QUEM GANHA E QUEM PERDE COM AS PRIVATIZAÇÕES
Fonte: http://expresso.sapo.pt/eles-a-privatizar-e-nos-a-pagar=f825129#ixzz2bmYpS398
O processo de privatizações em curso tem sido baseado, do ponto de vista teórico, na afirmação de que introduzem maior concorrência nos mercados, logo mais eficiência, e que os privados gerem sempre melhor que o público.
E a prová-lo em todo o seu esplendor aí está a privatização da EDP, em que os preços continuam a subir, apesar da empresa pública estatal chinesa China Three Gorges ser agora o dono maioritário da elétrica nacional. Explicação para a contradiçâo: é que os preços subiriam mais se não houvesse privatização.
A prová-lo em todo o seu esplendor está a privatização, feita à bruta e por imposição de António Borges, da Cimpor aos brasileiros da Camargo Côrrea. Como é óbvio, o centro da empresa já não está em Portugal, há menos emprego para os engenheiros nacionais e as suas equipas técnicas estão a ser desmembradas.
A prová-lo em todo o seu esplendor está a futura privatização das águas. Ora se os privados puderem aumentar os preços, claro que o negócio das águas vai passar a dar lucro, até porque ninguém consegue viver sem água, não é?
E finalmente a prová-lo em todo o seu esplendor está a privatização das infraestruturas aeroportuárias nacionais, através da venda da ANA aos franceses da Vinci, com muitas promessas à mistura de que as tarifas aplicadas nos aeroportos nacionais não só começariam a descer, como estavam garantidos os investimentos necessários nos vários aeroportos e, a prazo, a construção do novo aeroporto de Lisboa.
Ora hoje soube-se que para cumprir este plano a ANA decidiu aumentar desde já em 4,4% as tarifas aeroportuárias. Queixavam-se os operadores que as nossas tarifas não eram concorrenciais? Agora, como são geridas por privados, vão seguramente ficar muito mais concorrenciais, apesar deste aumento de preço.
É assim: eles a privatizar empresas que produzem bens públicos (excepção para a Cimpor) e nós, cidadãos, consumidores, clientes e contribuintes, a pagar. É fácil, é barato e dá milhões. A uns. E tira aos outros. A economia é uma ciência muito bonita.
A dada altura passa facilmente pela monma que isto é só uma questão de ser ou não ser - ser ou não ser ave de rapina. A cambada que decide estas e outras é a dos chamados «vencedores», os «winners», os que não se deixam ficar atrás, ao contrário do restante povo, o dos pamonhas passivos, já dizia o rei D. Carlos que isto era «um país de bananas governado por sacanas»... Ora se os ditos bananas fossem como os sacanas, já estava na rua uma revolução armada. Os supra-mencionados sacanas são exigentes. Não não se iam deixar explorar como os referidos bananas se deixam explorar. Aliás, não se iam deixar explorar, ponto. Quando nos dizem que isto está muito mal porque tem de ser assim, paciência, temos todos de fazer sacrifícios, eu nessas alturas não tenho dúvida de que eles em estando na posição dos sacrificados até queimavam o País de cima a baixo para que ninguém lhes tirasse um só dos seus direitos fundamentais, e até se sentiriam perfeitamente justificados nisso, tampouco não lhes faltaria a argumentação justiceira a sustentar a sua actuação incendiária, até porque muitos deles são advogados...
O processo de privatizações em curso tem sido baseado, do ponto de vista teórico, na afirmação de que introduzem maior concorrência nos mercados, logo mais eficiência, e que os privados gerem sempre melhor que o público.
E a prová-lo em todo o seu esplendor aí está a privatização da EDP, em que os preços continuam a subir, apesar da empresa pública estatal chinesa China Three Gorges ser agora o dono maioritário da elétrica nacional. Explicação para a contradiçâo: é que os preços subiriam mais se não houvesse privatização.
A prová-lo em todo o seu esplendor está a privatização, feita à bruta e por imposição de António Borges, da Cimpor aos brasileiros da Camargo Côrrea. Como é óbvio, o centro da empresa já não está em Portugal, há menos emprego para os engenheiros nacionais e as suas equipas técnicas estão a ser desmembradas.
A prová-lo em todo o seu esplendor está a futura privatização das águas. Ora se os privados puderem aumentar os preços, claro que o negócio das águas vai passar a dar lucro, até porque ninguém consegue viver sem água, não é?
E finalmente a prová-lo em todo o seu esplendor está a privatização das infraestruturas aeroportuárias nacionais, através da venda da ANA aos franceses da Vinci, com muitas promessas à mistura de que as tarifas aplicadas nos aeroportos nacionais não só começariam a descer, como estavam garantidos os investimentos necessários nos vários aeroportos e, a prazo, a construção do novo aeroporto de Lisboa.
Ora hoje soube-se que para cumprir este plano a ANA decidiu aumentar desde já em 4,4% as tarifas aeroportuárias. Queixavam-se os operadores que as nossas tarifas não eram concorrenciais? Agora, como são geridas por privados, vão seguramente ficar muito mais concorrenciais, apesar deste aumento de preço.
É assim: eles a privatizar empresas que produzem bens públicos (excepção para a Cimpor) e nós, cidadãos, consumidores, clientes e contribuintes, a pagar. É fácil, é barato e dá milhões. A uns. E tira aos outros. A economia é uma ciência muito bonita.
A dada altura passa facilmente pela monma que isto é só uma questão de ser ou não ser - ser ou não ser ave de rapina. A cambada que decide estas e outras é a dos chamados «vencedores», os «winners», os que não se deixam ficar atrás, ao contrário do restante povo, o dos pamonhas passivos, já dizia o rei D. Carlos que isto era «um país de bananas governado por sacanas»... Ora se os ditos bananas fossem como os sacanas, já estava na rua uma revolução armada. Os supra-mencionados sacanas são exigentes. Não não se iam deixar explorar como os referidos bananas se deixam explorar. Aliás, não se iam deixar explorar, ponto. Quando nos dizem que isto está muito mal porque tem de ser assim, paciência, temos todos de fazer sacrifícios, eu nessas alturas não tenho dúvida de que eles em estando na posição dos sacrificados até queimavam o País de cima a baixo para que ninguém lhes tirasse um só dos seus direitos fundamentais, e até se sentiriam perfeitamente justificados nisso, tampouco não lhes faltaria a argumentação justiceira a sustentar a sua actuação incendiária, até porque muitos deles são advogados...
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