HITLER INSPIROU-SE EM DITADOR TURCO
Fonte: http://www.thedailybeast.com/articles/2014/11/24/the-20th-century-dictator-most-idolized-by-hitler.html
*
Num novo livro, intitulado «Atatürk in the Nazi Imagination» ou «Ataturk na Imaginação Nazi», o autor, Stefan Ihrig, académico do Instituto de Jerusalém, chama a atenção para um aspecto da vida e obra de Adolf Hitler que a seu ver tem sido descurado pela Historiografia - o fascínio do ditador austríaco pelo ditador turco Mustafa Kemal Pasha, que viria a ser conhecido como Kemal Ataturk. Mussolini foi importante para o líder germânico, aliás, a própria estética nazi era quase copiada da fascista italiana, mas o chefe asiático teve, diz o autor, uma influência ainda mais profunda na elaboração e comportamento do movimento nazi.
Segundo Ihrig, Hitler chamava ao movimento de Ataturk a sua «estrela brilhante» e, segundo disse a um jornal turco em 1933, considerava o próprio Ataturk como «o maior homem do século». Em 1938 disse aos jornalistas e políticos, no seu aniversário, que «Ataturk foi o primeiro a mostrar que é possível mobilizar e regenerar os recursos que um país perdeu. Ataturk foi um professor. Mussolini foi o seu primeiro aluno e eu o seu segundo.» Hitler tinha até um busto a representar o turco, que ele considerava uma das suas posses mais adoradas.
Outras figuras importantes do Nacional-Socialismo inspiravam-se igualmente na pessoa e obra do asiático, como é disso exemplo Joseph Goebbels, o ministro da propaganda nazi. Com efeito, os propagandistas nazis apontavam o exemplo de Ataturk quando argumentavam a respeito da necessidade de haver um fuhrer ou líder lealmente seguido pelo seu povo sem que o questionassem, quando salientavam a necessidade de que houvesse apenas um partido político e uma obrigação de sacrifício nacional, e quando garantiam ser forçoso acabar com a dissidência interna do país.
Constata-se assim que, mais uma vez, a raiz do totalitarismo está no mundo asiático não ariano... Como eu já aqui fiz notar, enquanto a Europa do norte era geralmente democrática, a Europa meridional, mais sujeita historicamente a influências não indo-europeias, estava debaixo de ditaduras. E, significativamente, o único país do «norte», por assim dizer, que enveredou também pela anti-democracia fê-lo sob influência do sul totalitário.
Os nazis louvavam o exemplo dos patriotas turcos que de 1919 a 1923 conseguiram recuperar território em confrontos contra Gregos, Arménios e Franceses. De notar, digo eu, que a Turquia, isto é, o Império Otomano, tinha sido aliada da Alemanha na Primeira Guerra Mundial e tinha sofrido, tal como o país germânico, uma séria derrota e perda territorial. Muitos nacionalistas alemães enalteciam a actuação dos Turcos para, por comparação, denegrirem a fraqueza dos Alemães ao aceitarem as condições do Tratado de Versalhes.
Na esteira deste fascínio pela gesta moderna turca, os Nazis chegaram ao ponto de louvar o genocídio cometido pelos Turcos contra os Arménios. Um dos ideólogos nazis, Hans Trobst, escreveu sobre a «purificação nacional» levada a cabo pelos Turcos contra os «parasitas» arménios e gregos. A secretária de Hitler escreveu a Trobst em nome de Hitler declarando que «aquilo a que o senhor assistiu na Turquia será o que teremos também nós de fazer para nos libertarmos.» Diz Ihrig que Hitler costumava nos seus discursos comparar os Arménios aos Judeus, chamando-lhes inclusivamente «Judeus do Oriente» e algo mais: «suínos, corruptos, sórdidos, sem consciência, como pedintes, submissos, até sabujos».
