terça-feira, setembro 16, 2014

PNR DENUNCIA FRAGILIDADE DO BANCO DE PORTUGAL

A crise do BES veio chamar mais uma vez a atenção para o débil sistema financeiro nacional. Ninguém de bom senso acredita que a derrocada fique por aqui. Depois dos casos BPN, BPP e BES, outros virão. É inevitável.
O sistema financeiro português constitui uma fraude assente em marketing. Na verdade, todos os bancos (públicos ou privados) actuam como verdadeiras agências do Banco de Portugal, que por sua vez é sucursal do Banco Central Europeu, do qual anda a reboque e às ordens.  
O BES era, como outros, um banco do regime, sempre pronto para acudir às negociatas. Se a isto somarmos a má-fé dos seus gestores e a incompetência do Banco de Portugal, ficamos com o cenário completo.
Desde que o País ficou sem moeda própria, a única função do Banco de Portugal é a regulação e supervisão do sistema bancário. Conta para isso com quase 2 mil funcionários, mas evidencia falhas flagrantes no serviço.   
A questão financeira nacional não se resolve com a criação de bancos “bons” e “maus”, nem com a nomeação de novos administradores, por mais competentes e honestos que sejam. O problema é sistémico – e tem a ver com o próprio regime.     
Antes de mais, como alguém já disse, se os governantes forem de mãos limpas, também os banqueiros têm dificuldade em sujar as deles. E, acima de tudo, Portugal precisa de libertar-se da canga do euro e do Banco Central Europeu. Precisa de recuperar a sua soberania política e financeira. Precisa de moeda própria e de política cambial.
O euro foi uma banha da cobra que não curou nenhum dos nossos males macroeconómicos. Pelo contrário, agravou-os. Nestas crises cíclicas, deixa-nos sem remédio – e de cócoras diante do Banco Central Europeu e da finança internacional.    
É por aqui que devemos começar a reconstruir um sistema financeiro credível e estável. O resto é conversa.
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Fonte: http://www.pnr.pt/noticias/nacional/banco-de-portugal-caso-bes-sistema-financeiro-nacional/