segunda-feira, janeiro 11, 2016

ESLOVÁQUIA NÃO ACEITA IMIGRANTES MUÇULMANOS - PRIMEIRO-MINISTRO ESLOVACO CONDENA O MULTICULTURALISMO

A Eslováquia lutará contra a entrada de migrantes islâmicos no país, afirmou o primeiro-ministro Robert Fico nesta quinta-feira (07/01). Segundo o líder, o motivo é evitar ataques como os de Paris, em França, e de Colónia, na Alemanha.
Fico tem usado a questão da crise migratória como elemento-chave da sua campanha para as eleições parlamentares de 5 de Março no país. O seu governo entrou com uma acção contra o plano da Comissão Europeia em realojar requerentes de asilo em todos os membros da União Europeia (UE).
"Não só recusamos as quotas obrigatórias, como nunca tomaremos uma decisão voluntária que levaria à formação de uma comunidade muçulmana unificada na Eslováquia", afirmou o primeiro-ministro a repórteres em Bratislava.
"O multiculturalismo é uma ficção. A partir do momento em que deixe imigrantes entrarem, terá de enfrentar este tipo de problema", disse ele, relacionando o afluxo de refugiados na Europa com os ataques terroristas de Novembro passado em Paris e com a série de ataques contra mulheres na noite de réveillon em Colónia. "Não queremos que aconteça aqui o que aconteceu na Alemanha."
Nesta sexta-feira, o Ministério do Interior alemão informou que, dos 31 suspeitos já identificados pela Polícia Federal por crimes cometidos no Ano Novo em Colónia, 18 são imigrantes requerentes de asilo. A maioria dos casos envolve furto e assalto – mas ainda não foi estabelecida qualquer relação com os ataques a mulheres.

Opinião compartilhada
A postura anti-imigração de Fico ecoa entre os eleitores da Eslováquia, um país católico de 5,4 milhões de pessoas e com quase nenhuma experiência com migrantes. O país recebeu apenas 169 pedidos de asilo em 2015, mas foi requisitado pela Comissão Europeia a aceitar mais 802 pessoas neste ano.
Países vizinhos da Eslováquia têm opiniões semelhantes à do primeiro-ministro eslovaco sobre a crise migratória. A Hungria também entrou com uma acção na Justiça contra o plano de quotas obrigatórias da Europa. O primeiro-ministro do país, Viktor Órban, tem afirmado repetidamente que o afluxo de refugiados ameaça minar as raízes cristãs do continente europeu.
O novo governo conservador da Polónia também tem se pronunciado contra a migração, dizendo que seu país não pode repetir os erros de outras nações da UE. Varsóvia, no entanto, afirmou que irá cumprir a promessa do governo anterior de conceder asilo a 7 mil requerentes neste ano.

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Fonte: http://www.dw.com/pt/eslov%C3%A1quia-afirma-que-n%C3%A3o-acolher%C3%A1-mu%C3%A7ulmanos/a-18967801?maca=pt-Facebook-sharing