SOBRE OS MILHÕES DO ESFÉRICO A CORRER NA RELVA COM VINTE E DOIS GAJOS A CORRER ATRÁS DELE E MILHÕES A OLHAR E A GRITAR

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta sintomática notícia: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/grandes-gastam-12-milhoes-por-mes-em-salarios

As sociedades que gerem o futebol dos três grandes fecharam o primeiro semestre da época 2012/13 com custos com pessoal de 71,3 milhões de euros. Contas feitas, se estes gastos se mantiverem constantes, no final da temporada serão mais de 142 milhões de euros. Ou seja, 11,9 milhões por mês. Um novo recorde salarial no futebol português.

Fazendo uma estimativa para o total da época, a FC Porto SAD irá gastar 51,6 milhões de euros, mais do que os 47,2 milhões da Benfica SAD e que os 44 milhões da Sporting SAD.
No primeiro semestre, a FC Porto SAD apresentou 25,8 milhões de custos com pessoal (4,3 milhões/mês). Face ao mesmo período da época transata, estes cresceram quase 4 milhões, em parte devido aos prémios pagos na Liga dos Campeões. A diminuição de prémios é, justamente, uma das causas para a quebra de dois milhões que a Benfica SAD teve nos custos com pessoal, que se cifraram nos 23,6 milhões (3,9 milhões/mês).
Apesar dos maus resultados, a Sporting SAD gastou 22 milhões de euros em custos salariais, uma subida de 2,7 milhões, que atira as obrigações mensais para os 3,7 milhões.
Em dezembro, o passivo somado das três SAD atingiu os 854,7 milhões e se FC Porto e Benfica melhoraram a sua situação, a SAD do Sporting agravou o passivo em 23,5 milhões, atingindo 243,5 milhões.

 

É tempo de os revoltados com os desníveis económicos começarem finalmente a olhar para as vacas sagradas da bola. Ninguém é tão excelente que possa viver largamente acima do resto da população - além de que o desporto é nada mais do que um divertimento para a esmagadora maioria da população. Aliás, nos tempos de maior normalidade a respeito do tema, os cada vez mais longínquos anos oitenta, por exemplo, as notícias do futebol e dos outros desportos só apareciam no final do jornal televisivo de horário nobre, nunca a abrir o dito. É mais que tempo de o futebol voltar ao seu devido lugar.