Lamentável posição de Hitler, digo eu, a fazer com que a sua adoração pelo autoritarismo acima da solidariedade étnica para com Arménios e Gregos, gentes de origem árica, tal como os Alemães, ao contrário dos Turcos... O regime NS redimiu-se desta posição ao declarar mais tarde que os Arménios eram arianos - contra a pressão turca para que os Alemães perseguissem os arménios na Alemanha - fosse por entendimento científico ou por conveniência política, até porque houve muitos arménios a colaborar com a Alemanha de Hitler. De um modo ou doutro, fica mais uma vez explícito que os Nacionalistas europeus da actualidade devem bem menos ao regime da Germânia hitleriana do que demasiadas vezes se diz.
23 Comments:
"Lamentável posição de Hitler, digo eu, a fazer com que a sua adoração pelo autoritarismo acima da solidariedade étnica para com Arménios e Gregos"
Esse conceito de solidariedade étnica entre os povos Ocidentais só se tornou generalizado dentro do Nacionalismo a seguir à Segunda Guerra. Antes era "cada um por si". Não surpreende, por isso, a posição de Hitler.
Assim como as dezenas de % de gregos ke baixam as calcas pro syiriza
Falso hitler nao matou em dunderke os ingleses e francesea pois defendia o europeu comum - o armenio pra ele era asiatico como o judeu; so depois ele chegou a outra conclusao mas de facto ha dezenas de % de armenios menos puros na familia kardashian por exemplo tem uns ke parecem hispanicos
Caturo disse...
«Lamentável posição de Hitler, digo eu, a fazer com que a sua adoração pelo autoritarismo acima da solidariedade étnica para com Arménios e Gregos, gentes de origem árica, tal como os Alemães, ao contrário dos Turcos...»
Dizes tu e qualquer pessoa que não seja um nazionalizta estupidificado pela propaganda NS. É mais uma contradição á junta a outras tantas do führer lunático adorado por tantos no nosso meio.
«De um modo ou doutro, fica mais uma vez explícito que os Nacionalistas europeus da actualidade devem bem menos ao regime da Germânia hitleriana do que demasiadas vezes se diz.»
Não devemos NADA ao regime NS. Absolutamente nada! A única coisa que nos deixou foram os milhões de arianos mortos e a demonização mundial do Nacionalismo que ainda perdura nos dias de hoje.
Ah, sim, e os atrasados mentais que, em pleno século XXI, insitem em andar pelas ruas de braço estendido a berrar "Rudolf Hess" ou, pior ainda, "Revolução!", afugentando assim o nosso potencial eleitorado. Depois ficam muito surpreendidos quando alguns líderes nacionalistas correm com eles!
A kim kardashian parece latino americana ate na porra do rabo
Antes um skin fiel a um pseudo ns ke nada faz pela causa so fica com o rabo no sofa
«É mais uma contradição á junta a outras tantas do führer lunático adorado por tantos no nosso meio.»
Pois, ainda hoje se vê por aqui e por ali um hitleriano que mesmo não sendo alemão nem tendo corno a ver com a luta de chauvinismos da Europa Central, torce o fanático focinho em relação aos Eslavos.
Quanto à adoração pelo tipo de bigode, é mais um elemento que rapidamente atinge o nível de fanatismo totalitário tipicamente oriental-mediterrânico do culto ao chefe. Já na antiga Roma o culto ao imperador surgiu por influência oriental, tendo sido muito mais forte no Império Romano do Oriente do que a ocidente; antes disso, já Alexandre Magno queria ser venerado como um deus, por influência oriental, irritando assim os seus próprios compatriotas ocidentais, que não gostaram da ideia e se calhar limparam-lhe o sebo. Coincidência das coincidências, o culto ao chefe na política europeia institui-se precisamente em dois regimes fortemente influenciados por um asiático, nomeadamente o Fascismo, com o seu duce («Obbedite perche dovete obbedire», «Obedecei porque deveis obedecer», é um dos lemas fascistas), e o NS, com o seu fuhrer.
Um dos piores sinais - consequência ou causa, ou ambas - desta mentalidade é o apego que muitos da área nacionalista ainda têm à figura do líder, pelo menos em Portugal. Ainda se ouve muito boa gente a dizer que «nós precisávamos era de um líder que levasse isto tudo para a frente!», sem perceberem que em primeiro lugar tem de ser cada militante a fazer a sua parte, em nome, não de um chefe adorado, mas sim de um ideal. E depois quando não gostam do presente líder por alguma razão, pura e simplesmente desaparecem de cena com a desculpa palerma de que não gostam do presidente.
