quarta-feira, janeiro 13, 2016

MAIS E MAIS LÍDERES EUROPEUS PARECEM CONCORDAR COM O «FASCISTA» HÚNGARO...

Fonte: http://pt.euronews.com/2016/01/06/modelo-populista-de-orban-esta-a-ganhar-terreno-na-europa-jean-quatremer/
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As ideias do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, estão a espalhar-se um pouco por toda a Europa. O controlo de fronteiras é exemplo disso mesmo: foi adoptado por vários países, para evitar a entrada de refugiados.
Para analisar esta situação, a Euronews entrevistou Jean Quatremer, correspondente em Bruxelas jornal Libération e especialista em assuntos europeus.

Grégoire Lory, euronews:
“Os Estados-membros, um de cada vez, estão a reintroduzir os controlos de fronteiras. Vemos muros a ser construídos na Europa. Temos a sensação que a resposta húngara à crise dos refugiados está a ser replicada no seio da União Europeia?”

Jean Quatremer, correspondente em Bruxelas jornal Libération:
“Seis meses depois do início da crise dos refugiados existe uma verdadeira evolução, uma revolução na Europa. No início, o primeiro a responder com a construção de um muro foi Orbán, o primeiro-ministro húngaro e todos lhe apontaram o dedo uma vez que é surpreendente ver a Hungria, o primeiro país a fazer cair a “Cortina de Ferro, em 1989, a erguer um muro na fronteira com a Sérvia e depois com a Croácia. Todos apontavam o dedo dizendo que “não era surpreendente uma vez que se tratava de um primeiro ministro autoritário, etc…e como resposta todos mostravam o exemplo de Angela Merkel que, rapidamente, abriu as fronteiras dizendo “não podemos deixar estas pessoas em situações humanitárias monstruosas como as da gare de Budapeste, nos Alpes austríacos, por isso, abro as fronteiras.” E seis meses depois, todos estão a restabelecer o controlo de fronteiras, foram construídos muros e ninguém diz nada, deixamos as pessoas morrer no Mediterrâneo, todos os dias há naufrágios de pequenos Aylan, ninguém se importa. E afinal agora dizem que Orbán talvez tivesse razão, o modelo é bom, a construção de muros, de postos de controlo, barreiras electrificadas, não queremos esses muçulmanos. Vamos vigiá-los na Eslováquia, na Polónia e até mesmo a muito generosa Suécia diz que está lotada e fechou as fronteiras. Incomoda muito ver que estamos a regressar ao “cada um por si”, podemos pensar que é uma questão de soberania, ou seja, uma resposta nacional que vai permitir resolver um problema que a União Europeia não conseguiu resolver”.

Grégoire Lory, euronews:
“A Comissão Europeia tenta manter o espaço Schengen mas parece que esse discurso não chega às capitais?”

Jean Quatremer, correspondente em Bruxelas jornal Libération:
“Claramente a Comissão Europeia faz o máximo que pode e desse ponto de vista, só podemos agradecer a acção de Jean-Claude Juncker, que continua a tentar salvar o acervo comunitário. Mas hoje, numa primeira fase, é cada um por si, porque no fundo França está muito contente que o problema esteja em Itália, a Itália está muito contente que o problema esteja na Grécia…ou seja, cada um passa a batata quente a outro. Isto pode demorar um mês, dois meses, seis, um ano mas mais tarde ou mais cedo vão existir tensões políticas impossíveis de gerir entre os Estados-membros. Como disse um responsável alemão há alguns meses, o que está a acontecer hoje com os refugiados…é desta forma que nascem os conflitos.”

Grégoire Lory, euronews:
“Podemos falar de uma vitória política ou ideológica de Viktor Orbán neste debate?”

Jean Quatremer, correspondente em Bruxelas jornal Libération:
“Acredito que esta é uma vitória ideológica de Viktor Orban. O modelo populista de Orbán está a ganhar terreno na Europa: em todo o lado hoje são tomadas medidas mais ou menos parecidas com as que foram tomadas por Orbán, mesmo a esquerda francesa. Sem falar na esquerda eslovaca que está mesmo a ultrapassar Orban, de extrema direita. Ou seja, está a ser reduzida a liberdade, o estado de direito, algo que lembra os anos 30: o regressos das fronteiras nacionais, o regresso à autoridade, esta vontade de limitar a democracia, limitar a liberdade de expressão”.

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Mais uma salganhada de conceitos muito ao estilo da Esquerda propagandística - o esquerdalhame antirra universalista não gosta de fronteiras fechadas, vai daí o que faz essa gente?, espeta-lhe com o rótulo «anti-democrático» e já 'tá. Qualquer raciocínio simples e claro permite ver que não há absoluta e rigorosamente nenhuma ligação lógica entre governo anti-democrático e encerramento das fronteiras a alógenos, muito pelo contrário, a verdadeira Democracia exige que se fechem as fronteiras a quem não é do Povo, precisamente para que não haja interferências externas no processo democrático, que assenta na soberania de um Povo sobre si mesmo. Sucede que uma elite político-cultural reinante dá por adquirido que Democracia é igualdade entre todos, quando Democracia significa na verdade poder do Povo, sendo o Povo sempre, em todos os casos, uma entidade étnica definida e diferente das demais. Só uma elite feita de classes já muito «acima» da restante população, e cuja mundivisão esteja totalmente desenraizada, é que pode ver o Povo como «a manada», o «toda-a-gente», e desse ponto de vista tanto faz um negro como um branco, um cigano como um árabe, quando na verdade todo e qualquer Povo é sempre, mas sempre, uma gente específica, esta gente, esta, esta e não outra. 
Quando se perde de vista esta evidência, o disparate é livre. Este Quatremer da entrevista chega até ao ponto de «lhe» dar com «limitar a liberdade de expressão», às tantas vale tudo, só não disse que construir um muro é o mesmo que ser genocida e batoteiro no poker porque não calhou.

Entretanto, há ainda no seio do Nacionalismo político quem fique contente com esta rotulagem, mercê do seu ódio tacanho e dogmático à Democracia... o mais ridículo é que essa mesma gente geralmente não tolera ser classificada como «Extrema-Direita», mas orgulha-se de personificar o pior dos piores que a Extrema-Direita alguma vez teve...

Quanto ao sucesso do dito «modelo de Orban», enfim, é uma maneira de dizer reconhecimento da realidade como ela é e actuação correspondente. Chamar-lhe «modelo de Orban» tem o seu quê de redutor - já há décadas os Nacionalistas europeus de todos os países preconizam o mesmo, muito antes de saberem que havia alguém com tal nome. Isto é, ao fim ao cabo, o que de mais primordial há no humano - a salvaguarda do Nós acima de tudo.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

sobre orban;


Before Jobbik this guy was completely opposite. I wouldn’t trust him at all.

Does he really mean it or is he just trying to take support away from Jobbik?
there is after all local elections in a couple months..he always does this .talk

Don't forget this
Hungarian Ambiance: Afghan immigrant family in Gy

Hopefully people will see Fidesz for what it really is.

http://www.hungarianambiance.com/2012/04/afghan-immigrant-family-in-gyorsag.html

"According to the Interior Ministry, 225 thousand foreign citizens received more than three months long temporary residency status in Hungary the last year. Hungary spend 4.2 billion forints this year on asylum seekers and people granted international protection to improve their situation and facilitate their social integration into society. 75 percent of the funds come from the European Union and 25 percent from Hungarian taxpayers."

15 de janeiro de 2016 às 11:32:00 WET  

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