sexta-feira, dezembro 07, 2012

PNR DENUNCIA DUPLICIDADE DA ELITE FINANCEIRA APÁTRIDA QUE CONTROLA A UE

Depois da reunião do Eurogrupo (ministros das Finanças da Zona Euro), que firmou o pacote de condições especiais para a Grécia, as afirmações do presidente Jean-Claude Juncker geraram a expectativa clara de extensão a Portugal e à Irlanda dos benefícios que não estavam já explicitados no comunicado: a extensão da maturidade do empréstimo e o período de carência de dez anos para os juros. Também o ministro Vítor Gaspar confirmou no Parlamento que Portugal beneficiaria “de acordo com o princípio de igualdade de tratamento”, das “condições abertas no quadro do mecanismo europeu de estabilidade financeira”.
Contudo, na reunião do Eurogrupo desta semana, os ministros das Finanças da Alemanha e de França (o francês, Pierre Moscovici, em campanha para a presidência do Eurogrupo) bloquearam a extensão a Portugal. “Aconselharia Portugal a não ponderar esse passo”, afirmou o ministro alemão, Wolfgang Schäuble, que classificou um pedido de extensão por parte do governo português como “um sinal terrível” para os mercados. Vítor Gaspar – que segundo a imprensa em Bruxelas foi puxado no início da reunião para conversas a sós com Juncker e Schäuble – saiu de Bruxelas só com a extensão já prevista no comunicado sobre a Grécia (Portugal não repatria lucros com a dívida grega e não sofre redução dos juros a receber na sua parte do primeiro resgate à Grécia).
Fica mais uma vez provada que a cooperação e a solidariedade europeia, tão apregoada pelos federastas e tratantes, não passa de uma falácia e de um logro muito bem urdido para, através da “ajuda”, gerar chorudos lucros financeiros à custa do sacrifício do povo português.
O argumento para a não extensão dos benefícios é uma ofensa a todos os portugueses e uma mentira descarada, pois qualquer beneficio a introduzir na nossa divida seria naturalmente bem visto pelos mercados, como de resto confirmam alguns especialistas na matéria (nomeadamente James Nixon, economista-chefe para a Europa no banco Société Générale e Axel Lange, analista do banco Credit Suisse).
Contas por alto, esta redução de dez pontos-base na taxa do FEEF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) pode representar para Portugal uma poupança anual em juros na ordem dos 26 milhões, considerando o empréstimo total de 26 mil milhões de euros. Neste momento, ainda só foram desembolsados 18,7 mil milhões (em termos nominais).
Tendo em conta que a maturidade média destes empréstimos é de 14,5 anos, a redução da comissão poderá traduzir-se numa poupança total a rondar 370 milhões ao longo deste período. Um valor que corresponde a cerca de metade do concedido à Grécia, que tem um envelope financeiro com o dobro da dimensão e que pode aumentar se, como se espera, o prazo dos empréstimos se alargar.
Para além de ter de lutar contra uma grande crise financeira e económica e contra uma classe política de traidores, Portugal tem ainda de lutar contra os vampiros do FMI e de Bruxelas, que falam de uma Europa unida e a uma só velocidade, mas onde uns são mais unidos que os outros e onde uns viajam em velocidades de auto-estrada e outras de caminhos de cabras.