... COMEÇA MARÇO...
Os Ancilia ou Escudos de Marte, ilustração da obra «História de Roma», de Victor Duruy (Kegan Paul, Trench & Co, 1884).
De acordo com a mitologia romana, um escudo, o Ancile, caiu do céu, enviado por Marte, o Deus da Guerra, ao mesmo tempo que se ouvia uma voz a dizer que enquanto o escudo fosse conservado pelos Romanos estes dominariam o mundo; o rei Numa Pompílio, segundo rei de Roma, monarca sacerdotal por excelência, mandou, a conselho da ninfa Egéria, que o objecto sagrado fosse guardado no templo de Marte e que aí fossem igualmente guardados mais onze réplicas deste escudo, os Ancilia, exactamente iguais, feitos pelo ferreiro Mamúrio, para que se tornasse difícil roubar o original. Ficaram ao cuidado de doze sacerdotes, os Sálios, instituídos para este propósito por Numa. Todos os anos estes escudos eram em Março transportados pela cidade de Roma, numa procissão, eventualmente de modo similar ao que na imagem acima se vê, e no dia trinta deste mês retornavam ao templo.
Para a palavra «Ancile» foram apresentadas várias etimologias:
- ἀγκύλος, que em Grego significa «curvo»;
- ἀγκών, ou «cotovelo», em Grego, segundo Plutarco, porque este tipo de escudo se usava no cotovelo;
- ab Ancisu, segundo Varrão, por ser arqueado em ambos os lados, como os escudos dos Trácios denominados «peltæ».
O Ancile era um dos Pignora Imperii, ou objectos sagrados de Roma, em número de sete, como aqui se pode ler: http://en.wikipedia.org/wiki/Pignora_Imperii.
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