terça-feira, maio 17, 2016

«BATMAN X SUPER-HOMEM» NO CINEMA


«Batman X Super-homem», filme que tem por personagens principais as mais famosas personagens da editora norte-americana Detective Comics (D.C.), estreou há mês e tal, e revelou-se medianamente recomendável para os apreciadores do género. Politiquice correcta tem pouca ou nenhuma. Por intermédio de um imaginário épico moderno, espécie de folclore urbano, forma humanista contemporânea de mitologia, oferece uma visão lúcida sobre um dos temas mais relevantes para a mentalidade e vivência ocidentais, que é a questão do poder e suas implicações, equacionado na máxima de Lorde Acton, o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente, questão crucial para entender o funcionamento e necessidade de auto-superação constante das democracias contemporâneas. Nisto, «Batman X Super-homem» é também a dramatização «pop» da presença do homem diante de «Deus» todo-poderoso. Para os cultores actuais ou antigos do género super-heroístico, o filme tem o trunfo de incluir diversas passagens do argumento da maior saga de banda desenhada da história do Homem-Morcego e uma das maiores bandas desenhadas norte-americanas, «Batman Dark Knight» ou «Batman, Cavaleiro das Trevas» (a primeira), datada dos anos oitenta. A única frase que de momento recordo foi por acaso uma das mais marcantes que tenho lido e que de certa forma bem pode servir como lema para todo o militante de causas - «o mundo só faz sentido quando o obrigamos a isso», diz o homem-morcego ao super-poderoso oponente enquanto estão os dois à bordoada:


O contexto desta saga é, sem embargo, significativamente diferente: na dos anos oitenta, um Batman sexagenário e a dada altura inconveniente para os poderes instituídos tem contra si um Super-Homem que lhes é obediente e que a pedido de um presidente notoriamente parecido com Ronald Reagan (é uma obra dos anos oitenta) vai ao encontro do morcego para o «acalmar» ou algo parecido com isso. No filme, em contraste, é Batman quem tenta travar o Super-homem por considerar que nenhum indivíduo pode ter tanto poder nas mãos sem que a humanidade possa estar gravemente ameaçada. As cenas iniciais da película são do melhor que se tem visto neste tipo de filmes, pela sobriedade adulta e ao mesmo tempo realismo violento e titânico com que apresenta o que seria uma realidade na qual existisse um ou mais seres de poder físico muito acima do nível humano. A seriedade e gravidade com que o amorcegado contempla o extra-terrestre de capa vermelha (Super-homem, colosso de força oriundo do planeta Krypton) a combater nos ares contra outros alienígenas consegue transmitir a sensação de ameaça crescente. Pelo meio aparece graciosamente a Mulher-Maravilha, a prometer melhor protagonismo no futuro, mas ainda insuficientemente caracterizada neste filme. A Mulher-Maravilha, Wonder-Woman, outra das grandes personagens da editora D.C. (talvez a terceira maior), foi nos anos oitenta foi popularizada por uma série televisiva que na RTP recebeu o título de «Super-Mulher». 
Segundo alguns críticos, «Batman X Super-homem» ficou aquém do que poderia ser e muito abaixo do mais recente «Guerra Civil», da Marvel, que já vi e amanhã comento. Ambos os filmes têm, a meu ver, o mesmo tema e a mesma forma: tema - a questão do poder desmedido a precisar de ser controlado, forma - confrontos entre super-heróis, que tantos «geeks» tanto adoram desde sempre. A verdade é que a película da D.C., embora menos rica de enredo, faz um tratamento do tema mais sóbrio e coerente do que a da sua concorrente, e eu nisto nem sou suspeito, dado que sempre preferi esta última. 

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Esse filme não presta.

17 de maio de 2016 às 23:12:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

É mesmo muito mauzinho!

18 de maio de 2016 às 18:45:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Uma crítica rigorosa desse filme:

https://www.youtube.com/watch?v=efKsqQc4EO8

18 de maio de 2016 às 22:21:00 WEST  

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