CELEBRAÇÃO SOLSTICIAL PAGÃ EM FOZ CÔA

No dia 21 de Junho ocorre o solstício de Verão. Em Chãs, freguesia de Vila Nova de Foz Côa a época estival é recebida com actividades culturais e científicas que prometem levar os visitantes numa viagem pelos antigos rituais dos «druidas» celtas.
O programa da festa que dá as boas-vindas ao solstício de Verão faz-se com colóquios e com a encenação de antigos rituais, com a participação do astrónomo Máximo Ferreira e o estudioso Adriano Vasco Rodrigues, entre outros investigadores da cultura local.
O investigador dos templos do sol e também promotor da iniciativa Jorge Trobulo Marques, disse que objectivo do evento é, antes de mais, saudar o Verão e a mãe natureza, indo ao encontro das tradições dos antigos povos que viveram no Monte dos Tambores, junto à aldeia de Chãs.
O Monte dos Tambores «é um imponente monumento megalítico» pré-histórico, de forma arredonda e situado num ermo junto a Chãs, local onde decorrerá o alinhamento solar.
«Tentamos evocar tradições ancestrais e ao mesmo tempo recuperá-las, na medida do possível, num planalto granítico, sobranceiro a um fértil e magnífico vale, área enquadrada no perímetro das gravuras do Vale do Côa», acrescentou.
A região de Chãs onde se encontram «importantes» lugares onde existem abundantes vestígios pré-históricos e o conhecido santuário da Pedra da Cabeleira e a Pedra do Sol, monumentos megalíticos que estão direccionados com o pôr do sol no maior dia do ano.
«Na celebração do solstício do Verão, marcam presença simbólica os sacerdotes celtas, música dos gaiteiros de Miranda, trata-se de uma autêntica jornada cultural que começa a meio da manhã, com uma visita ao Museu do Côa e depois de almoço, no Centro Cultural de Foz Côa, um colóquio subordinado aos Templos do Sol», acrescentou Jorge Trobulo Marques.
Tem sido também objectivo da comissão organizadora das celebrações nos templos do sol, que estes eventos «não se confinem apenas à aldeia de Chãs», mas a toda a região do Vale do Côa, «e se possível, ao país e além fronteiras».

Para mais informações, aceder a blogue dos Templos do Sol de Foz Côa e de Chãs.

É uma verdadeira cerimónia druídica? Não se sabe... porque pouco ou nada se conhece dos rituais druídicos de há dois mil anos; nem tampouco há qualquer prova da existência do antigo Druidismo na Ibéria.

É uma cerimónia pagã? É.

É ancestral? Talvez sim, talvez não. Provavelmente não... Desconhecemos os ritos ancestrais.

Mas é ancestralista? Sim, isso é.

É religiosa? Pois porque não o haveria de ser? Trata-se de um ritual comunitário em honra do aspecto espiritual do Solstício, que sacraliza os laços que unem uma Nação. Isso ninguém lhe pode tirar. E isso é a forma mais pura de Religião.