terça-feira, setembro 02, 2014

AFRICANA EX-MINISTRA DA INTEGRAÇÃO EM ITÁLIA QUER CENSURAR PARTIDOS «RACISTAS»

Fonte: http://www.affaritaliani.it/politica/kyenge-esclusivo-lega-al-bando-legge3008.html?refresh_ce
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Em Itália, a deputada do Partido Democrata e ex-ministra da Integração Cecile Kyenge, declarou, em entrevista ao jornal Affaritaliani.it, que deve haver uma lei a proibir partidos racistas como a Liga do Norte e Forza Nuova: «precisamos de uma lei. Nós não devemos permitir que existam partidos que pregam o ódio ou o incitamento ao ódio.»

Entrevista ou excerto da mesma (a itálico):

Pergunta: segundo diz, a Liga é um partido racista?
Resposta: Vou dar-lhe uma resposta rápida: sim. Cheguei a esta conclusão porque este partido não toma oficialmente posição de forma clara, sequer com sanções, contra os seus líderes que fazem declarações racistas e se comportam como tal, e até os defende em tribunal. Tudo isto significa uma coisa: a Liga, bem como a Força Nova, compartilham o seu pensamento racista.

Pergunta: O que se deve fazer?
Resposta: Precisamos de uma lei que deva punir os partidos que fazem cartazes racistas e não devemos permitir que existam partidos que pregam o ódio ou o incitamento ao ódio. Gente com mais coragem que os políticos atacou a Aurora Dourada só por incitamento ao ódio. Deve-se chegar a esta conclusão em toda a Europa, não apenas em Itália, caso contrário aceitamos a disseminação de cartazes a defender pensamentos racistas e discriminação.

Pergunta: Pensa apenas na Liga e na Força Nova ou também nos Irmãos da Itália?
Resposta: Os Irmãos da Itália não são da mesma linha que a Liga, mas se tivesse o mesmo comportamento dos outros dois partidos as coisas mudariam. Nunca fui contra os Irmãos da Itália, que fizeram declarações manifestamente racistas, se voltasse a acontecer (...) deveriamos voltar a falar. Estamos numa Democracia e todos são livres de dizerem a sua opinião mas o respeito por si mesmo começa no respeito pelos outros.


Mais uma argumentação da treta, como não podia deixar de ser, vindo do lado que vem - liberdade de expressão sim senhor, desde que não se contrarie o que os auto-proclamados donos da verdade consideram como «respeito». Ora um dos fundamentos do próprio respeito é a liberdade do indivíduo no seu próprio país, nomeadamente a liberdade de no seu próprio país criticar ou rejeitar abertamente quem seja de fora. E se este direito fundamental não estiver garantido, toda e qualquer liberdade de expressão que continue a existir não passará de uma caricatura da Liberdade. 
O atrevimento de propor esta mutilação da liberdade de expressão é obviamente agravado pelo facto de Kyenge não ser nem italiana nem sequer europeia, nem tampouco branca.