UM CERTO GRUPO PAGÃO ESLAVISTA-RUSSISTA NA UCRÂNIA

Fontes:

http://www.thetimes.co.uk/tto/news/world/europe/article4218998.ece

http://www.ucsj.org/2014/09/30/ukraines-pagan-pro-russian-rebels-dream-of-a-new-eden/

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Na Ucrânia, uma milícia pró-russa pagã está de pedra e cal a favor do derrube do governo estabelecido em Kiev - e algo mais.

Numa clareira da Ucrânia oriental, estes eslavos pagãos segurando, alguns deles, as suas pistolas-metralhadoras Kalashnikov, levantam os braços em torno de uma fogueira e rezam pela vitória sobre os inimigos da Rússia.

Ídolos de madeira a representar Deuses eslavos presidiram à cena, talvez contrastando a insistência de Moscovo segundo a qual os rebeldes pró-russos estão a lutar contra os valores nazis.

Trata-se do Batalhão Svarog, comandado por um militante que dá pelo pseudónimo de Oleg Vargan. Svarog é um dos mais importantes Deuses eslavos, Senhor do Fogo Celestial. O Batalhão Svarog é composto por cerca de setecentos homens. Vargan diz que nunca quis guerra mas há muito que sonha com o despertar espiritual da região de Donbas, no leste ucraniano, depois de limpa dos inimigos não russos, e anseia pela construção de um Estado russo do Atlântico ao Pacífico. 

E acrescenta: «Primeiro tivemos a Perestroika, um processo de reconstrução. Agora temos um processo de matança e depois teremos um processo de renovação. É importante atravessar o processo de matança primeiro, porque as células cancerosas têm de morrer. Este é o caminho da evolução.»

O Batalhão Svarog, composto de vegetarianos, promove uma doutrina feita da mistura de Paganismo com místicas ocidentais, revolucionários e teóricos raciais. Nessa doutrina inclui-se a convicção de que a raça branca é um pináculo da evolução, que Hitler encontrou os verdadeiros Arianos na Ucrânia e que os Eslavos Russos (entre os quais Jesus Cristo) governaram em tempos o mundo e irão fazê-lo novamente, talvez já em 2017. A sida, o ébola, a Ucrânia e até o próprio Hitler são considerados como «projecto comercial judaico».

Há cinco anos o seu principal objectivo era reviver o distrito empobrecido de Petrovsky, em Donetsk, onde a maioria da população de oitenta mil pessoas trabalhava nas minas ou estava desempregada. Vargan, de quarenta e um anos, pai de quatro crianças, teve de lutar com a polícia, com os padres e com os médicos, diz, à medida que ia tratando de tudo de edifícios abandonados à corrupção.

E continua: «a nossa terra está a ser atacada, as nossas casas estão a ser destruídas, cidadãos pacíficos estão a ser mortos. Portanto temos todo o direito, o direito cósmico, de pegar em armas. Os Russos nunca foram atacantes, foram sempre defensores. Os Russos são libertadores vitoriosos contra parasitas corruptos e fascistas e outra escumalha.»

O batalhão tem o seu quartel-general numa academia de engenharia de minas. Os recrutas são treinados em tudo desde o tiro com precisão - dos chamados «snipers» - ao conhecimento dos significados sagrados do alfabeto cirílico. Estão proibidos de beber e de fumar. A maioria dos membros é gente local mas segundo Vargan também há entre eles voluntários que partiram da Rússia e doutras terras da antiga União Soviética. Vargan foi sargento do exército russo.

A sua crença na superioridade da estirpe eslava torna relativamente difícil a justificação da luta contra os Ucranianos, igualmente eslavos. Um instrutor de artes marciais e braço direito de Vargan, Kassak, explica quem são os inimigos no terreno: «São todos mercenários estrangeiros. São não-pessoas. Pelo nível do seu desenvolvimento evolucionário não atingiram o nível de pessoas.»

Tencionam, depois da paz estabelecida, construir escolas e restabelecer a indústria, além de iniciar a agricultura orgânica.

Pode ser que de tudo isto fique somente o culto aos Deuses... era um bom resultado...