UM DOS MAIORES PLUTOCRATAS DO PAÍS DEFENDE ECONOMIA BASEADA EM MÃO-DE-OBRA BARATA E DIZ QUE SE FOR PRECISO MANDAM-SE VIR IMIGRANTES PAGOS EM ESPÉCIE...

Belmiro de Azevedo disse hoje no Clube dos Pensadores em Gaia que é "preciso acabar com o mito": "não sei por que não deve haver economia baseada em mão-de-obra barata. Senão não há emprego para ninguém". 

O empresário sublinhou igualmente que "é preciso merecer seja que salário for. Há pessoas que não querem fazer esse esforço". Belmiro, que fugiu à pergunta sobre a subida do salário mínimo, acredita que "há muito quem viria para Portugal ganhar em espécie". 

O pai de Paulo Azevedo [que lidera a Sonae] deixou também críticas à banca. "Depois de financiar o Estado e a actividade bancária, não sobra dinheiro para chegar à economia", disse.  "A banca travestiu-se", lamentou. 

Questionado sobre a governação actual, referiu que "gostava que os nossos governantes não jogassem o jogo dos protestantes". "Quanto mais o governo sai, mais o espectáculo continua", lamentou Belmiro. "O importante é governar. Não se governa na rua", rematou.

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 http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/banca___financas/detalhe/belmiro_de_azevedo_nao_sei_por_que_nao_deve_haver_economia_baseada_em_mao_de_obra_barata.html

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O comentário do PNR é, mais uma vez, certeiro:

«É desta forma que o grande capital trata os trabalhares portugueses. Chantagem reles e cobarde. Se não aceitarem os baixos salários ou não há emprego ou mandamos vir mais imigrantes dispostos a trabalhar por um prato de comida.»

Fonte: https://www.facebook.com/PNR.Partido.Nacional.Renovador/photos/a.116919651674158.11367.116915155007941/1153576558008457/?type=3&theater

Quanto à passagem em que diz «não se governa na rua», demonstra bem o desprezo que tem pelo povo. Aliás, vi-o a dizer há uns anos, com um sorriso no rosto, que as manifestações dos descontentes com a actual situação do país não o preocupavam muito porque, explicou, «enquanto o povo protesta, está tudo bem», isto no contexto em que o povo já se encontrava em tal estado de penúria que abria excepção à sua habitual passividade e falta de espírito cívico, manifestando-se em protesto contra a austeridade. 

De resto, que um dos maiores chefões económicos deste sítio tenha o inqualificável topete de fazer uma declaração destas em público mostra bem o que é a Economia em Portugal. E os «direitinhas» que se calem sobre isto depois indignam-se muito quando constatam que a Esquerda trauliteira ganha votos. Pois o que é preciso é mesmo traulitada política, a ver se começa a haver mais vergonha e decoro.

Há quem apele ao boicote contra os negócios deste fulano. Tal solução, embora bem intencionada, não é realista. Mais vale, isso sim, dar cada vez mais força aos sindicatos e consciencializar o povo para a necessidade de diminuir o poder desta espécie de gente e, a longo prazo, aplicar-lhe a justiça devida.