COMO A ELITE PLUTOCRÁTICA SE APROPRIOU DE VERBAS QUE SE DESTINAVAM AOS TRANSPORTES PÚBLICOS
Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/opiniao/colunistas/paulo_morais/detalhe/2014_12_13_vai_de_carrinho.html (artigo originalmente redigido sob o novo acordo ortográfico mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)
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Há trinta anos, Portugal era um país sem acessibilidades, desprovido de vias de comunicação ou estradas condignas. Desde então, a União Europeia canalizou para a resolução deste problema milhões de milhões em fundos. Mas as opções tomadas pelos nossos governantes não poderiam ter sido piores. Os recursos disponíveis deveriam ter sido utilizados para infra-estruturar uma boa rede de transportes públicos e proporcionar aos portugueses uma qualidade de vida sustentável. Um sistema de transportes integrado, nomeadamente ao nível da ferrovia, poderia ter dado coerência aos diversos espaços regionais, poder-se-ia ter criado uma rede de transporte de mercadorias entre o Atlântico e o centro da Europa.
Mas fez-se tudo ao contrário. Encheu-se o país de autoestradas que estão hoje desertas. A estratégia foi suicida para o país, mas dela beneficiaram (e de que maneira!) as empresas de obras públicas, as concessionárias de parcerias público-privadas rodoviárias e os bancos financiadores das obras. O resultado é apenas betão a rasgar a paisagem, com um ganho económico nulo. O transporte de mercadorias, predominantemente rodoviário, é caro e poluente.
Se no plano regional as opções foram erradas, a nível urbano não poderiam ter sido piores. Encheram-se as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto de autoestradas – CRIL e CREL, VCI e CREP – chamando mais e mais carros para o centro. Na nova travessia sobre o Tejo, privilegiou-se a opção que favorecia o automóvel (a actual Ponte Vasco da Gama), abandonando a solução Chelas-Barreiro, que admitia uma ligação em metropolitano englobando as duas margens do rio. Só assim Lisboa poderia projectar-se como grande metrópole. Claro que com mais obras voltaram a ganhar construtoras, promotores imobiliários que especulavam com terrenos nas zonas agora acessíveis e concessionários de automóveis que venderam carros de ricos… a pobres. E, claro, sempre os bancos.
Poderíamos hoje ter um país equilibrado, económica e ambientalmente sustentável. Mas os investimentos em acessibilidades empobreceram o país e apenas serviram para alimentar o sector automóvel, as financeiras e as construtoras. A qualidade de vida, essa, é hoje uma miragem.
2 Comments:
Selvagem África. PARTE 2
http://nationalvanguard.org/2014/12/savage-africa-part-2/
Mesma merda do lixil..eles investem supostamente em varias matrizes energeticas mas nada de hidrovia e ferrovia decente para montadoras se instalarem no abc pro resto do pais ficar deficitario com sp pagando ipva e ainda tem paulixo ke diz ke a arrecadacao deles so sai de la..os produtos deles sem concorrencia via muralha anti natural de importacoes inunda os meecados das outras americas portuguesas so prejuizo pra estas pra sustentar o vampiro gigante do terciario e secundario privado burgoide neoliberal mas o vampiro diz ke o sugado kem suga haja lata
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