segunda-feira, abril 08, 2013

SOBRE UM ORGULHO ÉTNICO A DESPERTAR NO LESTE EUROPEU ACORDADO PELA LUZ DO NACIONALISMO

(...)
No terceiro mandato, o presidente Vladimir Putin ofereceu uma nova direcção clara para o país: o desenvolvimento de uma ideologia nacionalista conservadora. Os cossacos surgiram como uma espécie de mascote, com crescente apoio financeiro e político.
O Kremlin está mergulhando numa piscina funda de História: os cossacos são reverenciados aqui pela bravura e código de honra pré-moderno, como os caubóis nos Estados Unidos ou os samurais no Japão. Porém, seu legado está envolto em batalhas e vigilância ao estilo para-militar, incluindo campanhas contra turcos, judeus e montanheses muçulmanos.
Actualmente, homens com uniformes cossacos têm feito aparições tempestuosas por toda a Rússia, efectuando ataques a exposições de arte, museus e teatros como porta-bandeiras de uma igreja em ressurgimento. Contudo, aqui na parte sul da Rússia, o renascimento dos cossacos é mais do que uma ideia. Os líderes regionais estão a conceder-lhes um papel maior na aplicação da lei, em muitos casos pedindo explicitamente para deter um influxo de minorias étnicas, principalmente muçulmanos do Cáucaso, num território há muito tempo dominado por eslavos ortodoxos.
"Nós vivemos lado a lado com eles e, às vezes, lutamos com eles e provavelmente os compreendemos melhor do que um moscovita", disse o capitão Vadim Stadnikov, chefe de segurança do Exército Cossaco Terek, cujos oficiais exibem um retrato do tzar Nicolau II. "Aqui respeita-se a força."
"Com a polícia, a conversa é breve: você cometeu um crime, esta é a punição", disse. Ainda segundo Stadnikov, com os cossacos envolvidos, "existe um efeito profilático, um tipo de educação. Eles vêm aqui. Pegam neste grupo de jovens. Explicam-lhes as tradições do povo ortodoxo, eslavo, cossaco da cidade de Stavropol. Quais são as regras. Como vivemos aqui".
Uma série de episódios violentos sublinhou o potencial para sarilhos nesta parte incendiária e fortemente armada da Rússia. Em Março, um líder cossaco foi baleado fatalmente ao tentar prender um bêbado que havia feito reféns na região vizinha de Krasnodar. Durante o seu funeral, cossacos de casaco carmesim, portando chicotes de couro e sabres, seguiam um cavalo sem cavaleiro, visão que pode ter-se originado no século XVI.
Na sequência, um oficial graduado disse estar na hora de o Estado permitir que patrulheiros cossacos usem armas traumáticas, sem capacidade letal, que podem resultar em ferimentos graves a curta distância – proposta endossada pelos governadores de Krasnodar e Stavropol.
"Activistas de direitos humanos, pessoas que desejam o mal, falam muito se isso é ou não necessário", afirmou à televisão russa Nikolai A. Doluda, líder do Exército Cossaco Kuban e assistente do governo. "Este evento horrível e assustador ressalta que é necessário."
Os historiadores estão em conflito sobre quem eram os cossacos – descendentes de servos fugitivos ou guerreiros tártaros, um grupo étnico à parte ou uma casta de cavaleiros. Desempenharam um papel crucial na colonização do sul do império russo e, mais tarde, voltaram-se contra levantes de camponeses e trabalhadores, em defesa do tzar.
Os bolchevistas quase os destruíram, deportando dezenas de milhares num processo chamado "descossaquização", mas a imagem do cossaco, selvagem e livre, continuou sendo uma parte viva da imaginação russa.
Quanto Tolstoi se sentou para escrever o clássico romance "Os Cossacos", ambientou-o nas proximidades da Stavropol de hoje em dia, onde o rio Terek dividia as montanhas povoadas por muçulmanos das estepes, território cossaco. Numa cena ensinada a gerações de crianças, um jovem cossaco vislumbra um checheno nadando o Terek disfarçado de tronco e alveja-o.
A noção de uma linha divisória étnica é amplamente aceite até hoje, mas enfrenta problemas demográficos. Grupos étnicos muçulmanos no Cáucaso têm uma taxa de natalidade elevada e os russos estão abandonando a estepe. Aproximadamente 81 por cento da população de Stavropol é de etnia russa, mas a parcela vem encolhendo há décadas, informou o International Crisis Group.
