sexta-feira, novembro 25, 2011

SOBRE O CARÁCTER INTEMPORAL DA VERDADEIRA RELIGIÃO DA EUROPA

Koupalnitsa, Deusa eslava da Noite
Vale a pena lembrar e divulgar um texto do pagão belga Christopher Gérard que o camarada do blogue Fogo da Vontade traduziu para Português aqui: http://ofogodavontade.wordpress.com/2009/12/26/a-verdadeira-religiao-da-europa/
Engrossei e colori algumas passagens; o texto de Gérard está a itálico, os meus comentários a escrita normal.

Há uma religião do Ocidente. Essa religião é o antigo paganismo grego ou latino, celta ou germânico…esse paganismo valia os outros. Ele não está assim tão longe de nós. Nunca somos mais do que pagãos convertidos…o pagão é aquele que reconhece o divino através das suas manifestações no mundo visível”. Foi assim que em 1965 o Cardeal Jean Danielou respondeu à questão. A Europa é um continente pagão. Simplesmente ela esqueceu-o durante séculos por múltiplas razões.

Definição do paganismo
Mas o que significa então “pagão”? Cultos demoníacos e magia negra? Nostalgia estéril de esteta? Ideologia totalitária sobre fundo de exaltação da força brutal? Nada disso corresponde à realidade dos diversos paganismos da Europa tradicional. Se uma ínfima minoria de neo-pagãos pode perder-se nesse género de impasse, é lamentável, mas isso não permite caricaturar a mais antiga religião do continente, que podemos definir como a religião dos ciclos da natureza e do cosmos.
O paganismo é, por definição, cósmico e portanto eterno. Ao contrário, as religiões abraâmicas, e sobretudo o cristianismo e o islão, apesar dos seus múltiplos empréstimos dos cultos anteriores, fundam-se sobre a revelação dada pelo seu Deus ciumento num dado momento e lugar: são religiões históricas, que conhecem um começo e um final. O paganismo, quer seja celta, hindu ou xintoista (japonês), ignora essa visão segmentada do tempo e prefere uma visão cíclica. Da mesma forma, aceita a pluralidade das vias religiosas, reflexo da multiplicidade de figuras divinas: Apolo e Dionísio simbolizam polaridades aparentemente contraditórias mas bem complementares. O primeiro não é jamais imaginável sem o segundo, como o Uno não é imaginável sem o Múltiplo.
Mas, dir-me-ão, esse paganismo desapareceu há 2000 anos, vencido na Europa pela fé cristã, noutros sítios por outras revelações (o islão no norte de África e na Turquia, outrora cristãs). Os estudos históricos, cada vez mais folheados – e libertados dos preconceitos cristãos – mostram que aquilo que podemos chamar, para simplificar, paganismo europeu, nunca desapareceu e que a conversão do nosso continente fez-se muito lentamente…e sem doçura (excepto na Irlanda e na Islândia).

Conversão pela força da Europa pagã ao cristianismo
A conversão foi imposta, pelo ferro e pelo fogo. Ela estendeu-se por séculos: os lituanos, por exemplo, não foram convertidos – pela força – senão nos séculos XVI e XVII. Nas nossas regiões, os antigos cultos politeístas foram cobertos com um verniz cristão, frequentemente muito superficial.
Veja-se o culto dos santos, das fontes, das procissões, as fogueiras dos santos populares (e todo o calendário de festas), e mesmo a Trindade, muito pouco monoteísta. É apenas na Contra-Reforma, em reacção ao protestantismo, que a Igreja católica ergue uma grelha eficaz. Mas as mentalidades, o que Jung chamava o Inconsciente Colectivo, conservaram as estruturas mentais do paganismo; apenas os vocábulos mudaram. Da mesma forma, o estudo da nossa cultura mostra que na Europa todos os renascimentos foram feitos por um recurso à memória pagã: O Renascimento italiano ou francês, o Romantismo alemão, etc. Mas hoje, neste início de século XXI, face ao triunfo aparente do materialismo mais aviltante, face também à ofensiva de religiões selvagens e frequentemente exóticas (as “seitas”), face sobretudo ao islão cada vez mais massivamente presente sobre o nosso solo (com as consequências que este tipo de colonização implicam, vide a Índia ou a Macedónia), como dizer-se pagão sem passar por um excêntrico? Comecemos por criticar diversos preconceitos.

