segunda-feira, junho 20, 2011

«VALHALLA RISING - DESTINO DE SANGUE»


Um filme europeu, de produção britânico-dinamarquesa, mas totalmente falado em Inglês - teria muito a ganhar, em realismo e em classe, se tivesse também umas quantas passagens em Dinamarquês - representando uma sombria época de violência no álgido Norte viquingue, aquando da conflituosa transição entre Paganismo e Cristianismo. Narra o périplo de um homem do norte que tem um só olho e não fala, pelo que lhe é atribuido o nome Um-Olho, e que, na companhia de uma criança, passa da escravatura à vingança e daí à Cruzada, terminando no Novo Mundo, onde, apesar de estar ao lado de cristãos, constrói um Carn, antigo altar pagão formado pela sobreposição de pedras, por vezes com significado funerário.

Trata-se de um daqueles filmes europeus lentos e pesados, particularmente violento, que dá para um sem número de interpretações... pessoalmente, não posso deixar de reparar no facto de que Um-Olho é um dos epítetos de Odin, Deus nórdico da sabedoria, da batalha e da morte em combate; e que, no filme, é este o último dos guerreiros a ser morto, não sem antes conduzir uma criança à segurança, contemplando uma ilha à distância, o que talvez não por acaso faz lembrar o mito nórdico do Ragnarok, em que Odin e os outros Deuses morrem na última batalha do mundo, mas o Seu sacrifício permite a sobrevivência da Sua prole, que irá viver numa nova era... Talvez não seja também por acaso que um dos homens da tripulação cristã viquingue desaparece no meio do mato e, quando volta, tem marcas de runas (letras mágicas do alfabeto nórdico) no corpo e passa a entender o que diz Um-Olho, tal como a criança entende, mesmo que Um-Olho não fale...

Enfim, é de ver, mas rapidamente, que uma película destas não fica muito tempo nas salas de cinema, e a  sua fotografia merece quadros.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=181&id_news=517242

20 de junho de 2011 às 15:09:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://www.youtube.com/watch?v=zR8l0koXCcM&feature=related

Caturo,é verdade que as bandas de death-metal/grindcore inspiraram-se nas fórmulas do jazz para criarem o chamado "blast-beat"?
Atenção ao minuto 0:53.
Obrigado pelo esclarecimento.

20 de junho de 2011 às 15:17:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Nunca tinha ouvido falar disso, mas parece que há quem o diga:

http://en.wikipedia.org/wiki/Blast_beat

Não aprecio jazz e não me admira nada que o tal toque tenha sido introduzido por uma banda de extrema-esquerda, a execrável Napalm Death, ehehh...

Não percebo corno do assunto. Mas, talvez por coincidência, não aprecio nenhum dos nomes de bandas citadas no artigo.

21 de junho de 2011 às 00:17:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

atão o que é que têm agora a ver jazz com extrema-esquerda.lol!
os apreciadores de jazz que eu conheço são de centro-direita,direita "caviar".

21 de junho de 2011 às 09:54:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

jazz e música clássica são géneros para consumo de snobs e intelectuais.a música não precisa de muitas notas para ser boa,basta tocar as pessoas.é só show-off.

21 de junho de 2011 às 13:12:00 WEST  

Enviar um comentário

<< Home