PORQUE LUTAMOS?

Como aqui se lê, houve alguém de Esquerda que soube perceber parte do que nos move, escrevendo em «La Revue de l'Histoire» de Maio-Junho-Julho de 2004 o seguinte (a tradução talvez não seja das melhores):

«O homem de Extrema-Direita será por conseguinte um revoltado, com os mesmos sentimentos que um homem de Extrema-Esquerda mas não as mesmas razões. A sua análise assenta sobre a contemplação de um mundo considerado inumano, mas à luz de uma beleza supra-humana...
Privilegiará o culto da beleza sobre o culto da igualdade, tanto mais quanto mais é evidente que a beleza é uma noção profundamente desigual e injusta, dado que é supra-humana.
Para contrabalançar a crueldade do mundo, é a beleza que é chamada. É o objectivo supremo do facho (sic). Terá o culto de tudo o que é belo. A Extrema-Direita terá a maior veneração pela Virgem Maria que é bela, ou pelas Fadas do Graal, que são belas, pelas Valquírias, que são igualmente belas e loiras, e pelos cavaleiros que são belos. (...)

Fala-se frequentemente, no mundo de Esquerda, de «beleza burguesa». A Esquerda ou a Extrema-Esquerda nunca falará, em contrapartida, de «beleza revolucionária». As pinturas de Picasso representam mulheres feias, porque Picasso era um homem de Esquerda e de resto não era muito gracioso. Os mesmos métodos de desenho de Picasso, utilizados pelos Egípcios da Antiguidade, deram a imagens de mulheres grande beleza. Porque os faraós eram mais de Direita do que de Esquerda.

A religião da Extrema-Direita por conseguinte não será visto pelo lado igualitário mas pelo lado estético… »
Coincidentemente ou não, é notório o contraste entre os dois monumentos da imagem: de um lado, uma coluna apontada ao céu, verticalizante, fulgurante, olímpica, fruto da arquitectura para-fascista do Estado Novo; do outro, uma coluna inequivocamente feia, transmitindo uma ideia de desconstrução, de degradação, da autoria do militante esquerdista João Cutileiro. Vem à memória o aforismo «a forma é fascista», atribuído por Alain de Benoist a um autor esquerdista (ver «Nova Direita, Nova Cultura»).


Falou bem, quem quer que tenha escrito isto (o excerto "La Revue de l'Histoire"). E, por coincidência ou não, já Platão, esse grande «extremo-direitista», identificava o Belo com o Bem.

Mas esquece o essencial - porque, para aquilo a que chama Extrema-Direita, há sempre algo que está acima da Beleza: o Nós. A Estirpe.

Acima da Beleza está pois a Lealdade. Para nós, a Grei está acima de tudo, não por ser mais forte do que as outras, mas porque é a nossa - porque lhe devemos sagrada fidelidade. Porque não a defendermos é deixar ficar mal o nosso sangue, e afastarmo-nos dela é crime, por mutilação, contra o mais essencial de nós mesmos.