segunda-feira, junho 01, 2015

PNR DENUNCIA PROPÓSITOS DAS PRIVATIZAÇÕES

Um dos “feitos” que ficarão para sempre associados ao actual Governo é a concessão do abastecimento de água e saneamento a privados.
Antes de mais, importa referir que, para o PNR, a água é um bem comum, um recurso básico e essencial não só para as populações humanas, mas também para todos os seres, pelo que não deve ser um negócio. Porque, ao contrário daquilo que o PSD/CDS defendem, para o PNR nem tudo é transaccionável, nem tudo tem que ter um preço e nem tudo foi feito para dar lucro.
Depois, importa questionar: o que ganhamos nós, população em geral, com as privatizações e com as concessões, que até ao final do ano passado tinham rendido pouco mais de 9 mil milhões de euros? Pressionado pela Tróica, e com o argumento dos grandes prejuízos que muitas das empresas estatais dão ou davam, iniciou-se um plano gigantesco de privatizações e concessões, que só terá fim quando se nos acabarem os anéis, isto se não nos canibalizarem também os dedos. No final, fica provado que os sucessivos governos têm sido maus gestores.
Os casos paradigmáticos são muitos. Veja-se o do navio Atlântida, adquirido pelo empresário Mário Ferreira há pouco mais de oito meses, e que vai ser vendido a uma empresa de cruzeiros da Noruega por aproximadamente 17 milhões de euros, cerca do dobro do que a Douro Azul tinha pago ao Estado português em Setembro do ano passado. Ou o caso dos CTT, em que cada acção foi vendida a EUR 5,53 e actualmente vale EUR 10,08. Hoje, como que por artes mágicas, os CTT valem 1037 milhões de euros. Ou ainda o caso da concessão do Metro do Porto, onde o Estado vai conceder ajudas à empresa espanhola que ganhou o concurso. Os exemplos são muitos e a vilanagem também. O Estado poderia ter um tecido empresarial que, gerido de forma responsável por profissionais competentes e criteriosamente contratados para o efeito (em vez dos “boys” dos partidos), seria rentável para todos nós. Será que o Estado só nomeia incompetentes para as administrações para depois, e face aos prejuízos, ter justificação para as vender? Ou será que os administradores já são nomeados com instruções precisas para destruir as empresas e depois serem recompensados com cargos depois da sua venda? Podemos acreditar nas duas opções, já que, embora nalguns casos esses administradores e quadros sejam imediatamente afastados pelos novos proprietários, na maioria das vezes a sua equipa fica e, “milagrosamente”, a empresa começa a dar lucros.
Também importa comentar o papel dos sindicatos em todo este processo, uma vez que, enquanto a empresa é estatal, sucedem-se as greves selvagens. Mas, depois da privatização, nem greves, nem plenários, nem protestos. É a velha política comunista da terra queimada, do “quanto pior, melhor”. E, assolados por gente que defende apenas interesses particulares ou de classe, quem sofre é o país e a população em geral.
Podemos assim concluir que governos, administrações e sindicatos contribuem afincadamente para que o sector empresarial do Estado seja vendido ao desbarato.
Nestes processos, o contribuinte é levado a pensar que o Estado está a diminuir a despesa. Mas só diminui a despesa porque não sabe gerar o lucro que podia gerar. E, nalguns casos, o Estado continua mesmo com o despesismo, agora oferecendo apoios para que o negócio seja rentável e os preços não alertem o consumidor para a negociata. Noutros casos, como no sector da electricidade, somos todos nós que estamos a pagar os lucros astronómicos das empresas, em particular da EDP. Só neste ano, os aumentos neste sector foram o dobro da média europeia.
No que toca ao particular da água, a negociata também já está montada para que os potenciais concessionários percebam a mina de ouro que têm pela frente. As propostas de normalização das tarifas mais não visam que vender a água pelo preço mais caro, a que se juntam toda uma séria de taxas e taxinhas que acompanham a factura.
Fica-nos ainda uma questão: a que preço vão os bombeiros pagar a água que usam no combate aos incêndios? E, as autarquias, a água que usam para regar jardins públicos? E as instituições de solidariedade, que acodem aos mais necessitados? Das duas uma, ou pagam como os outros ou lá vêm os subsídios estatais. Porque os dinheiros públicos ou servem para pagar os prejuízos das empresas estatais ou para ajudar os amigos que as compram e, depois de umas eleições perdidas, contratam os quadros dos partidos perdedores, que assim têm sempre emprego e angariam dinheiro para pagar a sua propaganda nas eleições seguintes.
*
Fonte: http://www.pnr.pt/noticias/nacional/privatizacoes-concessoes-em-beneficio-de-quem/

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A bandeira preta e branca do grupo terrorista Estado Islâmico apareceu em uma pequena aldeia da Bósnia e provocou preocupação visto que o número de bósnios que se dirigem ao Iraque e Síria para se juntar ao EI está aumentando.


Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20150601/1180045.html#ixzz3bpkJ8Yrz

1 de junho de 2015 às 18:46:00 WEST  
Blogger Caturo said...

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http://gladio.blogspot.pt/2015/04/a-tragedia-do-nepal-e-os-abutres-da.html

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1 de junho de 2015 às 19:49:00 WEST  
Blogger Afonso de Portugal said...

Noto que muitas dessas respostas foram para o mesmo anónimo, um "anti-democrata" quem tem uma maneira muito própria de colocar os sinais de pontuanção... julgo já o ter visto nalgum lado...

2 de junho de 2015 às 15:43:00 WEST  

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