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Ainda ontem o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho garantiu, durante o debate quinzenal, que o salário mínimo nacional (SMN) não pode ser aumentado, enquanto durar a recessão. Contactadas pelo Expresso, as centrais sindicais e as confederações patronais dizem discordar da posição do Governo e mostram-se disponíveis para o diálogo.
"A CGTP considera que o primeiro-ministro quer condenar os trabalhadores a trabalhar empobrecendo. A postura do primeiro-ministro é inadmissível. Se o SMN acompanhasse a inflação, em 2010, já se devia fixar nos 603 euros", disse ao Expresso Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, sublinhando que deduzidas as contribuições para a Segurança Social, o SMN fixa-se nos 433 euros, deixando 500 mil trabalhadores no limiar de pobreza.
Esta opinião também é partilhada pelo presidente da UGT, João de Deus, que defende que as ideias de Passos Coelho estão "completamente" equivocadas.
"Achamos ridícula a posição do senhor primeiro-ministro, porque, na verdade, disse tudo ao contrário. Não é só pelas exportações que o país cresce, mas também pela subida do SMN que possibilita o aumento do consumo interno e cria emprego", refere João de Deus.
Até os patrões estão de acordo com o aumento do salário mínimo nacional, no entanto, defendem que esse processo deve discutir-se num período alargado de dois anos.
"Na perspectiva do cumprimento do memorando de entendimento o primeiro-ministro tem razão ao dizer que não há condições para aumentar o salário mínimo nacional, mas temos que pensar na questão do consumo interno e no dinheiro por parte das famílias," disse ao Expresso, António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
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"A CCP mostrou-se sempre aberta para discutir o SMN, que tem duas vertentes, a primeira que tem a ver com o custo das empresas e o outro com o incentivo para o consumo, que neste contexto não deve ser descurado", defendeu João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).
"A maior parte das empresas que temos consultado tem-se mostrado favoráveis tanto do lado do comércio, como na parte dos serviços. O que pediram é que a entrada em vigor do aumento do SMN seja em Janeiro, porque fazem contratos com terceiros. Do nosso lado, estamos dispostos a aceitar aumentos de forma faseada", concluiu.
O Expresso contactou ainda a Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), mas não conseguiu obter qualquer declaração.
Entretanto o salário mínimo da Tugaria está ainda atrás do da Grécia, apesar da crise, e atrás também do de Espanha, como era de esperar - e agora também atrás do da Eslovénia e do de Malta, e isso é que já não era (tanto) de esperar...
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