«Não devemos NADA ao regime NS. Absolutamente nada! A única coisa que nos deixou foram os milhões de arianos mortos e a demonização mundial do Nacionalismo»
Talvez, mas alguns aspectos do NS merecem louvor, tais como as férias pagas e os direitos dos animais. De qualquer modo a política de expansão e agressão militar, bem como o totalitarismo, fazem do NS um produto ideológico pouco aconselhável.
«Depois ficam muito surpreendidos quando alguns líderes nacionalistas correm com eles!»
Prometem acabar com a Democracia porque garantem que o povo é estúpido porque é porque o Íteler disse que era e depois queixam-se se o povinho os considera perigosos... se o povinho ocidental, naturalmente amante da liberdade, não quer votar em que promete dar-lhe cabo da liberdade e pô-lo a piar baixinho, é porque o povinho está manipulado pelos judeus sionistas maçónicos e assim...
"«Lamentável posição de Hitler, digo eu, a fazer com que a sua adoração pelo autoritarismo acima da solidariedade étnica para com Arménios e Gregos, gentes de origem árica, tal como os Alemães, ao contrário dos Turcos...»
Dizes tu e qualquer pessoa que não seja um nazionalizta estupidificado pela propaganda NS. É mais uma contradição á junta a outras tantas do führer lunático adorado por tantos no nosso meio."
Estar a julgar figuras e períodos históricos passados à luz das ideias actuais é um anacronismo tipicamente esquerdista. Hitler era um produto do seu tempo, tal como qualquer outra pessoa.
Tendo em conta que Kemal e o seu regime eram nacionalistas e tendo em conta essa noção de solidariedade universal entre povos indo-europeus não era um conceito generalizado dentro do Nacionalismo na altura (e nem sequer o é hoje, no que toca a povos indo-europeus mais etnicamente distantes e estabelecidos fora do continete europeu como os arménios ou iranianos, por exemplo), fica claro que a posição de Hitler, relativamente a este assunto, não tem nada de controverso nem incoerente.
Não sou NS nem me indentifico sequer com o NS, acho que o Nacionalismo actual não ganha nada em aproximar-se, seja no campo das ideias e também da maioria das políticas, do NS, mas também acho que repudiar activamente o NS, seja porque motivo for, não traz vantagem alguma ao Nacionalismo. Só serve para criar divisões e rancores internos que dão, involuntariamente, força aos inimigos do Ocidente que enfrentamos.
«tendo em conta essa noção de solidariedade universal entre povos indo-europeus não era um conceito generalizado dentro do Nacionalismo na altura»
Pois não era mas devia ter sido. E podia perfeitamente ter sido, e já antes de Hitler podia ter sido, porque já antes de Hitler nascer se sabia que os Europeus eram quase todos de raiz indo-europeia. Nem estou a dizer que a culpa fosse dele, mas quem tinha as responsabilidades e a primazia que ele e afins tinham podia ter-se alçado acima dos chauvinismos e das visões estreitas.
Anónimo disse…
«Estar a julgar figuras e períodos históricos passados à luz das ideias actuais é um anacronismo tipicamente esquerdista. Hitler era um produto do seu tempo, tal como qualquer outra pessoa.»
Relativizar a preferência do Hitler pelo totalitarismo oriental com a desculpa esfarrapada do contexto histórico, isso sim é tipicamente esquerdista. É precisamente a mesma conversa caricaturalmente desonesta daqueles que dizem que temos de compreender os ladrões e os assassinos por causa da “miséria”, das “privações materiais”, do “capitalismo selvagem”, etc.
Porquê? Porque a liberdade já era um dos valores mais sagrados da Europa e dos povos do Ocidente, muitos séculos antes do ditadorzito de bigode sanguinário ter vindo ao mundo. Portanto, o fascínio do Hitler pelo autoritarismo turco é indesculpável, seja qual for período ou contexto histórico que se considerar.