Essa rápida modificação está inquietando russos étnicos em Stavropol, que às vezes chamam "pastores" aos recém-chegados. Gennady A. Ganopenko, 42 anos, afirmou ter crescido numa cidade tão homogénea que "o som de uma língua não russa era motivo para briga".
"Antigamente, este era o portão para o Cáucaso", disse. "Nós abrimos o portão e, depois, ele caiu das dobradiças."
O renascimento cossaco busca reduzir essa tendência. No verão passado, Alexander N. Tkachev, governador da região de Krasnodar, a oeste, referindo-se aos vizinhos da região de Stavropol, afirmando que tantos muçulmanos tinham-se mudado para lá que os russos não mais se sentiam em casa. Segundo ele, a região já não tinha a sua função tradicional de "filtro étnico".
Para eliminar a migração ilegal, o governador anunciou a criação de uma força remunerada com mil patrulheiros cossacos que, conforme explicou durante discurso a agentes da ordem pública, não seriam contidos pela lei como os polícias. As suas palavras foram: "O que vocês não podem fazer, um cossaco pode".
Os líderes de Stavropol viraram o nariz ao discurso, mas ele calou fundo nos nacionalistas. Entre eles estava Boris V. Pronin, chefe dos Cossacos Romanov, uma das muitas associações na cidade não oficialmente registadas. Tal como muitas pessoas na região, afirmou que os jovens do Cáucaso começaram a comportar-se muito livremente em Stavropol. "É como se eu entrasse na sua casa, o esboteasse e dissesse: 'Esta noite, vou dormir com a sua esposa'", afirmou, em entrevista.
Pronin defende a criação de uma guarda cossaca com poderes equivalentes aos da polícia.
"Quando uma pessoa tem cancro e a metástase começou, se um médico profissional não cuidar dessa metástase, o sujeito morre. Acontece o mesmo com a sociedade. Se já existe um cancro metastático no território da região de Stavropol, alguém precisa de tomar as medidas preventivas apropriadas."
O aumento do apoio oficial aos cossacos é problemático para os muçulmanos, embora os seus representantes oficiais tomem cuidado ao admiti-lo. Uma excepção foi Zainudin Azizov que, numa manhã recente, cruzou rebanhos de ovelhas e hectares de estepe cinza castanha numa picape Mercedes enquanto uma música gemia numa tela do painel de instrumentos. "Uma classe está a tornar-se um tanto ou quanto privilegiada", disse, a respeito dos cossacos. "Por que não apoiam o povo russo como um todo? Por que estão apoiando somente essa pequena classe?"
Azizov representa famílias daguestanesas agora dominantes nos vilarejos no extremo oriental da região de Stavropol e está particularmente irritado com um plano para conceder terra em áreas como a sua para reassentar famílias cossacas, criando uma espécie de zona tampão de russos étnicos. E ele tampouco gosta que patrulheiros cossacos recebam salários do Estado. Enquanto alguns dos cossacos locais são velhos amigos, outros são "skinheads". "Eles juntam-se aos cossacos, mas depois comportam-se como nacionalistas. Têm apoio da região, de Moscou. Sentem que podem ter tudo que quiserem, que amanhã terão protecção."
Mais um testemunho a demonstrar que a Rússia continua apesar de tudo a constituir a mais provável esperança para a estirpe árica.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Essa noite dormirei como um anjo por haver lido isto.
.
Salve a Rússia!

8 de abril de 2013 às 01:29:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Essa noite dormirei como um anjo por haver lido isto.
.
Salve a Rússia!

experimentas ler as ultimas postagens sobre crimes de sub-eurasianos contra ocidentais

8 de abril de 2013 às 13:20:00 WEST  
Anonymous DIREITA said...

incentivar mestiços(cossacos) a se verem como russos ,é nacionalismo em qual planeta?

10 de abril de 2013 às 04:36:00 WEST  

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