SOCIAL-DEMOCRATA NACIONALISTA VOLTA A GANHAR AS ELEIÇÕES NA ESLOVÁQUIA COM LEMA ISLAMÓFOBO
O primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, que fez campanha para reeleição pela terceira vez com o lema “nem um único imigrante muçulmano” entrará no país, ganhou as eleições de sábado, mas perdeu a maioria. Um governo de coligação é o que se perspectiva neste pequeno país, onde um partido neo-nazi entrou no Parlamento, à boleia da retórica radicalmente contra a abertura da Europa aos refugiados da guerra da Síria. A Eslováquia assumirá a presidência rotativa da União Europeia a partir de 1 de Julho.
A Eslováquia é um dos quatro países que integra o grupo de Visegrado, juntamente com a Hungria, a Polónia e a República Checa – as nações da Europa Central que desde o início da crise mais resistência opuseram a receber estes refugiados, e que apontam claramente como motivo para a sua falta de solidariedade o facto de a maioria ser de religião muçulmana. Por isso estas eleições estão a ser vistas com muita atenção em Bruxelas.
“Jamais permitiremos a entrada de um único muçulmano na Eslováquia, nem criaremos nenhuma comunidade muçulmana aqui, pois eles [os muçulmanos] representam um sério risco de segurança”, afirmou Fico num comício.
Oito partidos conseguiram entrar para o Parlamento de Bratislava, incluindo o Partido do Povo – A Nossa Eslováquia, de extrema-direita, que teve mais de 8,6 % dos votos, três vezes mais do que previam as sondagens. É liderado por Marian Kotleba, governador desde 2013 da maior região da Eslováquia, Banská Bystrica, e admirador confesso do Estado fantoche da Eslováquia criado pelos nazis durante a II Guerra, que permitiu o envio de dezenas de milhares de judeus para os campos de extermínio. Faz campanha criticando a UE e a NATO.
“Será um enorme desastre ter fascistas no Parlamento quando a Eslováquia presidir à União Europeia”, afirmou à AFP a eurodeputada eslovaca social-democrata Monika Flasikova Benova, que classificou estes resultados eleitorais como “uma grande vergonha” para o seu país. Os analistas dizem que os partidos extremistas beneficiaram da retórica extremista de Fico.
“Actualmente, convém a Robert Fico manter-se distante de Kotleba e do seu partido”, considerou o analista político Samuel Abraham, que classifica o governador de Banská Bystrica como um “neo-nazi”.
Robert Fico, líder do partido social-democrata SMER, um nacionalista de esquerda, obteve cerca de 28,3% dos votos – o que lhe deve garantir apenas 48 dos 150 lugares do Parlamento. Qualquer coligação deve incluir o partido Liberdade e Solidaridade (SAS), identificado como libertário, que teve 10,6%.Em 2012, o Governo caiu porque o SAS se recusou a apoiar o resgate à Grécia.
O líder deste partido, Richard Sulik, teve de ser levado para o hospital, quando estava a comemorar os bons resultados eleitorais – segundo os media locais, citados pela Reuters, magoou-se na mão ao abrir uma garrafa de champanhe com um sabre.
Fico, que manter-se como líder do Governo presidirá à União Europeia a partir de 1 de Julho – e será ainda o representante da Eslováquia na cimeira da UE com a Turquia na segunda-feira dedicada à crise dos refugiados – tem-se oposto de forma determinada ao sistema de quotas para distribuição dos refugiados pelos vários países europeus. De acordo com este esquema, o seu país deveria receber 2600 pessoas.
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Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/fico-prometeu-que-nao-entraria-nem-um-muculmano-na-eslovaquia-e-perdeu-a-maioria-1725379
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Tem piada a maneira como o jornalista cria o título - o vencedor teve como mote da campanha a rejeição de imigr... de refugiados muçulmanos e depois perdeu a maioria absoluta... «se calhar» pode haver quem pense que perdeu a maioria por se mostrar contrário à entrada de muçulmanos... Salta à vista que ele lá sabe porque é que mesmo sendo de Esquerda adoptou como lema político principal uma declaração de Extrema-Direita - porque sabe como é o povo e percebe que, no essencial, a Democracia dá a médio ou longo prazo a vitória aos Nacionalistas, isto é, àqueles cuja mensagem central é «Nós primeiro que os outros». Esta é pois mais uma clara vitória, senão de políticos nacionalistas - embora Fico seja pelos vistos considerado como um nacionalista, de Esquerda - pelo menos do Nacionalismo, sem margem para dúvida. Que a Esquerda esperneie e chame «vergonha» à decisão popular não surpreende, mas que queira insinuar que é por causa de Fico que a Extrema-Direita tem mais poder do que antes, isso então é mais uma tentativa, tipicamente esquerdista, de atirar areia aos olhos das pessoas, invertendo o processo de causa-efeito. A verdade que lhes custa admitir é esta: o povo não é tão manipulável como eles queriam que fosse - não vota nos Nacionalistas porque estes o hipnotizam, vota nos Nacionalistas porque estes dizem em voz alta aquilo que o Povo pensa.
6 Comments:
http://pt.euronews.com/2016/03/06/espanha-otegi-apela-a-segunda-frente-independentista-no-pais-basco/
http://pt.euronews.com/2016/03/07/ue-quer-encerrar-rota-dos-balcas-a-refugiados-nos-proximos-dias/
Rússia deixa aviso,em tou de ameaça á Coreia do Norte:
Após a declaração de Pyongyang nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse considerar "categoricamente inadmissíveis" as ameaças norte-coreanas contra Washington e Seul.
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Mídia: Ocidente vem perdendo o seu poder rapidamente
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Os teóricos militares russos pretendem responder à guerra híbrida e preparar para desenvolver o seu conceito de “poder brando” (soft power), informou o jornal russo Kommersant na terça-feira (1), citando um alto funcionário militar.
Leia mais: http://br.sputniknews.com/defesa/20160301/3709770/militares-russos-vao-desenvolver-concepcao-de-poder-brando.html#ixzz42F2Q4kGM
O “soft power” é geralmente considerado como a habilidade de uma entidade ou Estado de influenciar indiretamente o comportamento ou interesses de outras entidades ou Estados por meios culturais ou ideológicos.
Leia mais: http://br.sputniknews.com/defesa/20160301/3709770/militares-russos-vao-desenvolver-concepcao-de-poder-brando.html#ixzz42F2ZOE00
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