SOBRE A TENTATIVA DA DIREITA ISRAELITA DE TORNAR O SEU ESTADO VERDADEIRAMENTE NACIONAL
O novo governo israelita quer aprovar uma controversa lei para nova definição do país como «Estado Nacional do Povo Judeu», apesar da presença aí de um milhão e meio de árabes. É provável que a medida seja por isso denunciada como discriminação oficial contra os Árabes, que constituem cerca de vinte por cento da população de Israel.
A legislação agora proposta surge na sequência de um acordo entre o bloco direitista Likud Beiteinu (aliança entre o partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o partido Yisrael Beiteinu) e o partido ultra-nacionalista Partido da Casa Judaica, que formará parte de uma nova coligação de governo juntamente com dois partidos centristas.
Será esta legislação consagrada nas Leis Fundamentais de Israel ou Lei Básica de Israel, que é o equivalente à constituição do país, e assim estabelecer que o Estado de Israel é um Estado nacional do Povo Judaico.
«Esta legislação não será vista como democrática pelas normas universais», disse Tamar Hermann, investigador sénior no Instituto de Democracia de Israel. «A quem advoga esta lei, dir-lhes-ei que os cidadãos não judeus têm os direitos do ponto de vista individual, e esta é uma lei judia.»
Um projecto-lei similar apresentado em 2011 por Avi Dichter, ex-chefe da Shin Bet, agência nacional de inteligência de Israel, foi posta de parte na sequência de um escândalo pela inclusão do Hebraico como idioma oficial, privando o Árabe do mesmo estatuto.
Os defensores da lei argumentam que têm por objectivo impedir que Israel se converta num Estado bi-nacional. Os críticos responderam que se dá nessa proposta prioridade à identidade judaica sobre «os seus valores democráticos.»
Lá como cá, a elite político-cultural da Esquerda é a mesma - por todo o Ocidente, e terra oriental ocidentalizada, caso de Israel, a Esquerda, quando não também a Direita capitalista, tudo faz para minar a própria natureza fundamental do Estado, que é, originalmente, a de existir para servir a Nação, ou seja, o Povo, a Estirpe. Isto porque as forças internacionalistas, que são em grande parte de Esquerda, se opõem por princípio ao privilégio que a existência da Nação implica - os sequazes desta maneira de pensar não admitem que possa haver barreiras intransponíveis entre os homens, e a grande barreira do presente é, sem dúvida, a da Estirpe (Nação, Etnia, Raça, enfim, gente do «mesmo sangue»). Aceitam o patriotismo, mas somente na medida em que este seja, como alguns dizem, «inclusivo». Excluir alguém é para eles o pecado por excelência, ao qual poderão chamar «racismo», «xenofobia», etc..
Sem exclusão não há fronteiras reais - e acabar com as fronteiras é exactamente o objectivo máximo da Esquerda, essencialmente o mesmo que o do Cristianismo, moralmente falando, ou não fosse a Esquerda essencialmente um Cristianismo sem Deus. Concepções universalistas poderiam ou não existir antes e paralelamente ao carpinteiro JC, mas foi no contexto da sua pregação que esta moral adquiriu um valor religioso e portanto sagrado e, portanto, sinónimo de Bem supremo. Segue-se que se isto é o Bem supremo, tarde ou cedo sente-se (é uma questão de sensibilidade, sobretudo, é a sensibilidade formatada por um dogma moral) que o mal supremo é a separação, a discriminação, a distanciação entre as pessoas. É por causa desta consciência, mesmo quando militantemente laica, que a Esquerda demoniza por princípio o «racismo», o etnicismo, o Nacionalismo, etc. - tudo o que consista em valorizar os laços de sangue, e, portanto, as barreiras naturais, acima de tudo o mais.
A fronteira de estirpe garante a identidade e sem esta barreira não há identidade, apesar de ser relativamente um lugar-comum, no seio da elite culturalmente dominante, dizer-se que «a identidade constrói-se», grosseira confusão entre identidade e personalidade.
De facto a personalidade constrói-se, ao longo da vida (mesmo que se calhar até a personalidade seja geneticamente herdada, em certa medida), a identidade não.
A identidade nasce com o indivíduo, aliás, nasce até antes dele, porque todo e qualquer ser humano já é à partida filho de alguém e, portanto, integrado por natureza numa determinada estirpe.
Grosseira confusão entre identidade e personalidade, dizia... mas derivada, não de uma falta de discernimento intelectual e sim de uma sensibilidade, a tal sensibilidade que leva a odiar visceralmente, talvez inconscientemente, tudo o que sequer remotamente cheire a fronteira intransponível entre seres humanos, daí que, neste contexto mental, dê muito mais jeito achar que as identidades podem ser moldadas de acordo com o que se quiser fazer das pessoas, que é o grande sonho dos totalitários...
Que as fronteiras garantem as identidades é um facto natural e saudável que até uma das figuras mais simpáticas para a elite da moda, o Dalai Lama, afirmou (mas não o conhecem por isto, pudera... gostam é do facto de o sujeito ser um não branco muito pacífico e sábio...). Não admira que um dos livros mais louvados por muita gente nos últimos quarenta anos, «O Despertar dos Mágicos», faça a apologia da dissolução no colectivo, afirmando, literalmente, que «a identidade não é o maior dos tesouros (...) se nos víssemos ao espelho como realmente somos não suportaríamos os monstros aí reflectidos», etc..
E é por isso que esta ideologia universalista, anti-racista, anti-nacionalista, tem de ser denunciada, combatida e destruída. Porque, sendo inimiga da identidade, é inimiga do princípio básico de dignidade humana. Anseia por destruir a coluna vertebral de tudo e todos para a todos mergulhar numa lama castanha de indiferenciação total. Bem dizia Fernando Pessoa que o internacionalismo é uma saudade do inorgânico e que por isso os internacionalistas deviam morrer todos...
Deve pois deixar-se claro que a exclusão não é má. A exclusão é boa.
A discriminação não é um pecado. É uma boa acção.
A discriminação é um direito de quem se quer saudavelmente manter distanciado daquilo que de si difere, mas é também um dever para consigo mesmo e para com o seu rosto e o dos seus ancestrais.
A discriminação não é um pecado. É uma boa acção.
A discriminação é um direito de quem se quer saudavelmente manter distanciado daquilo que de si difere, mas é também um dever para consigo mesmo e para com o seu rosto e o dos seus ancestrais.
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