sexta-feira, junho 12, 2015

DISCURSO DO CONTRA-ALMIRANTE NUNES DA SILVA NO DEZ DE JUNHO

Estamos num País das Maravilhas?
Não reconheço a Cavaco Silva qualquer autoridade para me dar lições de patriotismo.
Estava ele a iniciar-se na instrução primária e já eu estava ao serviço de Portugal. A que dediquei toda a minha vida activa, por vezes em situações de risco de vida, sacrificando até vida familiar.
Fiquei pois arrepiado com o que disse a respeito da situação actual do País.
Os portugueses desempregados, os que vão esmolar uma sopa para si e para os filhos, os que perderam a sua habitação, os que tiveram de emigrar para sobreviver, os idosos doentes que vão às 4 da manhã para as portas de um centro de saúde na esperança de serem atendidos, entre muitos outros dramas, não são da sua opinião.
Elogiou os jovens cientistas pela excelência do que vão produzindo, mas os professores que os prepararam são humilhados com a classificação de incompetentes. Por, mesmo com licenciatura e até mestrado e vários anos de ensino, serem obrigados a prestar prova de conhecimentos. E muitos chumbam porque aprenderam português mas não dominam o actual adulterado “pretuguês”.
Elogiou os empresários portugueses, condecorando-os como fez a Zeinal Bava, mas entende ser boa a venda das maiores empresas públicas de Portugal a empresários estrangeiros, chineses, angolanos, seja o que for a nacionalidade. Até vai lá fora oferecê-las.
A esses empresários oferece-se, como aliciantes, trabalho semi-escravo, com baixos salários, muitas horas de trabalho e de fácil despedimento. E alívio nos impostos. Assim se é “competitivo” em atrair investimento.
Aos idosos, actuais e futuros, oferecem-se sucessivas “reestruturações” da Segurança Social, cada uma piorando mais o seu fim de vida.
Só acordou há 2 anos para o risco de conflitos internacionais que nos podem atingir, mas elogia mais uma “reestruturação” completa, recente, e que é altamente contestada pela generalidade dos militares por pôr em alto risco o seu moral e a sua coesão. Recomendando até que não se lhe mexa por ainda não estar “testada”. E não é a “opinião pública” quem desvaloriza os militares: são os “recados” do poder quando pretende legislar no sentido de lhes retirar meios e, sobretudo, os que constam na lei de bases da condição militar.
E tem incentivado a integração europeia, a entrega sucessiva de soberania, sem consulta aos portugueses. Por último o Tratado Orçamental.
Mas sim, claro que tenho esperança que Portugal melhore.
Desde que os portugueses consigam substituir os que hoje os dirigem por quem considere que a sua missão é promover o bem-estar da esmagadora maioria dos portugueses e não apenas de alguns.
*
Fonte: página de Facebook da AOFA, Associação de Oficiais das Forças Armadas

1 Comments:

Blogger legião 1143 said...

Só não concordo com a parte dos professores , para além de estar apenas meia verdade , concordo com o exame de professores

12 de junho de 2015 às 11:28:00 WEST  

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