quarta-feira, outubro 15, 2014

QUAL O REAL SIGNIFICADO DA CONDENAÇÃO DO ESTADO ISLÂMICO POR CENTO E VINTE SÁBIOS MUÇULMANOS?

Como alguns terão notado, «mais de 120 eruditos muçulmanos do mundo inteiro divulgaram uma carta aberta a Abu Bakr al-Baghdadi, líder da milícia extremista e auto-proclamado califa do Estado Islâmico, denunciando as práticas terroristas do grupo como anti-islâmicas.»
(Fonte: http://nelsonfrancojobim.blogspot.pt/2014/09/sabios-do-islamismo-denunciam-estado.html)

Como seria de esperar, a malta do Jihad Watch estava atenta e nesta página http://www.jihadwatch.org/2014/09/international-group-of-muslim-scholars-refutes-islamic-states-islamic-case-while-endorsing-jihad-sharia-caliphate, e noutras, tratou de denunciar a farsa pegada que tal condenação seria, emitida num espírito de «taquia» ou «engano», a saber, o estratagema, permitido e até aconselhado pela doutrina islâmica, para evitar perseguições aos muçulmanos e/ou enganar os não muçulmanos a respeito da real natureza totalitária do Islão.
O texto é extenso e abstenho-me de o traduzir aqui, era o que mais faltava, até porque muito provavelmente quase ninguém o leria. É todavia importante tê-lo, para já, como «obra de consulta», na mesinha de cabeceira por exemplo, pois que, apesar de ser comprido como o caraças, está redigido de forma prática, no estilo implacavelmente lógico e directo que usualmente caracteriza a escrita de Robert Spencer quando fala do Islão.
Saliento:
 - os cento e vinte sábios muçulmanos condenam que quem não domine a língua árabe e não tenha conhecimentos do Alcorão se ponha a interpretá-lo e a aplicá-lo - ora o auto-proclamado califa,  Abu Bakr al-Baghdadi, tem como língua-mãe o Árabe e é doutor de doutrina islâmica;
 - os cento e vinte sábios muçulmanos declaram que a jihad só pode ser defensiva e não pode ser levada a cabo sem justa causa - ora o Islão declara que (só) o califa pode desencadear uma jihad ofensiva, e Abu Bakr al-Baghdadi assim se declara;
 - os cento e vinte sábios muçulmanos dizem que o Alcorão proíbe tratar mal os cristãos e outros «povos do livro», isto é, da tradição abraâmica, o que inclui os judeus - ora a lei islâmica diz que é permitido combater os não muçulmanos até que eles se submetam e só quando os infiéis se submeterem é que podem ser deixados em paz;
 - os cento e vinte sábios muçulmanos dizem que a reintrodução da escravatura é proibida no Islão, foi proibida por consenso universal - ora o Islão não só não proíbe escravatura alguma como até a legitima em diversos países muçulmanos (recordo, eu, Caturo, que aqui há anos um sábio saudita defendia abertamente a escravatura, afirmando que tal prática era autorizada e legislada pelo Islão);
 - os cento e vinte sábios muçulmanos dizem que o Islão proíbe que se neguem os direitos das mulheres - ora o Jihad Watch pergunta, «e quais são os direitos das mulheres de acordo com o Alcorão?» (e eu recordo que a jovem portuguesa que está no califado diz que é tratada como uma princesa, desde que não levante cabelo, acrescento, da minha parte...)...

Etc.. A ter em conta, de facto, como um dicionário para decifrar a linguagem alegadamente moderada de muitos muçulmanos.