JORNALISTA DA TELEVISÃO ESTATAL ALEMÃ PARECE RESPONSABILIZAR WILDERS PELO ASSASSÍNIO DE THEO VAN GOGH

Na Alemanha, um jornalista da televisão estatal, ZDF, disse, comentando os resultados das eleições holandesas para o parlamento europeu, que Geert Wilders é... o culpado moral da morte do realizador holandês Theo van Gogh, em 2004.
O que afirmou, textualmente, foi isto:

«Perante o parlamento, há protestos contra o vencedor das eleições. Cidadãos preocupados têm medo do racismo na terra da tolerância. O Partido da Liberdade, liderado pelo realizador de filmes Geert Wilders, tornou-se na segunda maior força política. Wilders já enfrentou um processo em tribunal por discurso de ódio (a expressão usada pelo jornalista foi "Volksverhetzung", termo usado na Alemanha em julgamentos de negadores do holocausto) Quatro dos vinte e cinco assentos holandeses em Estrasburgo vão para Wilders. O seu partido anti-islâmico quer banir o Alcorão e exige um travão à imigração. O mundo muçulmano ficou chocado com o filme «Fitna», que critica o Islão, filme produzido por Wilders com Theo van Gogh. Intolerância com graves consequências: Theo van Gogh foi assassinado em 2004.»

Na melhor das hipóteses o dito «jornalista» - o modo como toma partido pelos cidadãos anti-racistas é tudo menos isento - na melhor das hipóteses, dizia, o sujeito estava a dizer que a intolerância muçulmana levou ao assassínio do realizador Theo van Gogh... todavia, o contexto do discurso parece lançar a culpa do crime, não aos muçulmanos intolerantes, mas a quem «os provocou», ou seja, a Wilders e ao próprio van Gogh.

E não é admirar que a intenção do comentário fosse mesmo esta. O «jornalista» só disse aliás o que provavelmente muito politicamente correcto pensa - que quando os muçulmanos atacam sejam quem for, a culpa é desse «seja quem for» por os ter provocado. É a mesma lógica de quem culpa as mulheres estupradas por terem provocado, com «vestes indecentes», o seus violadores. Esta desculpabilização implícita do violador costuma ser atribuída a pessoas atrasadas, retrógradas, ou seja, às que a politicagem correcta mais ataca, supostamente... todavia, quando o agressor é, em vez de um violador branco, um assassíno muçulmano, nessa altura já todas as desculpabilizações são válidas, porque o que interessa à politicagem correcta é culpar o Nós e desculpar ou mesmo enaltecer o Amado Outro - o alienígena - tanto quanto possível. É a tara cristã de dar a outra face, mas em nova versão, laicizada.

Lembro-me de, aquando da crise das caricaturas dinamarquesas, um deputado socialista do parlamento tuga ter dito que «de um lado e de outro, são ambos extremistas» - ora de um lado estavam os caricaturistas dinamarqueses, do outro, estavam os muçulmanos que queimavam embaixadas dinamarquesa. Satirizar um profeta foi pois posto ao mesmo nível que incendiar edifícios e ameaçar de morte. O relativismo moral desta Esquerda é mesmo assim, completamente invertebrado.

Já agora, os ditos «cidadãos preocupados com o racismo», que ficaram irritados porque o raio da Democracia deu votos em barda a um islamófobo, eram na realidade militantes de Esquerda que durante o protesto brandiam estandartes da «Internationale Socialisten»... é «isto» que um jornalista estatal de primeira relevância quer fazer passar por «cidadãos», como se falassem em nome do Povo normal e não de uma chusma de apátridas...