quarta-feira, julho 10, 2013

CANAL SEMI-PÚBLICO BRITÂNICO TRANSMITE RAMADÃO

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia, poupando-me o trabalho da tradução de outro artigo: http://pt.euronews.com/2013/07/10/ramadao-assinalado-pela-primeira-vez-por-um-canal-britanico/
É a primeira vez que um canal britânico decide adaptar a grelha de programação ao calendário do ramadão muçulmano.
Desde ontem e até dia 7 de Agosto, que o Channel 4, difunde vários clips à hora do primeiro chamamento para a oração, às 3 da manhã.
Uma medida defendida pelos responsáveis do canal semi-público, como uma forma de dar voz às minorias no país e diminuir a suspeita que recai sobre a comunidade religiosa.
“O nosso objectivo é, antes de mais, de chamar a atenção para uma minoria bastante importante na Grã-Bretanha. Cerca de três milhões de muçulmanos vivem no país e esta programação pretende também assinalar o calendário do Ramadão e as tradições desta época”, afirma Ralph Lee, da direcção de programas do Channel 4.
Uma decisão criticada, no entanto, e sem surpresas, pelas formações de extrema-direita do país, mesmo que o Channel 4 seja, desde a sua criação, um canal destinado a representar as minorias no ecrã.
Nas ruas a decisão do canal é aplaudida com algumas reservas:
Muita gente que não é muçulmana pensa que esta é uma má decisão, que o Islão está a controlar o país, etc, etc, o que está longe de ser uma realidade. Mas muitos muçulmanos também pensam que se trata de uma provocação que surge num mau momento”.
Mesmo no meu país, o Bangladesh, a maioria dos canais não transmite o chamamento para a oração, por isso penso que é uma ideia excelente que vai aumentar a confiança junto da comunidade muçulmana”.
Com um chamamento para a oração em estilo de “videoclip” musical, o canal pretende retratar no ecrã um Islão moderno, em perfeita coabitação e sem quaisquer associações ao terrorismo.
 
E a coisa não se fica por um canal de televisão - o próprio primeiro-ministro já emite uma «mensagem de Ramadão», como se de um evento nacional se tratasse, como se pode ver neste vídeo do qual não coloco mais do que o endereço internético, por uma questão de bom gosto:
 
De facto, pode e deve lembrar-se que, a longo prazo, o terrorismo não é, nunca foi, a maior das ameaças islâmicas mas sim a menor - o poder islamista, que ameaça a Europa, primeiro com a descaracterização, depois com a supressão das liberdades europeias, este poder, dizia, assenta muito mais na massa imigrante do que na violência perpetrada por um dois grupos minoritários.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A tua análise não faz sentido. Isto é uma prova de força de uma sociedade multi-cultural e liberal: de apresentar diferentes expressões culturais e religiosas. O inimigo desta forma de ser é precisamente o Islamismo totalitário presente nos paises do medio oriente, Paquistão, etc. e nos nacionalistas. Daí este teu post.

Aliás, a ameaça islamista é precisamente igual à ameaça nacionalista: vocês querem impor a vossa ideologia totalitária em todos nós.

11 de julho de 2013 às 12:14:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Mais uma vez a comparação estupidamente desonesta entre o Islão e o Nacionalismo, que só mesmo por ridículo desenraizamento se poderia fazer. E por ridículo desenraizamento porque, em primeiro lugar, o Nacionalismo é a primazia do autóctone, tendo, por isso, incomparavelmente mais legitimidade do que o Islão no Reino Unido, que é alógeno. Só quem seja absurdamente desenraizado é que pode olhar para o Nacionalismo do mesmo como olha para uma qualquer religião estrangeira. Para tal pessoa, é tudo igual, como se num dia comesse um cozido à portuguesa, noutro dia jantasse num restaurante nepalês e daí a uma semana estivesse a engolir uma iguaria exótica cheia de vermes na boca de algum quiosque de rua na Tailândia, é tudo assim, muito giro e diversificado.

