sexta-feira, março 01, 2013

LPDA CRITICA USO DE COELHO MORTO EM PROTESTO CONTRA O PRIMEIRO-MINISTRO

A Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA) enviou esta tarde uma carta ao presidente da Faculdade de Direito de Lisboa, Eduardo Vera Cruz Pinto, através da qual reprova a utilização por alguns alunos daquela instituição de um coelho morto numa forca na recepção de ontem a Pedro Passos Coelho.
No documento, a que o SOL teve acesso, a Liga dos Animais sublinha que «actos irreflectidos, como o que aconteceu, em que se utiliza um animal enforcado, mesmo que já tivesse morto, não tem nada de pedagógico; é mesmo um incentivo a maus tratos aos animais».
Segundo a Liga, «isto em nada dignifica jovens que se deveriam pautar por um comportamento ético e humanitário irrepreensível uma vez que serão os futuros advogados, juristas e governantes do país».
Neste quadro, a LPDA desafia a Faculdade de Direito a organizar um «debate alargado» sobre ética e respeito pela Declaração Universal dos Direitos do Animal, já que «os meios usados» na manifestação «colocam em causa valores morais e éticos».
Contacta pelo SOL, fonte da Tertúlia Académica da Faculdade de Direito lamenta que o coelho seja hoje o «epicentro de um protesto que trazia consigo questões bem mais estruturantes do que essa, como colegas nossos que estão a deixar de estudar porque não conseguem pagar as propinas».
A mesma fonte explica que o coelho «já estava morto, congelado e pronto para ser consumido» e que a forca serviu «apenas como metáfora para a situação em que está a maioria dos portugueses, com a corda ao pescoço, nunca e em momento algum tendo nos passado pela cabeça apelar à violência seja contra pessoas, seja contra os animais».
Nas redes sociais, sobretudo no Facebook, as críticas estão a ser acompanhas pelas imagens de ontem na chegada do primeiro-ministro à Faculdade de Direito para participar na sessão de encerramento de uma conferência que debateu a Reforma do Estado organizada pela JSD.