MAIS OBSERVAÇÕES A RESPEITO DA PROVÁVEL REPRESENTAÇÃO DE UM DOS PRINCIPAIS DEUSES DA ANCESTRALIDADE LUSITANA
Acrescidos agradecimentos a quem aqui trouxe este magnífico artigo, http://www.portugalromano.com/2013/01/deus-sucellus-sucelo-um-deabulus-do-barroso-castrejo-vilar-de-perdizesmontalegre/, sobre um achado eventualmente respeitante a uma das principais Divindades da nossa ancestralidade deste extremo ocidente europeu, que provavelmente será Reve, exclusivamente adorado pelos Lusitanos e pelos Galaicos, achado este que já aqui foi referido: http://gladio.blogspot.pt/2012/11/a-cara-do-deus-do-raio-deste-extremo.html
Saliento algumas passagens particularmente interessantes:
Emparedado no sub-coro da igreja de Vilar de Perdizes. Pintado com cores vivas, possuía olhos enormes que, tendo o fulgor e a capacidade fulminante do relâmpago, tudo viam, infundindo grande temor nos crentes ou nos prevaricadores.
O martelo que segura na mão direita e o seu proverbial pénis transmitiam uma mítica capacidade fertilizadora a humanos, animais e campos.
O martelo que segura na mão direita e o seu proverbial pénis transmitiam uma mítica capacidade fertilizadora a humanos, animais e campos.
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Do período romano, muitos autores, sobretudo Lourenço Fontes e Rodriguez Colmenero, têm amplamente divulgado alguns modelos epigráficos regionais, como o altar ao deus Larouco, em Curral de Vacas, no qual uma mulher chamada Ama, filha de Pitilo, solicita a Larouco saúde ou benesses para o seu marido, as aras de Vilar de Perdizes, uma dedicada a Larouco, ped(roni) máximo e outra idêntica dedicada por Capito Carminius a Júpiter, ou a ara de Equales, também dedicada a Júpiter, encontrada em S. Vicente da Chã (1).
Na capela da Asunción, na vizinha aldeia galega de Baltar, existe ainda outra com dedicatória a D (eo) Reve Larauco por Vallius Aper (Le Roux e A. Tranoy).
O povo encomendava-se também a outros deuses, de carácter mais restrito, como o deus Rancero, um deus indígena, como nos conta a inscrição de Rameseiros, em Vilar de Perdizes (2).
Na capela da Asunción, na vizinha aldeia galega de Baltar, existe ainda outra com dedicatória a D (eo) Reve Larauco por Vallius Aper (Le Roux e A. Tranoy).
O povo encomendava-se também a outros deuses, de carácter mais restrito, como o deus Rancero, um deus indígena, como nos conta a inscrição de Rameseiros, em Vilar de Perdizes (2).
Haveria outros com provável penetração na região do Alto Barroso, como Bandue Verubrico, referido numa inscrição encontrada na vizinha aldeia galega de Vilaça, a cinco quilómetros de Verin. De carácter local seriam também os Lares Belaecis, lavrados numa dedicatória de duvidosa leitura em Pitões (3).
O estudo pormenorizado destes deuses, excede o âmbito desta pequena exposição, pelo que fomos sucintos na sua abordagem, achando mais importante o aprofundamento de um caso pré-romano, referente a uma estatueta em alto relevo existente na igreja de Vilar de Perdizes de que nos deu conta o nosso amigo P. Lourenço Fontes, já há alguns anos.
M. P. Garcia-Bellido, faz referência à existência de duas téseras com epígrafe N CALECI, um étnico celta, como calaeci ou o oppidum barrosão de Caladunum, responsável pela sua emissão, onde se faz referência ao deus Sucellus, estabelecendo uma possível ligação entre o culto de Hefaístos-Vulcano e este Sucellu (4). Hefesto, um deus grego, Vulcano, o seu equivalente romano, e o deus galo/celta Sucello, são representados empunhando um martelo ou malho de trabalhar o ferro, artefactos que também acompanham Thor, Odin, ou o Dagda irlandês que, em vez de machado, empunha uma maça (5).
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O estudo pormenorizado destes deuses, excede o âmbito desta pequena exposição, pelo que fomos sucintos na sua abordagem, achando mais importante o aprofundamento de um caso pré-romano, referente a uma estatueta em alto relevo existente na igreja de Vilar de Perdizes de que nos deu conta o nosso amigo P. Lourenço Fontes, já há alguns anos.
