«X-MEN FIRST CLASS»

Um bom filme de ficção e acção, «X-Men First Class». Politicamente correcto, notoriamente de esquerda anti-nazi, o que não admira, visto que o grupo de super-heróis X-Men, da editora norte-americana Marvel, criado por judeus, tem toda a pinta de pretender constituir metáfora para representar uma gente heróica pertencente a um Povo de «eleitos» odiado e perseguido pelas massas... por outro lado, esta fórmula agradou e agrada imensamente à juventude adolescente, uma vez que todo o adolescente, ou pelo menos uma grande parte dos adolescentes, sente-se frequentemente diferente do resto do mundo e incompreendido por todos (pais, professores, colegas... polícia...). Ora na banda desenhada por acaso nunca foi dos meus produtos favoritos, mas, curiosamente, no cinema brilha acima de todos os outros - já nos outros três filmes dos X-Men, o colectivo, em vez parecer uma chusma de «tineiges» histéricos e super-sensíveis, algo caguinchas, têm pelo contrário o aspecto de homens e mulheres de acção, mas num ambiente mental mais ou menos adulto, «clássico» até, para o qual contribui a pronúncia britânica que no cinema tem o Professor X, mentor do grupo... o resultado final tem mais o estilo de equipa de profissionais de serviços secretos do que doutra coisa qualquer. Tal género acentua-se nesta película mais recente, cuja acção se centra precisamente na política mundial, entre os campos de concentração nacional-socialistas (claro...) e a crise dos mísseis de Cuba, com montes de armamento pesado e oficiais soviéticos e norte-americanos à mistura.

Quanto aos efeitos especiais, merecem ser vistos no grande ecrã. Para quem gosta do género é pois a não perder, sempre cum grano salis no que à ideologia diz respeito, bem entendido...