personagens presentes no filme. Depois do fim ainda há mais duas cenas, para quem quiser ficar para além dos créditos finais.
2 Comments:
«A maioria dos heróis é de tipo físico europeu, pelo menos ainda, o que pôs o jornal esquerdista «Guardian» a dizer que é preciso meter mais negras nos filmes de Hollywood»
Fogo, ainda não lhe chegam o Falcão e o Pantera Negra? Não admira! É que esses tipos "Al-Guardian" funcionam assim:
Filme sem negros (e.g. O Senhor dos Anéis): «Que escândalo! Nem um negro! Isto não pode ser! O filme não representa devidamente a sociedade plural e diversa em que vivemos! É raciiiiismoooo!»
Filme com 15% de negros (e.g. Os Caça Fantasmas): «O filme só tem negros na mesma proporção da população dos EUA! Não chega porque os seus papéis no filme são menores, quase decorativos em relação aos papéis desempenhados pelos actores brancos! Ou seja, o preto pode aparecer, mas não pode brilhar! É raciiissmooo!»
Filme com 50% de negros (e.g. trilogia "The Matrix"): «O filme mostra uma sociedade diversa e vibrante, mas não chega, porque os protagonistas principais são brancos! Mais uma vez, o preto pode aprecer, agora até mais vezes, mas ainda não pode brilhar! É raciiissmooo!»
Filme com 100% de negros (e.g. Selma): «O filme não teve sucesso comercial! Os brancos são racistas! Não pagam para ver filmes com protagonistas negros! É preciso insitir na educação e na erradicação do preconceito!!! Não ao raciiiiismooo!»
E depois queixam-se de as pessoas cada vez cagarem mais para o politicamente correcto antirra...
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