JULHO - MÊS DE MEMÓRIA DE UM GRANDE EUROPEU: SVIATOSLAV I, O GRANDE

Sviatoslav I de Kiev (em eslavo oriental: Святослав; 942 – 972) foi um príncipe guerreiro (Konung) de Kiev, filho do príncipe Igor de Kiev e de sua esposa Olga de Kiev. Sviatoslav ficou famoso pelas suas campanhas militares, que provocaram a queda das grandes potências do Este da Europa: Cazária e o Império Búlgaro. (...) O seu reinado sobre o Principado de Kiev, que durou uma década, caracterizou-se por uma rápida expansão até ao vale do Volga, à estepe do mar Cáspio e das Balcãs. No final da sua curta vida Sviatoslav tinha forjado um grande e poderoso estado na Europa, convertendo Pereyaslavets, no Danúbio, na capital do seu reino, em vez de Kiev (969).
Em contraste com a conversão da sua mãe ao Cristianismo Ortodoxo, Sviatoslav manteve a sua fé, considerada pagã durante toda a vida, adorando por isso Perun, Svarog, Veles e outros Deuses Nacionais eslavos.(...)
Sviatoslav foi o primeiro monarca do principado de Kiev cujo nome tem uma origem indiscutivelmente eslava (diferentemente dos seus antecessores, cujos nomes provinham do Nórdico antigo). Este nome não era muito frequente nos outros reinos eslavos da Idade Média, nem sequer no próprio principado de Kiev, onde só o utilizaram membros da Dinastia Rurik. Os seus sucessores tomaram o seu exemplo e passaram a ter nomes eslavos. Assim surge Vladimir, Yaroslav, Mstislav. Alguns estudiosos da matéria asseguram que o nome Sviatoslav (composto pelas raízes eslavas de “sagrado” e “glória”) foi uma criação artificial, derivada da combinação dos nomes dos seus predecessores Oleg e Rurik, que significam “sagrado” e “glorioso” em Nórdico antigo.(...)

Temendo que a paz com Sviatoslav não durasse muito, o Imperador de Bizâncio, cristão, indicou a Jan Kurya, líder dos Pechenegues, que matasse o Príncipe de Kiev, antes que este chegasse à sua cidade. Esta acção seguia a política descrita por Constantino VII no seu livro “De Administrado Império”, que fomentava o confronto entre os Russos e os Pechenegos. De acordo com as Crónicas eslavas, Sviatoslav foi avisado do que se passava, mas não se importou e atravessou a região dos Pechenegos, onde foi assassinado em 972. O seu crânio foi colocado no ceptro de Jan Pechenego, Kurya.

É no dia três de Julho o Dia da Lembrança de Knjaz Sviatoslav, que, desprezando a Cristandade, lutou duramente contra o Império Bizantino e conquistou terras para os seus Rus, da terra de Hasar, junto ao Volga, até ao Danúbio, pondo a travar os Pechenegues, ou Patzinaks, nómades cristãos túrquicos. Sviatoslav sofreu perdas no cerco de Tsargrad, mas a sua determinação contra a Cristandade continuou viva. Assim, ordenou que todas as igrejas cristãs em Kiev fossem queimadas; quando ele próprio chegou a esta importante cidade medieval eslava, ordenou que todos os cristãos fossem abatidos. Nos tempos em que triunfava sobre a Cristandade, colocou, nas ruínas das igrejas, ídolos a representar os Deuses pagãos eslavos.