Os deuses contra o materialismo
Desde logo, paganismo não combina de todo com materialismo. Honrar os deuses, que são potências e não pessoas, não significa adorar o bezerro de ouro. Neste sentido, um pagão consequente está mais próximo de um cristão repugnado pela mercantilização do mundo do que de um consumidor satisfeito. Depois, o pagão não pode ser membro de uma qualquer “seita”, que fecha sempre os seus membros numa visão paranóica do mundo, com a sua espera do Apocalipse, o seu culto do livro único que contém todas as verdades e dos eleitos, únicos que serão salvos. O pagão vive numa relação de co-pertença com o cosmos, do qual não é nunca o centro.
O seu livro é a natureza, mesmo se admite que Homero, por exemplo, é um autor “inspirado”. O pagão não se refugia em paraísos artificiais nem em miseráveis consolações d’além-mundo (…)
O Xinto japonês é uma religião pagã. O elemento feminino ocupa aí, portanto, um lugar importante.
Para o pagão a ética é por definição trágica, feita de aceitação do destino, encarado como um desafio para provar a fidelidade à sua visão de Honra, para oferecer um nome sem mácula aos seus descendentes.
Porque o pagão situa-se numa continuidade, a da terra e dos mortos, como dizia Barrès. Ele define-se como herdeiro de um legado ancestral, que lhe cabe enriquecer e transmitir. O pagão, se tem a cabeça nas estrelas, mantém os pés bem firmados sobre a terra que é a sua, sem jamais perder o contacto com essas duas dimensões. Ele é filho da terra negra e do céu estrelado.
Face à pretensão monoteísta de deter a única verdade – e de impedir os outros de escolher o seu caminho para o divino – o pagão faz prova de tolerância, no sentido em que ele sabe, no mais profundo de si, que o caminho para o divino pode fazer-se por uma infinidade de vias.
Um tal mistério não pode nunca resumir-se a um catecismo predeterminado nem a um conjunto de gestos repetidos de maneira mecânica. Mas tolerância não significa laxismo: como tolerar tudo o que restringe a soberania do homem (as drogas, os condicionamentos ideológicos ou mediáticos, os estilos de vida doentios)? Ora, a actual sociedade ocidental, entrada numa fase de “involução” cada vez mais notória, parece comprazer-se na exaltação das modas mais dissolventes, na confusão sistemáticas das referências, na destruição de todos os laços, por exemplo familiares e comunitários.

A religião da Europa
Concluamos esta breve nota evidentemente incompleta. A religião da Europa é de essência cósmica. Ela encara o universo como eterno, sujeito a ciclos. Esse universo não é visto como estando vazio de forças nem como “absurdo” como pretendiam os niilistas. Tudo faz sentido, tudo são forças e potências impessoais regidas por uma ordem inviolável, a que os indianos chamam dharma (conceito mais tarde recuperado pelos budistas), termo que pode parecer um pouco exótico, mas que os Gregos traduzem por Kosmos: Ordem.
Depois de milénios, a nossa religião tradicional, reflexo da tradição primordial, incentiva o homem a inserir-se nessa ordem, a conhecer-lhe as leis implacáveis, a compreender o mundo na sua dupla dimensão, visível e invisível. O pagão de hoje, como há três mil anos, faz suas as divisas do Templo de Apolo em Delfos: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses” e “Nada em Excesso”.

Christopher Gérard, Revue Renaissance – Réflexion et Culture, Abril de 2002, N°5 (via Vouloir)


Deve notar-se que a Islândia foi, de facto, cristianizada pela força, senão pela intervenção militar directa, pelo menos através da intimidação, da chantagem e da pressão político-económica; quanto à Irlanda, é sabido que houve aí conflitos entre pagãos e cristãos.

Julgo ser conveniente tomar cum grano salis as invectivas anti-consumo que têm estado na moda em certos círculos político-espirituais desde há algumas décadas. Efectivamente, é verdade que o consumo excessivo pode levar a uma escravização do indivíduo a uma máquina sócio-económica apátrida e desenraizadora, mas não é menos verdade que ninguém fica transformado em menos que humano só por frequentar hipermercados e centros comerciais. Por outro lado, o culto da abundância, da opulência, faz parte do património religioso pagão, e só por bizarro masoquismo auto-conflituoso é que se poderia rejeitar liminarmente um privilégio que os nossos antepassados e nós próprios há trinta anos (em Portugal) sempre quisemos - o do acesso fácil a uma grande diversidade de produtos razoavelmente bons e baratos. Consumo também é vida. Aliás, se o templo de Apolo mandava ter cuidado com os excessos, como lembra Gérard, o mesmo Gérard não pode negar que o outro Deus por si citado, Diónisos, era o Deus do Êxtase, de certo modo do excesso, do prazer, da libertação e usufruto dos sentidos e dos prazeres.

Realço, por fim, a parte inicial - é de facto esclarecedor que até um famoso cardeal cristão tenha reconhecido o Paganismo como a verdadeira religião do Ocidente...

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

fdx
já é a 3ª vez que venho aqui... não postaste nada sobre a perseguição ao sepp blatter (FIFA).