«Tendo em conta que Kemal e o seu regime eram nacionalistas e tendo em conta essa noção de solidariedade universal entre povos indo-europeus não era um conceito generalizado dentro do Nacionalismo na altura»
Bela maneira de desviar o assunto do cerne da questão: a valorização do autoritarismo oriental em detrimento da apreciação pela liberdade como valor sagrado Ocidental, duas idiossincrasias que têm colocado o Ocidente e o Oriente em confronto permanente desde os tempos império Persa.
De resto, até se pode aceitar que a solidariedade entre povos indo-europeus não era de facto um conceito generalizado dentro do Nacionalismo da época (é altamente discutível, mas vamos admitir que sim)…
Ora, a admiração que a generalidade dos europeus nutria pelas civilizações clássicas europeias era certamente generalizada. Basta olhar para a obra de Leni Riefenstahl para não restarem dúvidas. A Grécia Antiga foi sendo romantizada por sucessivas gerações de europeus, sobretudo a partir do iluminismo, e o NS alemão não era excepção.
Torna-se por isso ainda mais incompreensível que o líder da maior potência europeia da época tenha optado por reverenciar uma figura que representa precisamente a antítese da Grécia Antiga e, mais grave do que isso, que o seu regime tenha louvado a conquistas turcas aos Gregos, Arménios e Franceses, conforme descreve o texto do postal.
«(…)fica claro que a posição de Hitler, relativamente a este assunto, não tem nada de controverso nem incoerente.»
Não, não fica nada claro, mas é que não fica claro em absoluto! A justificação que apontas é de natureza fundamentalmente propagandística: Ataturk e o seu regime são, simplesmente, os modelos mais convenientes para legitimar o totalitarismo do regime NS. Mas o totalitarismo, qualquer totalitarismo é sempre antieuropeu, por mais que custe aos lunáticos admiradores do führer (e por cá, a certos tristes saudosos do Estado Novo). E é por isso que todas as formas de totalitarismo europeu fracassaram ao longo da história, equanto vingaram durante milénios na Ásia e em África. Não é por acaso que o primeiro imperador romano cristão, Constantino, se decidiu mudar para o Oriente... foi precisamente por perceber que era mais fácil fazer vingar o Cristianismo naquelas paragens, onde o povo era naturalmente mais propenso a aceitar a centralização do divino num só deus e o poder político-militar num só chefe de estado.
E não é por acaso: os europeus não são submissos. Não está no nosso carácter, na nossa forma de ser, não gostamos de ser pisados, preferimos ser pobres e livres do que abastados e submissos. Os europeus só obedecem contrariados sob terror ou ameaça de grave privação material.
Sob este prisma, a atitude de Hitler só tem um nome: traição. Traição que, de resto, ficou bem manifesta na forma como lidou com os seus opositores e, sobretudo, nos milhões de arianos mortos que esse animal de bigodinho e a corja de que se fez rodear deixaram para trás, incluindo 7 a 9 milhões de alemães.
«Não sou NS nem me indentifico sequer com o NS, acho que o Nacionalismo actual não ganha nada em aproximar-se, seja no campo das ideias e também da maioria das políticas, do NS, mas também acho que repudiar activamente o NS, seja porque motivo for, não traz vantagem alguma ao Nacionalismo. Só serve para criar divisões e rancores internos que dão, involuntariamente, força aos inimigos do Ocidente que enfrentamos.»
Pois é precisamente em relação a este ponto que eu e tu discordamos em absoluto. E olha que durante muito tempo pensei exactamente como tu! Mas lidar de perto com a escumalha NS fez-me perceber várias realidades que me abriram os olhos. Quando abri o meu blogue, por exemplo, optei por uma lógica de tolerância e aproximação às várias correntes nacionalistas, com o objectivo de unir todos sobre a bandeira da preservação racial. O resultado foi um desastre: os cretinos NS monopolizavam todas as conversas, impunham insistentemente as suas ideias contraproducentes e nunca, mas é que NUNCA, apresentavam soluções e estratégias concretas e viáveis para conduzir o Nacionalismo ao poder. Desde então percebi que:
1. A aversão patológica dos NS à Democracia é incompatível com a ascensão política do Nacionalismo; os militantes NS dos nossos dias não são capazes de perceber que, no contexto histórico actual, a superclasse jamais permitirá que o Nacionalismo chegue ao poder pela via da força; a única hipótese que o Nacionalismo tem neste momento é chegar ao coração do povo, para a partir daí partir para o poder via democracia ou, e aí sim, através de uma revolução apoiada pelo povo; ora, o militante NS despreza o povo com ardor, rebaixa-o à condição de inferior e até de “sub-humano” (palavra que se encontra recorrentemente nos blogues NS); quando se despreza assim o nosso maior aliado, o resultado só pode ser a derrota.
