quarta-feira, julho 23, 2014

PROPÓSITO DO CONGRESSO EUROPEU DE RELIGIÕES ÉTNICAS: «RECLAMAMOS A NOSSA IDENTIDADE EUROPEIA»


Da página de Facebook do Congresso Europeu de Religiões Étnicas (E.C.E.R., no acrónimo inglês):

Discurso proferido no Congresso Europeu de Religiões Étnicas de «2014», que teve lugar no Parlamento da República da Lituânia (Lietuvos Respublikos Seimas) em Vilnius, 9 de Julho de 2014:

«A Europa é um continente que durante séculos deu origem a muitas culturas notáveis, tradições étnicas e civilizações, cujas características comuns foram a dignidade e a auto-determinação do ser humano, a busca da virtude e da verdade, reverência pelo sagrado, o respeito para com a Natureza, a afirmação ao longo de toda a vida do valor pessoal e da estima que lhe é subjacente, bem como o ideal de Liberdade.
Infelizmente, esta tapeçaria de culturas politeístas diversas e todavia similares e complementares, deixou de existir quando uma religião oriental, estranha, expansiva e intolerante avançou à força e exigiu o total desaparecimento de tudo o que as pessoas sabiam, tinham como sagrado e preservavam como valores espirituais e sociais. O que se seguiu a esta invasão sem precedentes da Europa é mais ou menos bem conhecido. Colapso cognitivo e cultural absoluto, barbarismo, monoteísmo, superstição, ódio por tudo o que existia previamente, autocracia política e uma teocracia insana que tudo invadiu, declínio moral, aviltamento, genocídio e etnocídio, e, claro, chamas. Chamas que se espalharam e consumiram desafortunados seres humanos, obras de arte e de literatura, tudo o que directa ou indirectamente representava o antigo mundo "pagão" que os novos dominadores ambicionavam exterminar.
A pior consequência destas calamidades foi a destruição da auto-consciência da etnicidade politeísta da Europa e o gradual apagamento da sua memória étnica. Numerosas gerações de pessoas infortunadas passaram toda a sua vida sem real noção de identidade, ou de quem eram os seus ancestrais e como se viam a si mesmos, inconscientes da história da terra que ocupavam. Foi esquecido o termo «patris» (pátria), e, por muitos séculos, o continente viu as suas crianças a viverem completamente alienadas da sua alma, levadas a acreditar que tinham sido "civilizadas" devido à espada sangrenta de Constantino, Carlos Magno e outros exterminadores monoteístas, e saudando a escuridão como luz. Até chegaram ao ponto de exportar a sua barbaridade e intolerância, primeiro na forma de cruzadas sanguinárias em direcção ao Oriente e, mais tarde, na forma de "explorações" sanguinárias nos, de acordo com o seu próprio vocabulário, "novos mundos".
Vislumbres da luz perdida dos tempos pré-cristãos retornaram à nossa amada Europa apenas nos últimos séculos, e apenas através da longa e dolorosa sequência de restaurações, revivalismos, revoluções, movimentos de iluminação e, claro, através da gradual reaquisição das identidades genuínas abandonadas por parte de algumas vanguardas intelectuais das várias etnias europeias. Desde o século XIX da cronologia da arrogante religião que se atreveu a dividir a própria História humana, a maior parte das pessoas da Europa estão cientes de que não são uma massa humana amorfa desenraizada sob a Cruz ou o Corão, mas os descendentes de antigas etnias gloriosas e avançadas, na sua maior parte, que existiram historicamente.
Alguns destes europeus, entretanto, incluindo nós próprios, desenvolveram uma profunda visão interior a respeito do assunto. Todos os que se apercebem do fluir do tempo como circular e não linear sabem muito bem que a História não tem um destino final mas simplesmente segue as tendências e tensões criadas no seu interior pelos sujeitos históricos a cada volta da roda da Eternidade. E também sabem, muito bem, que para alguém alcançar o título de "sujeito histórico", tem de ser capaz de apresentar as suas propostas e ideias vivas e atractivas em cima da mesa de cada vez que a humanidade é chamada a escolher o próximo caminho dentro do fractal infinito da História. 
Para nós, cada actualidade é um elo. Cada momento revive todo o passado e constitui a dinâmica de todo o futuro. Vendo as coisas desta maneira, nós, os representantes das Tradições e Religiões da Europa, nativas, étnicas, indígenas, antigas mas ainda vivas, trabalhamos duramente para fazer com que a questão das nossas identidades colectivas complementares passe de uma vanguarda privilegiada e iluminada para uma identificação e consciência orgulhosa de todos os Europeus, diante deste admirável mosaico de culturas genuínas, tradições étnicas e civilizações dos seus ancestrais. Reclamamos a identidade europeia. Reclamamos os nossos verdadeiros sistemas de valores e os nossos verdadeiros caminhos. O nosso propósito é claro: restaurar as em tempos derrotadas mas não extintas culturas de alegria, liberdade, politeísmo, dignidade, religiosidade e integridade, e, sendo eu um heleno, por favor deixem-me acrescentar, de razão, humanismo, eunomia e poliarquia

Que a luz do Deus Apolo brilhe sempre em vós.
Muito obrigado pela vossa atenção.»

Vlassias Rassias, líder do Supremo Conselho dos Gentios Helenos