Segundo, porque, ao contrário do que dizes, o Islão é em si totalitário, auto-impositivo. Não são só os «extremistas» islâmicos que alimentam o pensamento impositivo ao outro, os ditos «moderados» pensam do mesmo modo, embora usem outros métodos. O objectivo, contudo, é igual.
Com o Nacionalismo o quadro é claramente diferente. Nada no Nacionalismo em si exige totalitarismo, ao contrário do que pretendes, com um relativismo bacoco.

Ora o que aqui se passa é uma islamização da vivência britânica. O Channel 4 é semi-público mas está a servir a religião de uma minoria auto-impositiva. Não está simplesmente «a mostrar» como num documentário, mas sim a transmitir, durante trinta dias, a parte do adhán, que é o chamamento matinal à oração. É a tarefa sacerdotal do muezzin - chamar os fiéis à oração. O Channel 4 está pois, não a «ilustrar a diversidade», mas sim a servir um credo em concreto, ajudando na sua prática e expansão em território britânico.

De resto, nunca ouvi dizer que o dito canal fizesse alguma coisa deste género por qualquer outro credo estrangeiro em solo britânico - nem pelo Hinduísmo, pelo Budismo ou pelo Jainismo, etc.. E mesmo que tal tivesse acontecido, nenhum desses credos se mostra auto-impositivo fora da sua pátria.

O caso tem por isso um aspecto francamente islamizante, motivo pelo qual é o teu comentário que não faz sentido.


11 de julho de 2013 às 17:45:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Mais uma vez a comparação estupidamente desonesta entre o Islão e o Nacionalismo, que só mesmo por ridículo desenraizamento se poderia fazer. E por ridículo desenraizamento porque, em primeiro lugar, o Nacionalismo é a primazia do autóctone, tendo, por isso, incomparavelmente mais legitimidade do que o Islão no Reino Unido, que é alógeno. Só quem seja absurdamente desenraizado é que pode olhar para o Nacionalismo do mesmo como olha para uma qualquer religião estrangeira. Para tal pessoa, é tudo igual, como se num dia comesse um cozido à portuguesa, noutro dia jantasse num restaurante nepalês e daí a uma semana estivesse a engolir uma iguaria exótica cheia de vermes na boca de algum quiosque de rua na Tailândia, é tudo assim, muito giro e diversificado.

Segundo, porque, ao contrário do que dizes, o Islão é em si totalitário, auto-impositivo. Não são só os «extremistas» islâmicos que alimentam o anelo de impor o seu credo no país, os ditos «moderados» pensam do mesmo modo, embora usem outros métodos. O objectivo, contudo, é igual.
Com o Nacionalismo o quadro é claramente diferente. Nada no Nacionalismo em si exige totalitarismo, ao contrário do que pretendes, com um relativismo bacoco.

Ora o que aqui se passa é uma islamização da vivência britânica. O Channel 4 é semi-público mas está a servir a religião de uma minoria auto-impositiva. Não está simplesmente «a mostrar» como num documentário, mas sim a transmitir, durante trinta dias, a parte do adhán, que é o chamamento matinal à oração. É a tarefa sacerdotal do muezzin - chamar os fiéis à oração. O Channel 4 está pois, não a «ilustrar a diversidade», mas sim a servir um credo em concreto, ajudando na sua prática e expansão em território britânico.

De resto, nunca ouvi dizer que o dito canal fizesse alguma coisa deste género por qualquer outro credo estrangeiro em solo britânico - nem pelo Hinduísmo, pelo Budismo ou pelo Jainismo, etc.. E mesmo que tal tivesse acontecido, nenhum desses credos se mostra auto-impositivo fora da sua pátria.

O caso tem por isso um aspecto francamente islamizante, é mesmo assim que a islamização começa, em toda a parte - alimentando-se da tolerância e ganhando terreno a pouco e pouco. Assim, é o teu comentário que não faz sentido, não passando de areia para os olhos ou ingenuidade (na melhor das hipóteses) multiculturalista.




11 de julho de 2013 às 17:57:00 WEST  

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