MINISTRO ITALIANO RECUSA QUE O ESTADO FINANCIE MESQUITAS

Na cidade setentrional italiana de Milão, o ministro do Interior, Roberto Maroni, da Liga Norte, rejeitou a possibilidade de o seu governo ajudar a comunidade muçulmana a substituir a sua mesquita, que foi recentemente fechada para manter a ordem pública.
Maroni explicou assim a sua actuação: «eu sou ministro do Interior, não um construtor de mesquitas».

Na sequência do encerramento da mesquita, o arcebispo de Milão cardeal Dionigi Tettamanzi apelou a que houvesse mais tolerância para com a comunidade muçulmana da parte do governo municipal: «as instituições cívicas de Milão têm de garantir a toda a gente a liberdade de religião e o direito ao culto», disse Tettamanzi ao jornal La Repubblica.

Portanto, mais uma vez os principais arautos da religião do semita crucificado a puxar a brasa à sardinha do irmão mais novo e mais radicalmente semita... talvez porque alimenta a estranha esperança de que os muçulmanos de todo o mundo se compadeçam das minorias cristãs e deixem de as perseguir no Egipto e no Iraque, por exemplo...

O motivo apresentado pelas autoridades para fecharem a mesquita foi a de que a pequenez da mesma não lhe permitia acolher todos os fiéis durante as orações de sexta-feira, pelo que todas as semanas as ruas ficariam cheias de gente. E Maroni dá por cumprido o seu dever: «já resolvemos o problema da mesquita. Era um problema de ordem pública e resolvemo-lo.» Ouve-se, implicitamente: «quanto ao seu local de culto, os muçulmanos que se amanhem...»

E, de facto, a lógica de Maroni é racional e eticamente inatacável: como líder governamental de um país laico, fez tudo o que tinha a fazer, nada o obriga a fazer mais, antes pelo contrário, o Estado laico não sustenta religiões - e nenhum Estado europeu deve sustentar religiões estrangeiras à Europa.

De notar que dezasseis por cento da população milanesa é alienígena, enquanto a média italiana é de 6,5% estrangeiros.