quarta-feira, março 09, 2016

TURQUIA CHANTAGEIA UNIÃO EUROPEIA COM A IMINVASÃO

Em debate parlamentar com o Conselho e a Comissão Europeia, a decorrer em Estrasburgo (França), o liberal Guy Verhofstadt assumiu estar ao lado, pela primeira vez, dos conservadores liderados por Syed Kamall.
"Estamos a dar as chaves para os portões de entrada da União Europeia (UE) à Turquia", argumentou Verhofstadt, criticando que se bloqueiem entradas de "afegãos a fugirem do [grupo radical] Estado Islâmico ou de um curdo a sair do Iraque", o que "deve ser proibido pela convenção de Genebra".
Kamall tinha afirmado que os inimigos "não são os refugiados, nem os migrantes ilegais, mas os traficantes que utilizam os inocentes e os desesperados" e as "muitas reservas" sobre o processo para o acordo entre a UE e a Turquia.
"Há um ou dois líderes a negociar sem consultar os outros países e tenho dificuldade em ver se este acordo é legal ou prático", afirmou o conservador, questionando sobre se, numa posição de "desespero", a Europa "vai pôr fim às suas regras".
Na intervenção inicial, a representante da presidência holandesa da UE, Jeanine Hennis-Plasschaert, indicou serem necessárias "mais conversações antes do conselho de dia 17 e 18", o que será feito pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
"É demasiado cedo para declarar que conseguimos um êxito", acrescentou a ministra da Defesa da Holanda, reafirmando a prioridade de reforço das fronteiras externas da UE e que terminaram os fluxos de migrantes na rota dos Balcãs Ocidentais.
Por seu lado, o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro, Valdis Dombrovskis, resumiu as questões relativas ao Semestre Europeu e sobre a reunião com a Turquia comentou que "os dois lados concordaram sobre os passos necessários".
Em cima da mesa estão por finalizar acordos sobre readmissão - com Ancara a comprometer-se que, por cada regresso de um migrante irregular, será recolocado um refugiado sírio -, sobre isenção de vistos e abertura de novos capítulos da adesão turca à UE.
"Para os três mil milhões de euros talvez seja necessário um suplemento depois de 2018", acrescentou o responsável do executivo comunitário, referindo-se ao apoio europeu à Turquia no âmbito da crise dos refugiados.
Falando pelo Partido Popular Europeu, Manfred Weber, recusou que a União Europeia (UE) "passe um cheque em branco", argumentando que as verbas não devem ser atribuídas directamente ao Governo turco.
"Deve haver uma parceria e não uma dependência da Turquia", resumiu o líder do PPE, que sublinhou o seu cepticismo sobre a plena adesão da Turquia, devido, por exemplo, aos "inaceitáveis ataques a jornais".
Weber aproveitou para indicar que os "países com um Governo do PPE (família política do PSD e do CDS) têm menos desemprego e estão a reduzir a dívida", pelo que se "deve seguir esta via em plena consciência".
O líder dos socialistas, Gianni Pittella, indicou a necessidade de um acordo "desde que se acabe com a ambiguidade", até porque "homens e mulheres não são mercadorias" e "não pode ser um toma lá, dá cá, com os refugiados".
"Não devemos confundir a negociação sobre refugiados e a adesão", indicou o socialista, fazendo eco da posição de a Europa "não passar um cheque em branco" a Ancara.
A presidente da Esquerda Unida, Gabi Zimmer, notou que a proposta "lembra um negociar de pessoas em relação à sua origem", o que "faz pensar em violação de direitos".
"Nunca estivemos tão longe de uma solução europeia", concluiu.
Pelos Verdes, Philippe Lamberts disse que o "caminho não pode estar reservado a sírios" e que "todos têm direito a uma avaliação individual do seu pedido de asilo".
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Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=5068134&page=-1

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Conforme se pode ler aqui, http://www.pappaspost.com/shocking-revelations-in-leaked-eu-turkey-negotiations-reveal-erdogans-threats-to-flood-europe-with-refugees/, a Turquia está de facto confiante na bananice dos líderes europeus. Há alegadamente transcrições das negociações entre Ancara e a União Europeia que mostram o à vontade com que os Turcos se impõem aos Europeus na sua chantagem imigracionista. Pode-se constatar, nos documentos abaixo, como o presidente turco, Recep Tayipp Erdoğan, confronta os Europeus com a suposta necessidade de fazer a vontade ao Estado Turco, ameaça «abrir as portas com a Grécia e com a Bulgária a qualquer momento e pôr os refugiados em autocarros», exige em troca de não fazer isso a duplicação do apoio monetário de três mil milhões para seis mil milhões de euros, dizendo que oferecerem-lhe apenas três mil milhões é «insulto» e que a Grécia recebeu quatrocentos e cinquenta mil milhões durante a crise, dando se calhar por adquirido que a Turquia já deve ter tantos direitos na União Europeia como o Estado Helénico; Erdoğan ecoa entretanto o argumento - muito usado pela Esquerda pró-imigrante e dimiesca - de que o terrorismo islâmico, nomeadamente o do atentado de 13 de Novembro em Paris, é culpa da «pobreza e da exclusão», o que de algum modo constitui uma acusação indirecta aos Europeus.
Chega Erdoğan ao ponto de tecer comentários notoriamente arrogantes para com Jean-Claude Juncker - primeiro-ministro do Luxemburgo de 1995 a 2003 - dizendo que representa oitenta milhões de pessoas enquanto «o Luxemburgo é apenas uma pequena vila na Turquia». 
Juncker diz por seu turno que a UE adiou a publicação de um relatório crítico sobre o mau estado da Democracia na Turquia antes das eleições turcas em Novembro, para com esse atraso favorecer o partido de Erdoğan, o AKP - Erdoğan borrifa-se para isso, diz que o relatório é um «insulto» e que o AKP não precisou disso para nada.

Podem ler-se abaixo os documentos que foram revelados à imprensa a mostrar tudo isto e mais:






E depois ouve-se gente a dizer na tv que a Europa está de mãos atadas e etc.. Só num contexto em que a elite reinante cosmopolita faz o que quer da UE é que tal argumentação tem sentido. Uma União Europeia orientada por princípios nacionalistas faria a Turquia perceber que é a Europa quem de facto pode ter o controlo da situação, aplicando se necessário sanções a Ancara e fortalecendo activamente a causa curda, além de ameaçar intervir militarmente no Chipre, o que de resto tarde ou cedo deveria acontecer, dado que os Turcos não têm qualquer direito sobre o território cipriota.
Mais uma vez, só os Nacionalistas têm razão, simplicidade aparentemente simplista mas que só não é percebida devido ao autismo «complexificante» de uma classe política dominante que não põe os direitos dos seus próprios Povos acima de tudo.