quarta-feira, fevereiro 17, 2016

BATALHA DE DIU, UMA DAS MAIORES VITÓRIAS DA HISTÓRIA MILITAR PORTUGUESA - VITÓRIA DE PORTUGAL NA GUERRA LUSO-TURCA

Antes que me esqueça, cá vai, novamente em atraso, mas pelo menos ainda é no mesmo mês:



Assinale-se neste mês mais um aniversário da Batalha de Diu, travada a 3 de Fevereiro de 1509 entre os Portugueses e as forças islâmicas da região, como aqui se pode ler: de um lado, e em gravíssima inferioridade numérica, quase inverosímil, a tropa conduzida pelo vingativo D. Francisco de Almeida; do outro, as gentes do sultão de Gujarat, do sultão mameluco do Cairo, do sultão otomano Beyazid II e do samorim da época.
A vitória de Portugal foi retumbante e marcou uma época e um lugar - mercê de terem saído vencedores contra força tão superior em número, os Portugueses ganharam uma auréola de invencibilidade que muito contribuiu para o estabelecimento do seu poderio na região.
Tratou-se efectivamente de uma represália bem sucedida do primeiro vice-rei da Índia, D. Francisco de Almeida, que no ano anterior, 1508, perdera o seu filho, D. Lourenço de Almeida, morto no ataque de Chaul.

Esta vitória naval lusa marcou o início do domínio português e europeu no Oceano Índico, tendo um impacto análogo ao das batalhas do Levante e de Trafalgar. O poderio turco otomano na Índia foi neste episódio seriamente abalado e o de Portugal tornou-se soberano. O Império Português venceu assim a Guerra Turco-Portuguesa, que tinha como aliadas as cidades mercadoras de Veneza e de Raguza, além do império sultanato mameluco do Egipto e do Samorim Raja. 
Glória a Portugal, aos soldados de Diu e a D. Francisco de Almeida, um dos maiores heróis da História Pátria, injustamente pouco lembrado...

Há que recordar também o ponto de vista de D. Francisco de Almeida a contrariar a noção de império à maneira tradicional, numa carta que escreveu ao rei D. Manuel I:


«Toda nossa força seja no mar, desistamos de nos apropriar da terra. As tradições antigas de conquista, o império sobre Reis tão distantes, não convêm. Destruamos estas gentes novas (árabes, afgãs, etíopes, turcomanos) e assentemos as velhas e naturais desta terra e costa: depois iremos mais longe. Se o que queremos são os produtos da Índia, o nosso império marítimo assegurará o monopólio português contra o turco e o veneziano. Imponhamos pesados tributos, exageremos o preço das licenças (cartazes) para as naus dos mouros navegarem nos mares da Índia e isso as expulsará. Que tenhamos fortalezas ao longo da costa mas apenas para proteger as feitorias porque a verdaddeira segurança delas estará na amizade dos rajás indígenas por nós colocados nos seus tronos, por nossas armadas defendidos. Substituamo-nos ao turco e abandonemos a ideia de conquista para não padecermos das moléstias de Alexandre.»