quarta-feira, março 10, 2010

GREVE DA FUNÇÃO PÚBLICA CONTRA O CONGELAMENTO SALARIAL

Os sindicatos da Função Pública e o Governo retomam esta quarta-feira as negociações, poucos dias depois da greve geral que os trabalhadores do Estado promoveram.
As estruturas sindicais vão ao Ministério das Finanças para debater os prémios de dirigentes superiores e a formação profissional dos trabalhadores, mas o aumento da idade da reforma, anunciado ontem pelo ministro de Estado e das Finanças, que ainda não tinha sido discutido com os sindicatos, deverá vir à baila.
Os sindicatos manifestaram já publicamente a sua discordância em relação à medida e continuam a não aceitar o congelamento salarial, um dos principais motivos da greve da passada quinta-feira. O Governo tem-se mostrado irredutível na questão do congelamento salarial, devido à necessidade de consolidar as contas públicas e de travar a despesa corrente do Estado.
À mesa das negociações, que decorrem até 24 de Março, estarão a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, a Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).
Merece especial solidariedade de todos os portugueses, funcionários públicos ou não - pois que num país em que se observa o maior fosso salarial da Europa, uma distância entre ordenados que toca as raias da terceira-mundice, num país em que a classe parlamentar aumentou recentemente a si própria os seus proventos e ainda assim tem o ofensivo descaramento de se dizer mal paga, num país assim, a constante recorrência à arenga da «necessidade do sacrifício» para justificar o alargamento de tão asquerosa discrepância torna-se insultuosa para com a inteligência do Povo. É mais que tempo de parar de tratar uma população europeia como um amontoado de pigmeus resignados à sua desgraça.
É por outro lado contraproducente a recusa do aumento da idade da reforma por parte dos sindicatos. Numa Europa cada vez mais envelhecida, mas em que os mais velhos estão cada vez menos envelhecidos, por assim dizer, pois que na actualidade um europeu médio de sessenta anos está quase no mesmo estado de preservação física e mental de um europeu de quarenta anos de idade há três décadas atrás, numa Europa assim, dizia-se, justifica-se perfeitamente que se tenha de continuar a trabalhar até mais tarde. Sobretudo porque a alternativa é o aumento do fluxo iminvasor, o qual já assim como está é calamitoso, quanto pior não será caso se intensifique...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

necessidade do sacrificio para depois andar a esbanjar o dinheiro em obras publicas desnecessarias, para andar a pagar ordenados a pretos e a pagar os lucros das empresas de construçao civil.

Nao precisamos da merda do TGV, nem do aeroporto.

E nao admira que os nortenhos estejam fodidos, mais uma vez, cancelam todas os projectos fora de lisboa e so os de Lisboa continuam.

10 de março de 2010 às 17:01:00 WET  
Blogger Titan said...

Bem visto, camarada, mas o pior de tudo é que estes sacrificios todos são para nada pois o nosso principal problema é económico, e esse não é resolvido com o apertar do cinto.

10 de março de 2010 às 19:20:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

é que se ainda fossem infra estruturas necessarias, ainda va la.
Agora inventarem infra estruturas por inventar, inventarem que precisamos delas quando nao precisamos, isso é estarmos a queimar dinheiro e a andar para tras.

Querem fazer obras, façam algo util.
Epa façam umas fabricas e metam la uns bons gestores para dar emprego.

10 de março de 2010 às 20:09:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Ó Caturo, por momentos pensei que tinhas mudado de partido.

11 de março de 2010 às 17:07:00 WET  

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