ARÁBIA SAUDITA E PAÍSES DO GOLFO ESTARÃO A APOIAR O CALIFADO
Fonte: http://visao.sapo.pt/de-onde-vem-o-dinheiro-do-estado-islamico=f793829 (artigo originariamente redigido sob o novo aborto ortográfico mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, refere-se ao Estado Islâmico (EI), antes conhecido como Estado Islâmico do Iraque e da Síria, não como um grupo terrorista, mas como um projecto com armas sofisticadas, uma ideologia totalitária e recursos abundantes, provenientes de financiamento externo.
À BBC, Mariano Aguirre, director do NOREF, um instituto norueguês que se dedica a questões ligadas à construção da paz, analisa as fontes de rendimento do EI, que a própria Al Qaeda considera demasiado radical. O cerco e massacre da minoria yazidi no Iraque e a decapitação do jornalista norte-americano James Foley são os exemplos mais recentes da violência do EI, que luta por impor uma versão ultra-conservadora do Islão.
Parte dos recursos do grupo provêm da principal matéria-prima do Iraque: o petróleo. Segundo Mariano Aguirre, o EI controla uma parte importante da indústria do petróleo iraquiano no norte do país. Mossul, por exemplo, uma das cidades dominadas pelo grupo, produz cerca de 2 milhões de barris de petróleo por dia. Sob controlo do EI está também a central de gás de Shaar e Baiji.
O especialista explica que o EI não destrói as fontes de energia que conquista pela força, uma vez que o objectivo é usar os lucros a favor da construção de um califado.
Segundo a BBC, Theodore Karasik, do Instituto norte-americano para a Análise do Oriente Próximo e do Golfo", e Robin Mills, autor do livro "O Mito da Crise do Petróleo", estimam que o Estado Islâmico ganhe um milhão de dólares (757 mil euros) por dia só com a exploração do petróleo iraquiano - o EI vende um barril a 30 dólares no mercado negro, quando os 100 dólares por barril no mercado internacional.
Mas nem só de petróleo vive o EI. No caso da Síria, segundo o Centro de Análise do Conselho Europeu de Relações Exteriores, o grupo estará a instalar um sistema de impostos nas áreas que vai dominando, ao mesmo tempo que promoverá actividades ilegais como roubo de reservas de dinheiro de bancos locais, contrabando de carros e armas, sequestros e bloqueios de estradas. O mesmo centro afirma que o EI também apreendeu grandes quantidades de armas do Exército iraquiano e grupos armados sírios inimigos.
Por outro lado, centenas de milhões de dólares já terão sido canalizados pela Arábia Saudita e países do Golfo para apoiar os insurgentes sunitas no seu combate aos xiitas.
Isso mesmo, diz-se assim no fim, um paragrafozito menor para quem provavelmente já se fartou de ler e já está a pensar noutra coisa, e sem dizer concretamente que a Arábia Saudita e outros países muçulmanos da área estão a apoiar financeiramente o califado, diz só que apoiam «os insurgentes sunitas no seu combate aos xiitas», e como muita gente não sabe ou não lhe vem à memória que o califado em questão é sunita, fica meio esbatido e já está, não é conveniente, para a cambada politicamente correcta que controla a imprensa, que se acentue demasiado o facto de que os países muçulmanos ditos «moderados» andam na verdade a apoiar o mais radical projecto muçulmano da Idade Contemporânea...
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