GOVERNO TUGA QUER QUE TODO O TERCEIRO-MUNDO LUSÓFONO POSSA ENTRAR LIVREMENTE EM PORTUGAL
Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/2015/12/1720671-portugal-quer-liberdade-de-circulacao-e-residencia-entre-paises-lusofonos.shtml
http://noticias.terra.com.br/mundo/portugal-quer-liberdade-de-circulacao-e-residencia-entre-paises-lusofonos-brasil-enxerga-ideia-com-cautela,02c42e400e0ef96d3cb74577f3b5a4d9gsg8edh8.html
Texto da notícia a itálico, comentários do blogueiro a escrita normal.
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O novo governo português quer derrubar a necessidade de visto e estabelecer a liberdade de circulação e residência para os cidadãos dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Uma iniciativa que o Brasil, por enquanto, trata com cautela e fora das suas prioridades momentâneas.
O projecto é detalhado oficialmente no programa de governo apresentado pelo Partido Socialista luso, que assumiu o poder em Novembro, e já foi defendido em diversas ocasiões pelo recém-empossado primeiro-ministro António Costa.
"A autorização de residência garante a liberdade de circulação. É preciso eliminar barreiras, que tantas vezes têm dificultado não só o contacto das famílias, como o desenvolvimento económico e o contacto cultural (entre esses países)", argumenta Costa.
A proposta de derrubar as fronteiras no bloco lusófono também ganha força no sector empresarial. Num fórum que acontece nesta quinta e sexta-feira, em Braga (Norte de Portugal), a Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP) garantiu que reforçará o coro pela liberdade de circulação de pessoas, bens e capitais entre os Estados-membros.
"Precisamos de mobilidade, da livre circulação. Estamos fazendo um lobby persistente com os políticos para que isso aconteça. A nossa proposta é muito simples: abram as vias que os empresários farão o resto", promete o moçambicano Salimo Abdula, presidente da CE-CPLP.
Coordenador-geral para a CPLP do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, o diplomata Paulo André Moraes de Lima explica à BBC Brasil que o país não enxerga o bloco lusófono como uma nova versão da União Europeia ou do Mercosul, e sim com funções mais próximas a organismos como a Organização dos Estados Americanos (OEA) ou a Secretaria-Geral Ibero-americana (Segib).
"Entendemos a CPLP como um importante foro de concertação política e diplomática, bem como uma plataforma de cooperação e de difusão e promoção da língua portuguesa, nos moldes de uma organização multilateral convencional, e não como um organismo com vocação supranacional", argumenta Lima, que também não se mostra entusiasmado com as promessas do empresariado lusófono.
"O mesmo raciocínio aplica-se à circulação de bens e serviços. Nesse aspecto, as nossas prioridades estão claramente no foro da OMC (Organização Mundial do Comércio) e nas negociações no âmbito do Mercosul, intra e extra-bloco", explica à BBC Brasil o diplomata.
Apesar do posicionamento contido sobre as propostas portuguesas, o alto funcionário do Itamaraty para a CPLP confirma que a circulação de pessoas tem sido um tema recorrente na agenda do bloco e admite que "tecnicamente não há nenhum impedimento para que o assunto avance".
"Não exigiria nenhuma mudança na actual estrutura institucional da CPLP. Seria um instrumento como o Acordo Ortográfico ou a recente Convenção Multilateral sobre Segurança Social na CPLP, assinada em Díli (Timor-Leste) e ainda em processo de ratificação pelos Estados", afirma o diplomata à BBC Brasil.
No seu projecto de livre circulação, o governo português defende a criação de uma "Carta de Cidadão Lusófono", que serviria para o "reconhecimento a todos os cidadãos de vários direitos no espaço lusófono, tais como a liberdade de deslocação e de fixação de residência, o reconhecimento das qualificações académicas e profissionais, o exercício de direitos políticos e a portabilidade dos direitos sociais".
A ideia do governo português é adoptar algo semelhante ao Espaço Schengen da UE, que permite a livre circulação de pessoas entre os países signatários – como é o caso de Portugal – e o reconhecimento automático dos direitos desses cidadãos.
O problema é que o modelo que serviu de inspiração poderia vir a ser justamente um dos principais empecilhos para que se colocasse em prática a iniciativa de Lisboa de adoptar a livre circulação entre os países lusófonos.
"Sou a favor do livre trânsito, mas não me parece ser uma medida possível no actual contexto europeu, levando em conta que Portugal não está considerando sair da UE nem do Espaço Schengen. Se esta livre circulação acontecesse, o resto da Europa acabaria por reinstaurar as fronteiras com Portugal", opina à BBC Brasil a pesquisadora portuguesa Beatriz Padilla, especialista em políticas de migração.
É mais do que caso para dizer - felizmente há Europa. É também caso para lembrar o que tenho dito à saciedade ao longo dos anos: com todos os defeitos que a UE possa ter, de momento está o País menos mal dentro da dita que fora dela... com a elite político-cultural tuga a ser a merda lusofonista que é, se Portugal não fizesse parte da UE a esta hora já isto aqui estava transformado num Cabo Verde em solo europeu ou numa favela norte-atlântica...
