quarta-feira, fevereiro 18, 2015

LÍBIA PODERÁ SER PORTA DE ENTRADA «DOS FUNDOS» DE ISLAMISTAS DO CALIFADO NA EUROPA

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1&did=178762
*
Terroristas vêem na Líbia um país que tem grande importância económica e militar e que permite a infiltração de operacionais na Europa.

A Fundação Quilliam, que se dedica ao estudo do terrorismo, revelou esta quarta-feira um documento do autodenominado Estado Islâmico sobre rotas e planos estratégicos daquele grupo extremista na Líbia.
No documento, intitulado "Líbia: A porta de entrada estratégica para o Estado Islâmico", o grupo terrorista considera que os jihadistas têm que ir urgentemente para a Líbia, um país de grande importância do ponto de vista económico e que potencia a a infiltração de operacionais na Europa. 
"Deus deu a este país uma posição estratégica e um imenso potencial. Destes aspectos seria possível tirar grandes benefícios se eles fossem devidamente explorados", escreve o autor do texto. 
O autor evidencia três vantagens principais da exploração da Líbia pelo Estado Islâmico: a proliferação de armas no país, a possibilidade de aliviar a pressão sentida no Iraque e na Síria (resultado dos ataques aéreos da coligação internacional às posições dos terroristas) e a proximidade ao Sul da Europa. 
O documento, usado para propaganda e recrutamento, diz que a partir da Líbia a costa europeia pode ser atingida "com facilidade até com um barco rudimentar", como fazem, todos os dias cerca de 500 migrantes ilegais, exemplifica o autor. 
"De acordo com muitos destes imigrantes, é possível passar pelos 'checkpoints' de segurança marítima e chegar às cidades. Se isto fosse explorado e desenvolvido estrategicamente, podíamos criar o pandemónio no Sul da Europa", diz.

Líbia em "estado crítico"
Haras Rafiq, o director-gerente da Fundação Quilliam, diz que este documento, a par do vídeo revelado no fim-de-semana que mostrou a decapitação de 21 cristãos egípciosnuma praia no Leste líbio, revelaram o "estado crítico" em que a Líbia está. 
"A comunidade internacional deve agir para ajudar a trazer estabilidade ao país antes que se transforme numa nova Síria, seja para o autoproclamado califado [do Estado Islâmico] ou para qualquer outra organização jihadista", alerta. 
decapitação dos 21 cristãos egípcios provocou uma chamada de atenção internacional para a presença dos jihadistas naquele país. 
No dia seguinte à divulgação do vídeo, reivindicado por um grupo fiel ao Estado Islâmico, a força aérea do Egipto realizou ataques aéreos a posições dos terroristas na Líbia. 
A Líbia também participou nos raides de segunda-feira de manhã. Entre 40 a 50 militantes do Estado Islâmico foram mortos nos bombardeamentos, avançou o comandante da força aérea líbia. 
Os presidentes da França e do Egipto apelaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que discuta a situação na Líbia e que toma novas medidas. 
O país vive uma época fragilizada desde 2011 quando uma guerra civil, apoiada pela NATO, derrubou a ditadura militar de Muammar Khadafi, entregando a gestão da Líbia a um governo provisório.

* * *

Mais uma vez, a política de Washington a favorecer notoriamente o mundo islamista, na tentativa não sei do quê que ou é primariamente claro ou muito mais complexo.... Diz Alexandre del Valle («Guerras Contra a Europa», editora Hugin) que se trata de uma estratégia americana para cercar a Rússia e minar a unidade europeia, de modo a que a Europa continue sem se poder erguer diante do colosso americano. Mas decerto que uma aliança com o Islão já se provou absurda, nomeadamente no caso do apoio ianque aos talibãs afegãos contra as tropas soviéticas, talibãs esses que depois se viraram contra os EUA, elegendo-os como inimigos. O caso dos rebeldes sírios, que foram apoiados pelos EUA contra o regime laico de Bashar el-Assad e agora juntam forças ao califado da Síria, constitui outro exemplo gritante de que com o Islão nenhuma aliança é prudente. Daqui da «rua» pouco mais se pode ver, o caso parece simples de mais e tanto apoio aos islamistas mostra-se por isso mesmo incompreensível.