2. A maioria dos crentes no NS nem sequer percebe o quão desfasada está a sua mundivisão da realidade; o judeu é invariavelmente o centro da história, os traidores ocidentais não existem, o islamismo é um subproduto sionista, assim como multiculturalismo e o multirracialismo; mais grave do que isso, no imaginário NS tudo se resolverá com um regime autoritário que acabe com os judeus e “ponha o povo festivaleiro na linha”, como se o resto do mundo e a sua influência desparecessem por milagre! Aquilo é quase uma religião -no mau sentido da palavra- um dogma incontestável.
3. Mas o pior de tudo é o autoritarismo verdadeiramente pacóvio que o camarada Caturo e eu já várias vezes apontámos a certos cretinos NS; por um lado, o “povinho” está todo manipulado pelos sionistas e por isso não vota nos nacionalistas; mas, por outro lado (e a cretinice está aqui), quando os nacionalistas chegarem ao poder, a governação ficará ao cargo exclusivo de uma “aristocracia meritocrática” que deixará o povinho ignorante e à margem; é precisamente este tipo de atitude à la “eu é que sei o que é bom para ti e tu comes e calas senão levas!”, este desprezo pelas massas e admiração por figuras e classes totalitárias que o Hitler admirava nos turcos e que eu reprovo independentemente do contexto histórico. O totalitarismo nunca serviu aos povos da Europa, apenas conduziu os povos da Europa à carnificina; e quem não perceber isto não é meu aliado, é meu inimigo.
Ainda quanto aos NS, a Marine Le Pen está coberta de razão: os NS que não queiram a Democracia e que, ainda por cima, acreditem na tomada do poder através da força, têm ser obrigatoriamente afastados do combate, porque não só afastam o eleitorado como subscrevem um paradigma de governação tão mau ou ainda pior do que aquele que nos é actualmente impingido pelos traidores plutocráticos que nos (des)governam.
Isto é realmente muito simples: trata-se de escolher entre ver o meu povo massacrado (NS), miscigenado (superclasse actual) ou inviolado e livre (nacionalismo democrático). Não sei como é contigo mas, quanto a mim, a escolha é realmente muito simples… e o NS –pelo menos o NS antidemocrático, infelizmente maioritário– não faz parte dela.
De resto, o verdadeiro nacionalista é aquele que faz, não é aquele que apenas diz como fazer. E, neste aspecto, há demasiados NS –muitos dos quais nem sequer se dão ao trabalho de cumprir os mínimos dos mínimos e ir votar porque “a democracia é corrupta” ou porque “o PNR tem demasiados minho-timoristas”– que estão demasiado longe de fazer o que quer que seja...
Caturo disse...
«Nem estou a dizer que a culpa fosse dele, mas quem tinha as responsabilidades e a primazia que ele e afins tinham podia ter-se alçado acima dos chauvinismos e das visões estreitas.»
Exactamente! Só que o problema nem foi "visão estreita", caro Caturo... o Hitler era, como os nossos "amigos" NS da blogosfera são, um daqueles artistas que se via a si próprio como superior aos outros e detentor do direito de decidir por todos os alemães.
E, nesse sentido, escolheu emular uma figura de estado e um regime que encaixavam perfeitamente neste paradigma. Não foi "visão estreita", que o cretino não era burro nenhum... foi o narcisismo habitual das escumalha chico-esperta que se julga acima dos outros...
«muitos séculos antes do ditadorzito de bigode sanguinário ter vindo ao mundo. Portanto, o fascínio do Hitler pelo autoritarismo turco é indesculpável,»
Bem, é verdade que já na época de Hitler havia Liberdade e Democracia, isso está fora de dúvida, e contra isso o austríaco ergueu-se.