A visão pessimista, no entanto, é rejeitada por António Costa, que garante que Portugal tem o direito de negociar tratados de liberdade de residência com quaisquer países sem precisar da bênção do bloco europeu.
"Portugal tem toda a liberdade para negociar com os demais países da CPLP tratados de liberdade de residência e deve fazê-lo. A exigência de vistos de entrada na UE é no âmbito europeu. Outra coisa diferente, é o direito de residência em Portugal, que podemos garantir a todos, na base da reciprocidade, de forma a também garantir a todos os portugueses direito de residência nos Estados da CPLP. E com a autorização de residência, os vistos estão dispensados", argumenta o primeiro-ministro luso.
Segundo a directora da licenciatura em Relações Internacionais da Universidade do Minho, Sandra Dias Fernandes, a coexistência entre a livre circulação com a União Europeia e com a CPLP é possível, mas teria de ser tratada antes em Bruxelas.
"Portugal pode alcançar o que o governo defende, mas não é algo tão simples ou automático. Um acordo de livre trânsito com os países lusófonos teria de ser explicado antes ao bloco europeu para poder avançar", analisa Fernandes à BBC Brasil.
Só mesmo Bruxelas nos pode salvar, porque cá não há ainda ninguém capaz de o fazer.
O empenho de Portugal para derrubar as barreiras de circulação e residência entre as nações lusófonas coincide com uma das mais graves crises demográficas experimentadas pelo país europeu, que precisa de imigrantes para suprir a carência deixada pelos portugueses que foram embora no passado recente.
"A debilidade da economia e a crise dos últimos anos criou um desajustamento que só pode ser acertado com a imigração. Enquanto jovens qualificados deixam o país em busca de mercados mais competitivos, trabalhadores pouco qualificados preferem ficar parados e receber o auxílio-desemprego a ter um emprego braçal", comenta à BBC Brasil o economista português Horácio Piriquito.
"Essa realidade criou uma anomalia em que temos alto índice de desemprego ao mesmo tempo em que falta mão de obra na agricultura e na indústria, por exemplo. E só com a chegada de imigrantes o mercado poderá se equilibrar e a demografia ser reajustada", afirma.
Além de Brasil e Portugal, participam da CPLP Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e Timor-Leste. Juntos, os países do bloco lusófono reúnem mais de 250 milhões de pessoas.
No discurso de António Costa, no entanto, mais importante do que um estímulo à imigração, a livre circulação entre os membros do bloco servirá para "edificar o pilar da cidadania" entre cidadãos de países com uma história tão interligada com a de Portugal.
"Depois de termos bons resultados do ponto de vista políticos e económicos na CPLP, devemos investir naquilo que é a sua grande força, a relação humana única entre os nossos povos, que deve se traduzir neste pilar de cidadania", defende o primeiro-ministro luso, enquanto espera que o Brasil também passe a enxergar a livre circulação dentro do bloco como uma questão prioritária.
Quanto ao que diz o economista Horácio Piriquito, é a costumaz obscenidade pró-imigracionista que já se conhece, assente numa visão universalista, a-étnica e portanto desenraizada, típica da elite político-cultural reinante, para a qual a definição de povo é a maralha toda que está abaixo dessa elite, tanto fazendo que seja branca, negra ou azul às riscas. Claro que numa perspectiva destas a imigração é catita para resolver o problema da baixa natalidade: «Não há mais europeus a nascer?, não fá' mal, manda-se vir africanos ou asiáticos e já tá', povinho é povinho, seja qual for a sua cor, desde que faça número e sirva para trabalhar.» Foi nisto, nesta desgraça, neste insulto aos Europeus, que resultou o processo longo da cristianização e a incubação do vírus do universalismo militante que foi inoculado nas veias da «inteligência» europeia e agora dá os seus frutos: a constituição de uma elite político-cultural indiferente (quando não frontalmente contrária) à identidade racial. Semelhante veneno não domina o Japão, por exemplo, que nunca foi cristianizado, e se calhar por essas e por outras é que para precisamente o mesmo problema, o da baixa natalidade, a lógica declarada pelo primeiro-ministro é diametralmente oposta à da classe política que manda no Ocidente: conforme disse o nipónico, é precisamente, mas é precisamente por haver poucos nascimentos japoneses que o Japão não pode aceitar refugiados, uma vez que antes de mais nada tem de cuidar da sua própria população. Abençoado imperador japonês que crucificaste uma porrada de cristãos e assim salvaste a tua pátria da merda que agora se abate sobre o Ocidente...
De resto, as palavras de Piriquito parecem frágeis diante da notícia, de há pouco tempo, que mostra que, ao contrário do que ele diz, há pouquíssimos postos de trabalho disponíveis em Portugal: http://gladio.blogspot.pt/2015/12/portugal-e-o-pais-da-zona-euro-que-mais.html. O que na verdade há é muito empresário a enriquecer depressa enquanto os salários são vergonhosamente baixos, à maneira do terceiro-mundo, e é por isso que a malta empresarial e seus comparsas na política querem ainda mais trabalhadores do terceiro-mundo em Portugal, porque estes aceitarão de bom grado as migalhas que o patronato lhes quiser pagar.
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