25 de novembro de 2011 às 08:06:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

«Sepp Blatter: There is no racism in football

BBC Sportfootball IN ASSOCIATION WITH Sepp Blatter says on-pitch racism can be resolved with handshake»



o blatter está a ser perseguido por ter dito aquilo!!!



«David Beckham 'appalled' at Blatter comments»

25 de novembro de 2011 às 08:10:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

http://www.youtube.com/watch?v=wPQP8XAlQ6Q

MAIS UM MARGINAL PAULIXO DE SOBRENOME OMAR INFILTRADO NA EUROPA; REPAREM A CARA DE IENEMITA NEGROIDIZADO DO POS-LIXO..

25 de novembro de 2011 às 14:24:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Igual no filme em portugal ahua

o sanoide ainda zoou portugal no youtube..

deve ser colega dos paulixos que fizeram o video portugal cu da europa..os skins deviam pegar esse fdp..

25 de novembro de 2011 às 14:26:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

claro que ele reconheceu e é verdade..

os cristãos classicos da era metafisica destruiram a europa original e facilitaram a destruição causada pelos 2.0s ao impor o proto-outrixo-inferiorista simiesco..

não é a toa que aquele omar macaco tava se infiltrando aí e ainda tirando com portugal e não levou nem um isso é esparta dos skins locais..

25 de novembro de 2011 às 14:30:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Julio Bambambam em Ibiza filmando a bunda dos veios ahuauhauhuha.

mais do paulixo que zoou a iberia amigo dos que fizeram portugal cu da europa e ainda nem levou uma bufetada skin local..

25 de novembro de 2011 às 14:39:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

o cara tem uma cara suja de sanoide pra baixo; por isso usa oculos pra esconder a hiperpigmentação e não pega ninguem onde vai (por isso fica tirando foto do lado das vadias só pra parecer hetero; deve ter ido pra iberia dar a bunda como os putos e travecos do bostilixão)..

25 de novembro de 2011 às 14:40:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

25 de Novembro de 2011 8:10:00 WET

na suecia tambem os 2.0s atacam mais uma vez..uma organização sueco-palestina acusada de comparar o zog-israelixo ao holoconto..

25 de novembro de 2011 às 15:35:00 WET  
Blogger Afonso de Portugal said...

«O pagão não se refugia em paraísos artificiais nem em miseráveis consolações d’além-mundo (…)»

Este é o ponto-chave, no que a mim se refere. O além-mundo nunca deveria ser encarado como uma recompensa à submissão, como acontece no caso dos invertebrados judeus, cristãos e muslos. O seus “Deus” diz: “ajoelha-te” e os cristãos/muslos/judeus ajoelham-se. O seu “Deus” diz “venera-me!” e as putas abraâmicos fazem sacrifícios. Que merda de credos, onde os mais conformistas e submisso são recompensados.

O Paraíso que os dogmas do deserto prometem é um lugar para onde vão apenas os covardes que acataram as leis dos seus deuses, independentemente do quão estúpidas, irrazoáveis e autodestrutivas essas leis são.

Se a lei dos deuses não serve o povo, então o povo tem de arranjar outros deuses ou abdicar de quaisquer deuses. Um Deus que apenas exige sem nada oferecer em troca (para além de um “paraíso” estéril povoado por débeis) não merece qualquer respeito.

«Porque o pagão situa-se numa continuidade, a da terra e dos mortos, como dizia Barrès.»

Eu não sou pagão, mas até eu me identifico com isto. Os meus deuses são todos aqueles que, em nome da estirpe, deram a sua vida e o seu sangue para que Portugal pudesse existir e continuar. Só a eles venero e só a eles pretendo honrar.

«Realço, por fim, a parte inicial - é de facto esclarecedor que até um famoso cardeal cristão tenha reconhecido o Paganismo como a verdadeira religião do Ocidente...»

Os beatos que por aqui passam só não o reconhecem por teimosia, inclusive os favelados. Há muito poucos cristãos que, bem lá no fundo, não são capazes de identificar o carácter totalitário e repressivo do credo do Judeu Morto.

Eu, como ex-cristão, sei bem do que falo. A doutrina da Igreja nunca fez sentido, nem mesmo quando eu era miúdo.

25 de novembro de 2011 às 17:45:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

A noção cristã de “inferno” vem directamente do Hades grego.

“Hades (em grego antigo Άδης, transl. Hádēs), na mitologia grega, é o deus do Mundo Inferior e dos mortos.”

A cultura e a religião judaicas eram desprovidas da noção de “inferno”, e foi através da herança da cultura greco-romana da antiguidade tardia que a noção passou.

O Hades da mitologia grega previa a recompensa ou o castigo após a morte.

28 de novembro de 2011 às 14:59:00 WET  

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