«Torna-se por isso ainda mais incompreensível que o líder da maior potência europeia da época tenha optado por reverenciar uma figura que representa precisamente a antítese da Grécia Antiga»
O mais irónico é que o Fuhrer adorava a Grécia Antiga. Diz-se - e a partir de agora falo do que se atribui a Hitler - que quando lhe perguntaram «o que é que tu és?», ele respondeu «eu sou um grego». Claro que o austríaco dava por adquirido que os antigos Gregos eram Arianos e enfim (até dizia que os antigos Romanos eram Germanos, consta), mas isso só agrava o caso: idolatrava a harmonia e a beleza helénica, ele próprio projectou, com Albert Speer, uma Berlim quase neo-clássica, mas a parte da Democracia é que não lhe dava jeito, é tal e qual como os actuais NS e Fascistas, que são capazes de dizer que Amam Mui Devotamente o mundo antigo europeu, excepto essa coisa, essa, cof cof, essa cena, que os Judeus controlam!!!, a Democr... etc., já sabeis.
Conta-se também que numa ocasião em que glorificava, exaltado, a Grécia Antiga, lembrou-se de comparar o antigo esplendor helénico com as cabanas «de lama» dos antigos Germanos, dos quais Himmler tanto falava e «que nos envergonha a todos», disse o Hitler...
«Mas o totalitarismo, qualquer totalitarismo é sempre antieuropeu, por mais que custe aos lunáticos admiradores do führer (e por cá, a certos tristes saudosos do Estado Novo). E é por isso que todas as formas de totalitarismo europeu fracassaram ao longo da história, equanto vingaram durante milénios na Ásia e em África.»
Recordo as palavras do politólogo Norberto Bobbio - a Democracia foi a grande exportação ideológica europeia que mais sucesso teve no Ocidente e menos sucesso teve fora dele.
E já Aristóteles notava como os «bárbaros do frio» eram de todos os Povos os que mais amavam a Liberdade, em notório contraste com os bárbaros do Oriente, muito capazes de criar cultura mas sem amor à Liberdade, vivendo por isso submetidos (olha olha, amantes da cultura, muito organizadinhos, orientados em torno do seu chefe sacro, mas sem amor à liberdade, isto lembra-me alguns... )
«Não é por acaso que o primeiro imperador romano cristão, Constantino, se decidiu mudar para o Oriente... foi precisamente por perceber que era mais fácil fazer vingar o Cristianismo naquelas paragens, onde o povo era naturalmente mais propenso a aceitar a centralização do divino num só deus e o poder político-militar num só chefe de estado.»
Correctíssimo. Aliás, o Cristianismo vem precisamente do Oriente, tal como, antes disso, o grosso do culto ao imperador senão mesmo o próprio culto ao imperador, de acordo com a maioria dos autores.
Ironicamente, os que na panorama político clássico mais encarnam essa divinização do Chefe... são precisamente os que mais dizem querer defender o Ocidente. Não é certamente o melhor Ocidente aquele que esses auto-proclamados defensores defendem.
«Sob este prisma, a atitude de Hitler só tem um nome: traição.»
Bem, ele já discursava contra a Democracia antes de ser eleito, mas do que não há dúvidas foi que ao tirar a liberdade de eleger àqueles que o elegeram actuou de maneira traiçoeira para com a Liberdade, que é a mesma coisa que agora alguns fascistas e nazis querem fazer, com uma esperteza saloia e uma falta de classe e de ética que só visto, e até se orgulham disso.
«O resultado foi um desastre: os cretinos NS monopolizavam todas as conversas,»
Nunca mais calam a matraca, mesmo já sem argumentos baralham e voltam a dar.
«impunham insistentemente as suas ideias contraproducentes e nunca, mas é que NUNCA, apresentavam soluções e estratégias concretas e viáveis para conduzir o Nacionalismo ao poder.»
Claro que não. «Isto só lá vai com um golpe de força!», mas nem isso tentam, porque os militares «estão todos infiltrados pelos comunas...» e acabou. Um autêntico atraso de vida.
Claro que uma área nacionalista que andou anos a ser conduzida por este rebanho que queria ser alcateia não podia ir longe. Claro que não podia. E ainda bem...
