terça-feira, março 31, 2015

«DRÁCULA - HISTÓRIA DESCONHECIDA», SOBRE UM PALADINO DO OCIDENTE CONTRA UMA INVASÃO ASIÁTICA...


Era para já ter comentado há que tempos o «Drácula - A História Desconhecida», que foi exibido em Portugal não sei em que mês do ano passado. O «trailer» que por aí corria não lhe faz jus, parecendo resumi-lo a uma sequência «vertiginosa» de cenas de acção, muito ao jeito hollywoodesco de corrida & porrada à velocidade super-sónica para deslumbrar a cambada juvenil e não deixar tempo para mais coisa nenhuma. Esta película não é bem isso. Sem deixar de ter os seus lugares-comuns em termos de sequências de bordoada e efeitos especiais, exibe também alguma consistência histórico-narrativa, credível, e um desenvolvimento mínimo das personagens e do enredo. Notabiliza-se em particular por abordar o aspecto mais concretamente histórico da personagem e do seu tempo; como brinde, chateia que se farta a politicagem correcta anti-racista, que não gostou de ver o seu Amado Outro, o seu Sagrado Alógeno, neste caso o Turco, a ser representado como o mau da fita, e consta que até houve protestos por causa disso... Para tal tropa ideológica a realidade histórica é uma chatice muito grande que não é preciso, que não é preciso ir por aí e coisa e tal, quer-se dizer, não é para se contar assim sem mai' nem menos, é preciso «um contexto», leia-se, uma mistificação qualquer que afaste as atenções do facto de os Turcos serem mesmo os invasores opressores e arranje para ali algum cavaleiro africano antigo escravo e libertado pelo bom Drácula para lutar ao lado dos Europ... ops, ao lado do Povo do... digo, dos amigos do Drácula contra os Tur..., enfim, contra os inimigos, que por acaso, só por acaso, vinham do Oriente muçulmano, mas não era por serem muçulmanos!, e por isso era preciso arranjar algum bom príncipe turco a dizer que achava mal a invasão das outras terras e pronto... e pronto não!, que no fim era preciso pôr a tónica na união dos Povos, porque afinal o Drácula casou com uma turca, ou podia tê-lo feito, afinal de contas não era racista porque se fosse racista não podia ser herói...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não posso comprovar a veracidade desta histórica mas consta que um dia, quando uma delegação otomana se apresentou a Drácula, este sentiu-se ofendido pelos otomanos usarem os turbantes na sua presença e perguntou-lhes porque não os retiravam; os otomanos responderam que não o fariam pois fazia parte dos seus costumes... Então Drácula disse-lhes que, se era assim, ele iria assegurar que este costume era comprido à letra e como tal mandou pregar os turbantes às suas cabeças...

Posto isto, há que admitir que, para além de herói europeu na luta contra os otomanos, Drácula tinha o seu sentido de humor...

1 de abril de 2015 às 23:02:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Tinha sentido de humor mas não sabia tolerar costumes estrangeiros que ofendessem os nacionais, pois era...

2 de abril de 2015 às 00:06:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

*cumprido

2 de abril de 2015 às 21:26:00 WEST  

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