PRESIDENTE DE FRANÇA CONCEDE A CONDECORAÇÃO MÁXIMA A MANDANTE DE EXECUÇÕES QUE VIOLAM OS DIREITOS HUMANOS
O ministro do Interior e príncipe herdeiro saudita, Mohammed ben Nayef, foi agraciado pelo presidente francês com a Legião de Honra, máxima condecoração atribuída no Hexágono. Os partidos tradicionais calam-se - e só a Frente Nacional, de extrema-direita, protesta.
Fora do leque partidário, é conhecida até agora a indignada reacção de Bénédicte Jeannerod, que tuitou a pergunta: "Queixa-se [François] Hollande sobre a massiva violação de direitos humanos por ibn Naif? Não: ele atribui-lhe a Legião de Honra".
Pelos vistos consciente do melindre da condecoração, o Palácio do Eliseu manteve-a secreta até depois de ser atribuída. Só no domingo a Agência France Press conseguiu obter a confirmação do que era rumorejado a esse respeito: segundo o diário francês Le Monde, o príncipe saudita já estava condecorado, no maior segredo, desde sexta feira.
O vice-presidente da Frente Nacional Florian Philippot foi até agora o único político dos partidos parlamentares a criticar Hollande: "Deveremos falar de Legião da Desonra?"
Com efeito, a desonrosa condecoração pode estar relacionada com o caderno de encomendas da indústria de armamento francesa, que conta a Casa Real saudita entre os seus maiores clientes. Mas nem por isso passa despercebido o curriculum do príncipe saudita como um dos mais febris mandantes de execuções capitais no planeta: a Arábia Saudita só é ultrapassada, nessa matéria, pela China e pelo Irão.
Desde o início do ano, foram executadas na Arábia Saudita 70 pessoas, 47 das quais num só dia, 2 de Janeiro. A maioria são criminosos de delito comum, mas também há opositores políticos executados, como foi o caso do líder chiita Nimr al-Nimr. Geralmente são decapitados a golpe de sabre.
No ano passado o número de execuções capitais na Arábia Saudita quase duplicou: 153 pessoas, contra 87 no ano anterior. Nas três décadas que transcorreram entre 1985 e 2015, houve 2 208 execuções. As vítimas foram em grande número estrangeiros - cerca de um milhar. Entre elas contavam-se diversos menores de idade ou pessoas com deficiência mental.
A Amnistia Internacional denunciou a ausência de garantias de defesa em tribunal para as pessoas passíveis de condenação capital e, em Agosto de 2015, referiu uma intensificação do ritmo de execuções, realizadas invocando a "lei islâmica", por crimes como assassínio, violação ou tráfico de droga, mas também como forma de perseguição religiosa contra pessoas que renunciassem à religião islâmica.
Outros castigos corporais especialmente pesados têm estado também sob o foco da crítica: foi o caso do blogger Raïf Badaoui, condenado a sofrer mil chicotadas, por ter pedido uma reforma da estrutura teocrática do Estado saudita.
Também as mulheres sofrem uma clara discriminação na Arábia Saudita. Desde o ano passado, podem votar e, em teoria, ser eleitas a nível municipal. Mas até hoje continuam proibidas de conduzir.
A campanha de expulsão dos imigrantes levada a cabo desde 2013 envolveu uma massiva pilhagem das parcas poupanças dos deportados por parte da burocracia saudita. Segundo a Human Rights Watch, "muitos deles voltaram aos seus países sem nada, impossibilitados de comprarem alimentos ou de pagarem o transporte para as suas regiões de origem, em certos casos porque funcionários sauditas lhes confiscaram arbitrariamente os seus haveres pessoais".
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Agradecimentos ao camarada RC por me ter enviado esta página: http://www.rtp.pt/noticias/mundo/francois-hollande-condecora-o-mandante-das-decapitacoes-sauditas_n901996
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Torna-se cada vez mais óbvio que a grande diferença entre a Arábia Saudita e o califado da Síria e do Iraque é que este pode aplicar a charia ou lei islâmica sem limites, enquanto aquela (ainda) pode sofrer pressões a nível internacional para comutar as penas... e vê-se assim forçada a aplicar de quando em vez a chamada «muruna», que é a suspensão da lei da charia para enganar ou tranquilizar o infiel...
Quanto à condecoração que o tipo que manda na França concedeu ao rei saudita, é sintomático que só os «racistas» se tenham com ela indignado, como também é sintomático que se quisesse escondê-la, porque a elite sabe que o povo, o povinho, pensa como os «racistas» da FN e não gosta de incoerências invertebradas politicamente correctas, ou economicistas...
1 Comments:
se bem que o povo "francês" merece este tipo de situação,se tivessem vergonha na cara e votassem em massa na FN nada disto teria acontecido, e digo mais entre os países europeus a frança é a que está mais próximo de ser um país muçulmano,talvez esta "condecoração" seja um sinal de que em um futuro próximo a frança se tornará parte da comunidade islâmica,o que não conseguiram em poitiers,irão conseguir com o povo sonso e uma elite suicida e mongoloide.
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