M. P. Garcia-Bellido, faz referência à existência de duas téseras com epígrafe N CALECI, um étnico celta, como calaeci ou o oppidum barrosão de Caladunum, responsável pela sua emissão, onde se faz referência ao deus Sucellus, estabelecendo uma possível ligação entre o culto de Hefaístos-Vulcano e este Sucellu (4). Hefesto, um deus grego, Vulcano, o seu equivalente romano, e o deus galo/celta Sucello, são representados empunhando um martelo ou malho de trabalhar o ferro, artefactos que também acompanham Thor, Odin, ou o Dagda irlandês que, em vez de machado, empunha uma maça (5).
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Ignoramos o âmbito e a extensão do seu culto mas, perante a evidência linguística, como tentaremos demonstrar, o deus Sucelo foi venerado, a alguma distância dos castros vizinhos, como é próprio da cultura castreja, na veiga de Vilar de Perdizes, em Penascrita, um pequeno templo situado num vicus próximo da via XVII que, mesmo durante o período romano, ostenta evidências de um culto antigo, atribuído ao Bronze Atlântico. Esses pequenos templos eram genericamente denominados pelos romanos por Fana ou sacella (8).
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Em meados do século VI, a Fé e o poder persuasivo de S. Martinho de Dume, amoleceram o paganismo dos barrosões, que se converteram à doutrina de Jesus de Nazaré. O pequeno deus, ou deabulus, como então se dizia, foi gradualmente relegado para o esquecimento perante a omnipotência do Deus de Israel, sendo provavelmente seguido apenas por um grupo minoritário, por mais alguns anos. Contudo, tinha os seus dias contados.
A primeira medida tomada pela Sé de Braga, logo após a provável sacralização de uma pequena igreja privada local, foi a cristianização óbvia do próprio nome do vicus que tinha recebido o nome de Sucello, o deus local, transformando-o em Celo, ou Coelum, que significa o Céu ou o Paraíso dos cristãos.
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A primeira medida tomada pela Sé de Braga, logo após a provável sacralização de uma pequena igreja privada local, foi a cristianização óbvia do próprio nome do vicus que tinha recebido o nome de Sucello, o deus local, transformando-o em Celo, ou Coelum, que significa o Céu ou o Paraíso dos cristãos.
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11 Comments:
http://www.youtube.com/watch?v=_Guz59eg5Hc
Para o blogger Caturo, notável tema desta cantora de raízes transmontanas, natural do Porto.
Original de Fausto Bordalo Dias.
Espero que goste.
Para quem nao conhece:
http://paganfront.org/forum.php
Curiosamente, na secção internacional nao existe uma parte destinada aos portugueses ou espanhois...cheira-me a nordicismos. Em todo o caso, fica o link do forum que penso nada ter a ver com a editora musical de mesmo nome.
http://paganfront.org/forum.php
Caturo, lembras-te daquele caso em que uma africana, na Amadora, ficou sem 7 dos seus 10 filhos?
Parece que hoje a seguir ao telejornal do canal 1 vão dar uma reportagem sobre esse caso. Faço ideia o choro e a vitimização que existirá em tal obra "jornalística".
Caturo, vê esta notícia:
http://english.ruvr.ru/2012_12_14/World-s-Caucasian-populations-in-decline/
«http://www.youtube.com/watch?v=_Guz59eg5Hc»
Muito obrigado. Queria era ouvir o «Alhur» dela, mas está difícil...
Mas gregos e italianos tambem nao sao nordicos, e mesmo assim ha foruns para eles no Paganfront. Talvez o motivo seja que nao ha muitos pagaos em Portugal e em Espanha.
"http://www.youtube.com/watch?v=_Guz59eg5Hc"
Óptima canção. Deviam divulgar mais a boa música Portuguesa, genuinamente Portuguesa.
Aos 1:05, a Né tem um cordão com um símbolo interessante. É alguma coisa a ver com Celtas ou religião antiga, Caturo?
A própria fotografia tem algo de Celta.
«http://www.youtube.com/watch?v=_Guz59eg5Hc»
Desculpa, Caturo. Queria dizer 03:31.
Caturo, sobre o megalitismo proto-indoeuropeu no Alentejo. (Em castelhano).
http://www.celtiberia.net/verlugar.asp?id=622
Não consigo ver o símbolo, brilha demasiado, mas de repente faz lembrar a ourivesaria nortenha, de qualquer modo não vejo.
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