«1. A aversão patológica dos NS à Democracia é incompatível com a ascensão política do Nacionalismo; os militantes NS dos nossos dias não são capazes de perceber que, no contexto histórico actual, a superclasse jamais permitirá que o Nacionalismo chegue ao poder pela via da força»
Acresce que se um partido não ganha as eleições, daí a quatro anos volta a tentar, pacificamente; se vai abaixo, pode voltar a tentar, com hipóteses de sucesso se não daí a quatro anos pelo menos daí a oito. Mas se falha um golpe de Estado, vai tudo dar com os ossos na pildra, quando não na morgue, e acaba-se a brincadeira toda, é trabalho de décadas deitado ao lixo.
«a única hipótese que o Nacionalismo tem neste momento é chegar ao coração do povo, para a partir daí partir para o poder via democracia ou, e aí sim, através de uma revolução apoiada pelo povo; ora, o militante NS despreza o povo com ardor, rebaixa-o à condição de inferior e até de “sub-humano” (palavra que se encontra recorrentemente nos blogues NS); quando se despreza assim o nosso maior aliado, o resultado só pode ser a derrota.»
Isso é porque coisa e tal o maior aliado do Nacionalismo não é o povinho, ui, povinho, que nojo corror, o maior aliado do Nacionalismo é, já se sabe, é coiso, cá-a-gente-da-nossa-elite-das-jantaradas-e-almoçaradas-e-tertúlias-onde-concordam-todos-uns-com-os-outros-e-dizem-sempre-que-a-tertúlia-foi-um-sucesso-e-agora-é-que-é-para-avançar!(desde-há-quinze-anos-ou-mais). O povinho como é facilmente manipulável é só para votar na gente até a gente ganhar, e depois charápe povinho!, que depois outro galo cantará, outro galo que somos a gente, ou o nosso Chefe, ou um deles, logo se vê, mas nessa altura não vai haver a atomização em grupelhos mil cada qual com seu iluminado fuhrer obediente aos mesmíssimos princípios que os outros, nessa altura não vai haver disso porque um deles há-de ter o poder de pôr os militares a fazer uma noite de facas longas...
E então aí sim, é que vai ser o paraíso na Terra.
«o judeu é invariavelmente o centro da história, os traidores ocidentais não existem,»
Claro que existem!!, mas o que é preciso é olhar bem para eles, porque quase de certeza que são traidores porque são de um certo povo, pois pois, quem olhar bem para eles descobre que ali há sangue judeu no tio-avô de um irmão do trisavô do primo em terceiro grau do avô lado paterno e tau!, é isso!!!, está explicado, claro!!!!!!, aquilo é resíduos e assim...
«este desprezo pelas massas e admiração por figuras e classes totalitárias que o Hitler admirava nos turcos»
E que nunca corrigiu, pelo menos pelo que se lê nos documentos históricos existentes. No fim da vida, quando as tropas soviéticas já lhe entravam por Berlim adentro, terá dito, no seu bunker, que afinal tinha-se enganado porque afinal os Eslavos também eram arianos e poderosos e tal (há gente que só aprende o respeito à porrada, é uma chatice), há até quem diga que chegou a afirmar que os Alemães tinham merecido perder, mas isso já não me lembro bem de como li, e a seguir ainda disse que o futuro pertencia aos Eslavos porque estavam sob um regime totalitário, enquanto os Ocidentais, democráticos, eram moles e não iam conseguir enfrentar os Eslavos. O caraças do futuro foi bem ao contrário - os «decadentes» Ocidentais democratas é que vingaram, fizeram frente, mano a mano, míssil nuclear a míssil nuclear, aos comunistas de leste e afinal de contas foi o totalitarismo «eslavo» que caiu.
De facto, a admiração pelos totalitários só dá barracadas destas.
E, se calhar, tinha razão o Heródoto, há dois mil e quatrocentos anos, quando dizia que era precisamente a liberdade dos Atenienses que os fazia ser fortes, porque, amando a liberdade, tinham mais ânimo no combate contra o inimigo que os quisesse submeter...
Enviar um comentário
<< Home