quarta-feira, outubro 15, 2014

A ALEGADA CONDENAÇÃO SAUDITA DO TERRORISMO DO ESTADO ISLÂMICO DA SÍRIA E DO IRAQUE

Fonte: http://pamelageller.com/2014/09/robert-spencer-the-saudi-anti-terrorism-statement-moderate-islam-not-really.html/
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Vale a pena dar uma vista de olhos às observações do Jihad Watch sobre a declaração saudita contra o Estado Islâmico da Síria e do Iraque (EISI) ou califado da Síria e do Iraque.
A Arábia Saudita emitiu no passado mês uma fátwa contra o terrorismo. Mas qual o seu real significado e alcance?
No seu édito, o mais elevado corpo religioso de especialistas do Islão - o Conselho dos Especialistas Séniores da Religião, composto de vinte e um indivíduos - declarou que o terrorismo é um «crime nefando» e que os perpetradores, incluindo os militantes do Estado Islâmico, devem ser punidos de acordo com a lei islâmica.
Ora a Arábia Saudita andou anos a gastar milhões e milhões a propagar por todo o mundo a mesma visão do Islão que é promovida pelo EISI e pela Alcaida. Talvez os sauditas não esperassem que o «feitiço» se virasse contra eles próprios, e não apenas por o EISI condenar abertamente o reino saudita mas também porque no seio do país saudita poderão existir não poucos muçulmanos prontos a revoltar-se contra o governo e a favor do EISI, caso as tropas sauditas participem em acções contra o dito califado. Por outro lado o Conselho acima referido salientou, no édito emitido, a fatwa, salientou, dizia, a relação estabelecida entre a monarquia saudita e o poder wahabita, procurando assim dar uma sustentação religiosa ao combate contra o Estado Islâmico. Aproveitou ainda a ocasião para condenar os grupos xiitas que atacaram o Estado saudita nos anos oitenta e noventa, bem como os «crimes de terrorismo praticados pela ocupação israelita»...
O Conselho fez notar que «um dos maiores pecados... desobedecer ao governante.» Deste modo legitimam a proibição de haver sauditas a juntarem-se ao EISIS, enquanto por outro lado fortalecem a monarquia do país.
O Conselho acrescentou que qualquer muçulmano que pense que a jihad significa juntar-se a um grupo terrorista «é ignorante e alienou-se». Tem piada que a Arábia Saudita anda há anos a financiar a jihad terrorista em todo o mundo... a ponto de o príncipe Bandar se ter gabado, em reunião com representantes russos, de poder travar, ou, implicitamente, acicatar, o terrorismo islamista do Cáucaso contra Moscovo...
De notar, entretanto, que na Arábia Saudita se vive sob a charia, lei islâmica, que é precisamente a lei que o califado impôs em território sírio e iraquiano - na terra saudita há decapitações, amputações, perseguição das minorias religiosas, etc., mesmo que num registo menos espectacular, mais «moderado», portanto, mais comedido, aliás, sonso.