SOBRE O QUE SE PASSA NOS BASTIDORES DO OCIDENTE - TÁCTICAS PARA ENFIAR A ÁSIA MENOR PELA EUROPA ADENTRO

Fonte: http://islamversuseurope.blogspot.com/2011/09/shocking-evidence-of-brussels.html

Uma das muitas revelações do Wikileaks expõe uma descrição de um encontro realizado em 2004 entre o comissário do Alargamento da União Europeia (UE) Matthias Ruete (director do directório do alargamento para a Roménia, a Bulgária e a Turquia) e o principal secretário-assistente de Estado para os Assuntos Europeus Charlie Ries, revela bastante sobre os movimentos de cordelinhos para meter a Turquia na UE: nomeadamente, sobre estratégias de pressão por parte de gente não escolhida pelo Povo sobre gente eleita em eleições nacionais.

A saber: Ruete fez notar que o contexto da entrada da Turquia estava a «evoluir rapidamente», com a pressão crescente no Parlamento Europeu para que se fizesse uma análise factual dos custos e benefícios da ingresso turco. A chave, diz Ruete, é passar de um debate emocional para uma discussão de «porque é que a Turquia deve juntar-se à UE».

Táctica típica da elite - dar como adquirido que o seu objectivo é central e quem não o quiser ver alcançado tem só de se pôr à defesa...

Ruete afirma que o debate político na Europa não está ganho. Ries por seu turno menciona que no dia seguinte (27 de Abril) iria de comboio à Holanda para promover o caso da Turquia. Ruete pediu uma nova leitura das discussões de Ries na Haia, que Ries prometeu fornecer.

Ruete pediu aos EUA que garantissem que a então líder da oposição alemã Angela Merkel ouvisse uma clara mensagem norte-americana do porquê de ela não se dever opôr ao ingresso da Turquia; Ries garantiu que iria certificar-se de que Washington estaria consciente da necessidade de o fazer. A respeito de França, Ruete disse que «o partido de Chirac está cada vez mais a fazer comentários anti-turcos» com a mensagem de que «a Turquia não estaria pronta» para se juntar à UE. Ruete opinou que esta mensagem poder-se-ia moderar depois das eleições europarlamentares nesse Verão.

Ou seja - esta gentinha sabe que os povos europeus não querem a Turquia na União Europeia, e que por isso mesmo a «Direita» conservadora, representada em França pelo partido de Chirac, faz o papel de se opôr a tal entrada, quando na verdade se calhar não se lhe opõe assim tanto...

Talvez o ideólogo Alexandre del Valle não se engane muito ao dizer, no seu «Guerras Contra a Europa», que na Europa os sectores políticos mais receptivos à campanha americana de meter a Turquia na Europa são sobretudo os centristas e os democratas-cristãos...

O intuito é sobretudo norte-americano, visando a um tempo manter a Rússia afastada, portanto, a Europa desunidade, e ao mesmo tempo inserir na Europa um elemento contrário à Europa, de modo a enfraquecê-la diante do poder «protector» norte-americano. Ao mesmo tempo será também uma forma de conquistar as simpatias do mundo islâmico.

O caso é especialmente grave, da parte do procedimento norte-americano, quando se sabe factualmente o que já se adivinhava e que o Wikileaks também deixou saber: http://gladio.blogspot.com/2010/11/ha-quem-ja-lhe-chame-um-11-de-setembro.html

«A falta de coesão dso AKP como partido e a sua falta de abertura como governo é reflectida na gama de motivos de contornos pouco claros para se juntarem à União Europeia por parte dos membros do AKP que dizem que querem a pertença da Turquia à UE... Alguns vêem o processo como uma maneira para marginalizar os militares turcos e o que resta do árido "secularismo" do Kemalismo.

Também demos de caras com a raramente referida abertamente mas muito divulgada crença entre os aderentes do Islão turco de que o papel da Turquia é disseminar o Islão na Europa "para reconquistar a Andaluzia e vingar a derrota no cerco de Viena em 1683" como disse um participante num encontro recente do principal grupo de pressão intelectual do AKP. Este pensamento vai na mesma direcção que a lógica (...) do ministro Ahmet Davutoglu que num artigo de opinião de 13 de Dezembro do International Herald Tribune que é em essência um apelo a uma tolerância multicultural de um só sentido, isto é, só da parte da UE.»

Ora os EUA, mesmo sabendo disto, continuam a querer meter a Ásia Menor na Europa.

Isto é uma razoável confirmação, como se fosse necessária, de que a elite pensa o mesmo que a Extrema-Direita a respeito da presença turca na UE - mas, ao contrário da Extrema-Direita, a elite não quer proteger disso os Europeus.