PNR LANÇA CAMPANHA PARA DEFESA DO COMÉRCIO TRADICIONAL
A defesa de uma maior distribuição da riqueza (em oposição aos monopólios) e da produção local e nacional, fonte de emprego para os portugueses e garante da nossa menor dependência face ao estrangeiro, passa pela defesa do pequeno comércio tradicional.
O PNR considera pois que é melhor existirem, por exemplo, muitas lojas numa vila ou bairro (negócios familiares) do que um gigantesco hipermercado que fica com a riqueza toda para si. Se existirem cem lojas, existirão cem patrões. Se, em vez delas, existir apenas um único hipermercado, existirá um só patrão, que por ser o único na região pode explorar à vontade os seus clientes e funcionários. Nesta última situação, mesmo que existam dois hipermercados e dois patrões, é perfeitamente possível que estes últimos cheguem a acordo entre eles, estabelecendo uma aliança em que ambos tirarão o maior lucro possível através de baixos salários e preços mais elevados dos produtos. Pelo contrário, a distribuição da riqueza não em uma ou duas mas sim em muitas mãos gera uma maior concorrência e, desde logo, uma necessidade constante de melhorar, para atrair clientes.
Não é pois difícil constatar que:
1) Os funcionários das grandes superfícies auferem quase sempre salários mais reduzidos do que os funcionários das pequenas superfícies de aldeia ou bairro;
2) No pequeno comércio tradicional, as relações entre patrão e empregado e entre a loja e o cliente são mais humanas, ou seja, é mais fácil a um empregado estabelecer uma relação de amizade e cooperação numa loja pequena, onde todos se conhecem, do que numa grande superfície, onde o empregado é tratado como peça de uma máquina e nunca chega à fala com o administrador para lhe fazer sentir, cara a cara, os seus problemas;
3) Nas grandes superfícies, o cliente perde em termos de qualidade dos produtos, que são quase sempre de produção industrial e estrangeira, nada tendo que ver com produtos de manufactura local, que o proprietário de uma pequena superfície sabe ir buscar directamente ao produtor. Assim, comprar no comércio tradicional significa, muitas vezes, apoiar a produção nacional e o emprego de muitas famílias portuguesas;
4) A existência de diversas lojas numa vila ou bairro dá vida a esse local, que se transforma num sítio onde dá gosto viver e não num simples dormitório onde o desenraizamento é uma realidade;
5) A ideia de que o cliente poupa dinheiro ao comprar nas grandes superfícies é pura ilusão: embora, numa primeira fase, isso normalmente aconteça (precisamente porque a grande superfície quer granjear clientes), o que se verifica depois é que, com o passar do tempo, nada distingue os preços de uma grande superfície dos preços de uma loja: uma vez arrasada a concorrência, os donos das grandes superfícies brincam com os clientes a seu belo prazer – e depois, claro está, mesmo nos raros casos em que os produtos das grandes superfícies sejam mais baratos, o cliente vai acabar por gastar o mesmo dinheiro que teria gasto numa pequena mercearia de vila ou bairro, porque, para além do montante que despende em gasolina ou transportes públicos (que não gastaria se fosse às pequenas superfícies da sua vila ou bairro), vai-se deparar com “promoções” e constantes apelos aos seus instintos consumistas, acabando por chegar a casa com um sem-número de produtos dos quais na realidade não necessitava mas que, mesmo assim, comprou porque estavam “em promoção”, já tinha poupado noutros produtos, etc.;
6) As grandes superfícies mandam vir os produtos de fora e raramente comercializam produtos da região onde se encontram: logo, em vez de contribuírem para o enriquecimento dessa mesma região, contribuem para o seu empobrecimento (contrariamente às pequenas superfícies, que normalmente se abastecem nos mercados grossistas locais). Daí decorre que os capitais deixam de estar distribuídos pelos pequenos empresários das regiões e fogem para outras paragens (outros produtores, outros patrões, etc.).
Concluímos assim que a morte do pequeno comércio tradicional jamais beneficiará os clientes, não beneficia os empregados, não beneficia a região e tira o dinheiro aos pequenos empresários para dar aos grandes, em nada contribuindo para o desenvolvimento local e nacional. Por isso, lutar pela preservação do comércio local é lutar pelo verdadeiro desenvolvimento de cada vila, cidade ou região através da manutenção dos capitais locais nessa mesma região e, acima de tudo, é lutar por uma maior independência nacional, uma maior humanização da nossa sociedade e uma maior prosperidade para os portugueses.
Em conformidade com este pensamento, os militantes do PNR levam a cabo, em Dezembro de 2013 e Janeiro de 2014, uma campanha de apoio ao comércio tradicional.
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