CARTAZES RUSSOS DOS JOGOS OLÍMPICOS DE INVERNO 2014 ACUSADOS DE «NAZISMO»

É notícia do ano passado, mas diz respeito a um evento de 2014, pelo que, até lá, está obviamente actual. Fonte: http://www.guardian.co.uk/world/2011/may/16/russia-winter-olympics-nazi-images

Registou-se forte polémica na Rússia por ocasião da exposição pública dos cartazes promocionais dos Jogos Olímpicos de Inverno 2014 - isto porque alguns observadores, esbirros da Santa Madre Igreja Anti-Racista e Multiculturalista dos Últimos Dias do Ocidente, «denunciaram» o que lhes pareceu ser uma estética «nazi» a caracterizar os ditos cartazes.

A campanha de publicidade aos jogos de 2014 mostra indivíduos loiros de olhos azuis, de ambos os sexos, em quadros que foram «denunciados» como «neo-hitlerianos» e «semelhantes a algo de um filme de Leni Riefenstahl». Um dos cartazes mostra uma patinadora do gelo e um atleta de snowboard, ambos com aspecto nórdico, fazendo publicidade a um complexo habitacional de luxo construído em Krasnaya Polyana, junto a Sochi, na costa russa do Mar Negro. O complexo é edificado por uma parceria público-privada e será a aldeia olímpica para os Jogos de 2014.

«Sem dúvida que os autores deste trabalho foram inspirados pela arte nazi», garante Ekaterina Degot, conhecida historiadora de arte e curadora na Galeria Estatal Tretyakov.

Quando os cartazes foram colocados, uma das «denúncias» do aspecto fascista dos cartazes partiu do colectivo artístico denominado Voina, que é conhecido pela também controversa pintura de um cartaz de sessenta e cinco metros expondo um pénis em São Petersburgo.

Os cartazes «nazis» foram produzidos pela empresa Doping-Pong, sediada em São Petersburgo, que usa uma suástica como um dos seus emblemas.

Outro dos trabalhos desta companhia é uma série de fotografias eróticas mostrando duas mulheres, «Fa» e «Antifa», lutando num ringue e rasgando as roupas uma à outra até que no fim «Fa», parecendo triunfante, cobre-se com uma bandeira militar nacional-socialista, como a seguir se vê:

 A Doping-Pong trabalha com Katya Zashthopik, artista na casa dos vinte anos, conhecida pelas suas simpatias nacional-socialistas.

Dima Mishenin, um dos designers da Doping-Pong, afirma que Zasthopik não trabalhou no projecto dos cartazes olímpicos e diz não ter, ele próprio, Mishenin, nenhuma simpatia especial pela Extrema-Direita, limitando-se apenas a observar que «a estética olímpica começou em Berlim em 1936 e foi criada por Leni Riefenstahl. Para mim isto é só uma questão de estética e beleza».

Quando questionado sobre o uso de iconografia ns no seu outro trabalho, responde: «Quando uso um símbolo da cultura nazi alemã como a suástica, é claro que o uso como representativo da nação vitoriosa.» Numa entrevista anterior tinha dito «Estes símbolos são troféus, como as caveiras nos nossos muros eslavos».

Outro designer denunciou no seu blogue esta estética ns, mas também lhe chamou estalinista. Sobre o aspecto do atleta nórdico, comentou: «O que é que há de fascista e ariano nisso? Só porque ele não tem um nariz de batata não significa que não pudesse ser russo.»

Entretanto, o conselheiro do presidente Dmitry Medvedev em questões de direitos humanos, mostrou-se incomodado por uma empresa que «faz jogos com símbolos nazis» tenha sido contratada.

Sintomático, sem dúvida - um dos críticos constata a semelhança das imagens em causa, não apenas com as da estética NS, mas também com as estalinistas... como se esperava, só uma das parecenças é que causa mal-estar no seio da elite «bem»-pensante, como se a outra não tivesse às costas tantos ou mais crimes em massa... Porque, na verdade, só o orgulho de estirpe e o culto da beleza e da altivez europeia é que escandalizam quem elege como ideal o mergulho paulatino de toda a humanidade numa caldeirada mulata de indiferenciação e diluição identitárias.